Agenda Paroquial:

sexta-feira, 31 de maio de 2013

HÁ QUEM REVEJA O PAPA JOÃO QUANDO VÊ O PAPA FRANCISCO


1. Não há pessoas iguais, mas pode haver pessoas parecidas.
Quando o Papa Francisco foi eleito, muita gente se lembrou de João XXIII.

2. Os seus percursos até são bastante distintos. Mas quem nega haver entre eles muitos traços comuns?
Não faltou, desde o princípio, quem visse no Papa Francisco uma espécie de reprodução do Papa João.

3. Mas será que Francisco pode ser descrito como um continuador de João? E, consequentemente, fará sentido apontar João como um antecipador de Francisco?
José Manuel Vidal e Jesús Bustamante não perderam tempo e, pouco depois do Conclave, publicaram um livro com o título: «Francisco, o novo João XXIII»!

4. É claro que as leituras apressadas correm o risco de ser redutoras e, muitas vezes, enviesadas.
Mas é um facto que quem conheceu o Papa João parece que o está a reconhecer no Papa Francisco. E quem visita o Papa Francisco fica com a sensação de que está a revisitar o Papa João.

5. Compreende-se, pois, que o perfil de João XXIII possa despontar como uma possível chave de leitura do que pode ser o pontificado do Papa Francisco.
Não se trata de uma condicionante, mas de uma inspiração.

6. Baruch Tenembaum, candidato por várias vezes ao Prémio Nobel da Paz, auspicia que o Papa Francisco vai introduzir a Igreja num tempo diferente.
Já o Papa João, que foi eleito no Outono, inaugurou uma Primavera. O Papa Francisco, escolhido no final do Inverno, tem sido apontado como prenúncio de uma nova Primavera.

7. Tenembaum assinala que «os dois provêm de lares humildes».
Como João XXIII, também o Papa Francisco «fala com simplicidade. Para ele, o importante é que as pessoas o entendam».
A bondade, que fluía em cada gesto do Papa João, é um tema recorrente na trajectória do Papa Francisco. Em Buenos Aires, já confessava o seu receio «de uma ética sem bondade».

8. Como o Papa João, o Papa Francisco não quer afastar a Igreja do nosso tempo, mas pretende sobretudo aproximá-la dos começos.
Na linha do Papa João, o Papa Francisco deseja que a Igreja esteja no mundo, mas sem ser mundana. Daí os gestos que sinalizam uma Igreja despojada, uma Igreja peregrina, uma Igreja acolhedora.

9. Como fazia o Papa João, também o Papa Francisco fala com todos e acolhe cada um. Afaga os mais pequenos, acarinha os doentes, pára junto dos idosos, quebra os protocolos, faz humedecer os olhos e vai comovendo todos os corações.
Acontece que, tal como se notava no Papa João, também a bondade do Papa Francisco não é ingénua. Ele é determinado e sabe o que quer. Ou, melhor, sabe o que Deus quer dele.

10. João XXIII morreu faz dia 3 de Junho cinquenta anos. Mas a chama que acendeu nunca se apagou.
Sentimos que está a renascer nestes primeiros passos do Papa Francisco!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

“Não tem sentido dizer que se aceita Cristo e não a Igreja”



O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que a Igreja deve ser vista como uma “obra de Deus”, apesar das eventuais falhas e pecados dos seus membros.
“A Igreja não é uma organização nascida do acordo entre algumas pessoas, mas – como recordou tantas vezes o Papa Bento XVI – é obra de Deus, nasce do desígnio de amor que se realiza progressivamente na história”, declarou, na audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro.
Francisco deu início a um novo ciclo de catequeses sobre o “mistério da Igreja”, inspiradas nos textos do Concílio Vaticano II (1962-1965).
O Papa argentino aludiu aos que dizem ‘Cristo sim, a Igreja não’ para afirmar que “é precisamente a Igreja que leva até Cristo e leva até Deus”.
“A Igreja é a grande família dos filhos de Deus. Claro que tem também aspetos humanos, há defeitos, imperfeições, pecados naqueles que fazem parte dela, pastores e fiéis, também o Papa os tem”, observou.
Para Francisco, é importante que esta consciência do pecado faça descobrir a “misericórdia de Deus” que “perdoa sempre” e tem como projeto fazer uma “única família” com os seus filhos.
A síntese da catequese, em português, insistia na ideia de que “não tem sentido dizer que se aceita Cristo e não a Igreja”: “É somente por meio da Igreja que podemos entrar em comunhão com Cristo e com Deus”.
O Papa deixou uma saudação particular aos grupos do Estoril e de Lisboa, bem como a todos os outros peregrinos lusófonos.
“Saúdo-vos como membros desta família que é a Igreja, pedindo-vos que renoveis o vosso compromisso para que as vossas comunidades sejam lugares cada vez mais acolhedores, onde se faz experiência da misericórdia e do amor de Deus. Que o Senhor vos abençoe a todos”, disse.
A audiência, que reuniu cerca de 100 mil pessoas, começou debaixo de chuva, mas Francisco fez o percurso na Praça de São Pedro num papamóvel descoberto, como habitualmente.
“Parabéns pela vossa coragem debaixo da chuva, valentes”, disse aos presentes, antes de iniciar a catequese, que se viria a concluir já ao sol.
No final do encontro, o Papa convidou à participação nas celebrações do Corpo de Deus, esta quinta-feira, na Basílica de São João de Latrão, com uma missa seguida de procissão pelas ruas de Roma, até à Basílica de Santa Maria Maior.
“Convido os fiéis de Roma e os peregrinos a unirem-se a este ato de profunda fé para com a Eucaristia, que constitui o tesouro mais precioso da Igreja e da humanidade”, concluiu.
O tema da audiência seria depois retomada pelo Papa na rede social Twitter: "A Igreja nasce do gesto supremo de amor que é a Cruz, do lado aberto de Jesus. A Igreja é uma família na qual se ama e se é amado".
In agência ecclesia

