Agenda Paroquial:

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Isto é que vai uma crise!...

a fé das lamparinas


Ainda no mês de Maio, numa das minhas muitas comunidades, ao entrar na Igreja deparei-me com a imagem de Nossa senhora de Fátima num trono bonito rodeado por aquelas lamparinas vermelhas que piscam e piscam até se gastar a pilha. Aquelas lamparinas que costumamos ver nos cemitérios, e que quando as vemos fora deles, não conseguimos afastar a imagem dos cemitérios. Embora as velas de chama e fumo sejam perigosas fora dos horários em que alguém está dentro da igreja e deixem marcas sobretudo nas imagens, a verdade é que não fazem tanto lembrar os mortos. Assim sendo, no final da missa perguntei-lhes o que, porventura lhes faziam lembrar aquelas lamparinas, e foram unânimes em responder que lembravam os cemitérios. Eu concordei e acrescentei que se calhar o melhor era retirá-las de ao pé do trono de Nossa Senhora. Reforço a ideia de que nem sequer usei da força, da persuasão ou dos galões para que retirassem de lá as senhoras lamparinas. Achei que daria melhor a volta à questão fazendo com que fossem eles a retirar as ilações necessárias.
Contaram-me mais tarde que duas senhoras não ficaram nada contentes. Uma delas que costumava ir todos os dias ao terço e à missa quando lá a havia, dissera zangadíssima que os padres só sabiam tirar a fé e que nunca mais tornava ao terço ou à missa. Dito e feito. Não tem aparecido. Eu chamaria a isto a fé das lamparinas ou das velinhas acesas. Mas acho que se calhar devo estar errado. Vale mais termos a nossa fé concentrada numa vela ou numa lamparina, mesmo que lembre os mortos, do que não a ter em lado algum.