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Religião: "supermercado" ou "estado-providência"?

Por esse mundo fora estão a celebrar-se as "festas da catequese". Especialmente nos meses de maio e junho, decorrem a Primeira Comunhão e a Profissão de Fé, entre outras festas relacionadas com a catequese.

Como nos lembra o Papa Francisco, não podemos ficar só no efémero dos momentos nem na superficialidade dos factos.

 Por isso é bom recordar que:1. Mais importante do que as festas é a preparação para as festas. E a preparação chama-se CATEQUESE PAROQUIAL. Tanta preocupação com as festas e tanta falta de preocupação com a catequese por parte das famílias! Tantos catequizandos a faltar aos encontros de catequese! E isto perante o alheamento ou desinteresse dos pais...

2. O primeiro direito e dever de transmitir a fé pertence aos pais. A família é a "Igreja Doméstica". Foram os pais que no matrimónio e no batismo dos filhos se comprometeram a educa-los na fé cristã. A catequese paroquial vem colaborar com as famílias na educação cristã dos seus filhos, mas não a poderá substituir.

3. Há Férias Para A Catequese, Mas Não Há Férias Para A Missa Dominical!!!

4. O exemplo e o testemunho são essenciais. Se o pai ou a mãe não participa na missa, se o pai ou a mãe não vão aos encontros de formação, que motivação terá o catequizando para  participar na Eucaristia ou frequentar a catequese?

5. A Igreja é a família dos que acreditam em Jesus Cristo e n'Ele foram batizados.  Não é um "estado-providência".
Na família estruturada, cada um faz o pode pelos outros, porque aí as pessoas se amam. Assim na Família-Igreja que vive da generosidade dos seus filhos e filhas ( ofertas, trabalho, dedicação, empenho, zelo pastoral). Neste caso, a Igreja  tem as possibilidades que os cristãos lhe oferecem.

6. "Não perguntes o que o teu país pode fazer por ti, mas o que podes fazer pelo teu país" - dizia John Kennedy.
 Também hoje a cada família é lançado o desafio: "Não perguntes o que  a Igreja pode fazer por ti, mas o que podes fazer pela Igreja".
Pasme-se! Até já há gente a "exigir" que tal como nas escolas, a Igreja vá buscar a casa os meninos e os pais para a catequese e para a Missa! Com que meios? Que contributo dão tantas dessas pessoas à sua família paroquial?

7. A Igreja não é um supermercado onde só se vai quando convém ou interessa. É família que a todos acolhe e a todos espera. Não é assim numa família normal?

8. Não acreditem numa Igreja que só vos ofereça facilidades e nada vos exija! Reparem em Cristo. Deu tudo e deu-Se todo. Até à cruz. Por isso Ele acrescentou: "Quem quiser ser meu discípulo pegue na sua cruz de todos os dias e siga-Me."

terça-feira, 28 de maio de 2013

Crer sem ver

Se crês que o sorriso é mais forte que as armas,

Se crês no poder duma mão sempre aberta,

Se crês que é mais o que une do que aquilo que separa,

Se crês que ser diferente é riqueza e não um perigo,

Então tu és dos que
crêem sem ter visto…



Se sabes olhar o outro com amor,

Se preferes a esperança à suspeita,

Se pensas que deves dar tu o primeiro passo,

Se o olhar duma criança te desarma,

Então tu és dos que
crêem sem ter visto…



Se o estranho é para ti um irmão,

Se és capaz de dar o teu tempo por amor,

Se sabes aceitar a ajuda dos outros,

Se cantas com a sua felicidade,

Então tu és dos que
crêem sem ter visto…



Se escutas, com carinhos, quem faz «perder» o teu tempo,

Se sabes converter o fracasso em aprendizagem,

Se aceitas e fazes tuas as opiniões diferentes,

Se resistes a atribuir a culpa sempre aos outros,

Então tu és dos que
crêem sem ter visto…





Se acreditas que a fé continua a ser possível,

Se a esperança tem lugar no teu coração,

Se o amor é a principal razão das tuas razões,

Então tu és dos que
crêem sem ter visto…



Porque esta é a nossa Fé:

«Jesus ressuscitou
e está vivo no meio de nós»



J. F. Moratiel

Tá na moda o diabo...

"Se Jesus fala de demónios e eles não existem, enganou-nos"


Por estes dias, regressou um velho argumento sobre a existência real de demónios (enquanto seres sobrenaturais que por vezes possuem pessoas e depois são expulsos por exorcismos). Digo regressou porque já por cá andou há um ano. E regressou num ou noutro comentário  de entradas recentes neste blogue, tal como nas mensagens privadas do meu espaço no Facebook. É de lá que retiro as seguintes frases, sem dizer quem é o autor. Ele poderia ter escrito no blogue, mas preferiu o recato do FB e por isso não digo o seu nome.
Cristo expulsou demónios. Está em todos os evangelhos. Os apóstolos fizeram o mesmo. Está nos Actos dos Apóstolos. Também nega isso tudo? Ou Cristo (que é Deus, nisso concordamos) desconhecia factos clínicos psicológicos, inacessíveis à ciência da época? Os apóstolos, coitados, ainda vá lá: poderiam desconhecer as diferenças entre doenças psicológicas e possessões. Agora, Deus? Cristo não consegue ver a diferença entre epilepsia e possessão? E, já agora, Cristo não podia ter sido mais claro, e ter dito que o Diabo não existia? É que Cristo, ao falar sobre o Diabo como se ele existisse, acaba por nos baralhar...
Resumiria assim o que está acima: Jesus Cristo sabe tudo e não engana ninguém (ou não seria Deus). Jesus Cristo expulsou demónios, como os evangelhos atestam. Logo, eles existem, pois Jesus não quereria induzir-nos em erro.

Em parte, estas questões já aqui foram abordadas. Primeiro, nos evangelhos, Jesus expulsa demónios (e não o diabo – são distintos) pela força da palavra e não por sortilégios (como faziam outros) no contexto do anúncio da soberania absoluta de Deus (reinado de Deus); depois, é possível interpretar as possessões como doenças do foro psíquico e, mais do que isso, vitimizações num contexto social opressor. Diz um autor, em parte afastando-se da ideia das doenças, que as possessões eram uma estratégia complexa utilizada de maneira mórbida por pessoas oprimidas para se defenderem de uma situação insuportável. Vale a pena ler e reler o texto (aquirefiro-me às páginas digitalizadas). No final, com aquela interpretação, sinto que os evangelhos são ainda mais reais e significativos para aqueles tempos e os tempos de hoje.

A linha de fundo do argumento “não podia enganar-nos” repousa na convicção de que Jesus, sendo Deus, sabe tudo; ou, sendo Deus, não pode mentir, errar, enganar.

Há aqui três questões subjacentes. Aponto: a) O que é Jesus ser Deus? (podemos ter entendimentos diferentes sobre isto); b) Estar errado é pecado? (julgo que todos concordamos que não) c) Podemos dizer que mente ou erra quem pensa de acordo com as conceções do seu tempo, se estas mais tarde mudam? (julgo que todos concordamos no não).

Fica-se com a ideia, obviamente inaceitável para um crente, de que se Jesus falou de demónios e eles não existem, enganou-nos, esquecendo que mentira (e erro moral) seria se Jesus soubesse uma coisa e dissesse algo deliberadamente diferente (alguns dizem: “Sendo Deus, tinha de saber”; nós dizemos: “Não tinha, não”). Mas se pensava de acordo com as conceções culturais do tempo (e temos muitos motivos para pensar que sim), não é mentir dizer algo que não corresponde ao que em fase posterior é tido por verdade. Jesus diz que o grão de mostarda é a semente mais pequena. Talvez pensasse mesmo que é. Fala do sinal de Jonas. Como qualquer judeu da época, pensava num Jonas real e não numa figura literária. Diz que “o princípio não foi assim”, ao falar do divórcio. Certamente pensaria num Adão e Eva reais, como aparecem nas primeiras páginas da Bíblia. E os exemplos poderiam continuar.

Desconfio que o tipo de teologia que nega a comunhão de Jesus com os conhecimentos do tempo desconhece o significado da kenose de Jesus, do abaixamento, do fazer-se humano, do caminhar com os contemporâneos.

Desconhece, certamente o que Bento XVI escreveu no livro sobre a infância de Jesus:
É verdade também que a sua sabedoria cresce. Enquanto homem, Jesus não vive numa omnisciência abstrata, mas está enraizado numa história concreta, num lugar e num tempo, nas várias fases da vida humana, e de tudo isto toma forma concreta o seu saber. Manifesta-se aqui, de modo muito claro, que Ele pensou e aprendeu de maneira humana.
Ele pensou e aprendeu de maneira humana.

Com isto chego finalmente ao que me moveu a escrever isto. Relendo um livro de Carlos González Vallés, dei com a página que condiz com as cristologias do Jesus que sabia tudo mesmo tudo. Quando a mim, padecem, como noutra altura já escrevei, de uma espécie de docetismo gnoseológico.

O jesuíta cita gigantes da teologia (Santo Hilário: “Jesus comia e bebia, não porque precisasse de fazê-lo, mas tão-somente para que não se surpreendessem os que viviam com ele”; São Cirilo de Alexandria: “Jesus sabia tudo desde seu berço, mas aparentava ir-se inteirando das coisas para dissimular”; Santo Atanásio: “Jesus nunca pôde adoecer nem envelhecer”; os salmanticenses: “Jesus foi de facto desde o princípio, e não apenas em potência como possibilidade futura, o maior filósofo, matemático, pintor, navegador… jamais existente” [esta faz lembrar os ditadores norte-coreanos]) e seguir fala da sua experiência:
Eu ouvi dizer em sermões que Jesus, desde o berço em Belém, poderia ter contado à Mãe tudo o que lhe aconteceria na vida; que podia ter falado com os Reis Magos na língua destes; que quando o Evangelho diz que «se surpreendeu» diante da fé do centurião, isso não passava de um gesto condescendente de Jesus, que na realidade não podia «surpreender-se» com nada, já que conhecia tudo; que, quando perguntou ao cego: «O que quer que eu faço por você?», esta era uma simples pergunta teórica, já que Jesus sabia sempre o que cada um pensava e queria; que, quando rezava era sói para dar bom exemplo aos discípulos, uma vez que ele, sendo Deus não precisava de oração; que, se dormia na barca, não era por cansaço físico, mas para testar a fé dos apóstolos; e que, se gritou na cruz: “Por que me abandonaste?”, não foi por sofrimento pessoal, mas como consolo para os nossos.
Como ficamos em relação aos demónios? Repito Bento XVI: “Ele [Jesus Cristo] pensou e aprendeu de maneira humana”.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Igreja cresce

 
O Anuário Estatístico da Igreja, há poucos dias apresentado ao Papa, revela que em 2011 o número de católicos passou de 1196 para 1214 milhões, o que representa um aumento de 1,5% num ano. Deste modo o aumento no número de católicos ultrapassa o crescimento da população mundial, que se cifrou em apenas 1,23%.
A referida publicação revela que o aumento dos católicos em África se situou nos 4,3% e nos 2% na Ásia, crescimento que na América e na Europa ficou pelos 0,3%.
No total, os baptizados na Igreja Católica estavam assim distribuídos geograficamente em 2011: 48,8% na América, 23,5% na Europa 16,0% em África, 10,9% na Ásia, e 0,8% na Oceânia.
Também no último decénio cresceu o número de padres. passou de 405 067 em 2001 para 413 418, dez anos depois, aumento sustentado pelos continentes africano (39,5%) e asiático (32,0%), que compensam a diminuição de sacerdotes na Europa (menos 9%).
Esta tendência deverá manter-se nos próximos anos, dado que há mais seminaristas em todo o mundo (7,5%), com destaque para África (30,9%) e Ásia (29,4%). Entretanto na Europa, os candidatos ao sacerdócio são menos 21,7% do que em 2001.
Também aumentou o número de diáconos permanentes em mais de 40%. Os religiosos são mais na Ásia e África (36% dos mais de 55 mil consagrados), grupo em forte queda na Europa (menos 18%).
Quanto às religiosas, eram menos 10% em 2011 face às 729 mil consagradas em 2001, com diminuição particularmente sentida na Europa (22%), Oceânia (21%) e América (17%).
Assim só o grupo de mulheres consagradas é que diminuiu. Embora sendo ainda muitas mais que os homens consagrados, esta é uma má notícia que tem de preocupar todos os cristãos.
Fonte: aqui

domingo, 26 de maio de 2013

O grande contraditor

 
--
Veio para passar fome e dar-nos fartura, veio para ter sede e dar-nos de beber, veio vestir-se de morte e revestir-nos de imortalidade, veio pobre para nos tornar ricos.
Agostinho , aqui

sábado, 25 de maio de 2013

Tema da Solenidade da Santíssima Trindade - Ano C



A Solenidade que hoje celebrámos não é um convite a decifrar a mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para os fazer comungar nesse mistério de amor. A primeira leitura sugere-nos a contemplação do Deus criador. A sua bondade e o seu amor estão inscritos e manifestam-se aos homens na beleza e na harmonia das obras criadas (Jesus Cristo é “sabedoria” de Deus e o grande revelador do amor do Pai). A segunda leitura convida-nos a contemplar o Deus que nos ama e que, por isso, nos “justifica”, de forma gratuita e incondicional. É através do Filho que os dons de Deus/Pai se derramam sobre nós e nos oferecem a vida em plenitude. O Evangelho convoca-nos, outra vez, para contemplar o amor do Pai, que se manifesta na doação e na entrega do Filho e que continua a acompanhar a nossa caminhada histórica através do Espírito. A meta final desta “história de amor” é a nossa inserção plena na comunhão com o Deus/amor, com o Deus/família, com o Deus/comunidade.

Padres Dehonianos

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Retrato completo das famílias portuguesas

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou um retrato de como são as famílias em Portugal e que riscos económicos enfrentam: Em Portugal as famílias são hoje mais e têm menor dimensão média, em consequência do aumento do número das famílias unipessoais e da redução do número de famílias numerosas, indicam os resultados dos Censos 2011. As pessoas que vivem sós são sobretudo idosas/os e mulheres, dois grupos que o Inquérito às condições de vida e rendimento identifica como sendo particularmente afectados pelo risco de pobreza. Também as famílias com crianças dependentes, em particular as famílias numerosas e as famílias monoparentais, são afectadas por riscos de pobreza e intensidade da pobreza elevados. Em 2011, 3,1% das pessoas que viviam em agregados familiares e 8,4% das pessoas pobres, não tinham capacidade para ter uma refeição de carne ou peixe pelo menos de 2 em 2 dias. Cerca de ¼ das pessoas e quase metade das que viviam em agregados em risco de pobreza referiram que não tinham meios para manterem a casa adequadamente aquecida. 42% das pessoas com 25-59 anos em risco de pobreza em 2010 referiram ter vivido enquanto adolescentes em famílias cuja situação financeira consideraram ser má ou muito má; 55,7% referiram ter vivido numa família com dificuldades financeiras para fazer face a despesas necessárias. Fonte: aqui

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Dos nossos deputados nacionais já nada se espera...

Um avanço civilizacional?

João Carlos Espada Público, 20/05/2013

Na sexta-feira passada, a Assembleia da República aprovou por escassa margem legislação que permite a chamada "co-adopção de crianças" por casais homossexuais, (tendo simultaneamente rejeitado projectos para a chamada "adopção plena"). Este resultado foi classificado como "avanço civilizacional" por alguns dos seus defensores. Não creio que seja claro, todavia, de que avanço se trata.
A defesa da medida funda-se basicamente no argumento da não discriminação. Recusar a adopção por homossexuais seria uma discriminação e a discriminação é um abuso que não deve ser tolerado.
O argumento é válido, se disser respeito a discriminações arbitrárias. Mas nem todas as discriminações são arbitrárias. Se um anúncio de emprego pedir economistas, ele está a discriminar contra todos os que não são economistas. Um campeonato de ténis para pares mistos está a discriminar contra os pares não mistos. A idade mínima para votar, ou para conduzir, ou para consumir álcool está a discriminar contra todos os que têm idade inferior a esse mínimo.
Estes são apenas alguns exemplos de discriminações legais que são em regra aceites consensualmente. Isso deve-se a que a discriminação em causa tem relevância funcional, isto é, assenta num requisito discriminatório que é julgado relevante para a função pretendida.
Por este motivo, não basta dizer que uma dada regra é discriminatória para poder concluir que ela é injusta. É preciso saber se a discriminação tem ou não relevância funcional.
No caso da adopção, a função pretendida é bastante clara. Trata-se de proporcionar um ambiente familiar saudável à criança ou crianças adoptadas. Idealmente, o juízo sobre essa matéria deveria competir ao interessado, isto é, à criança. No entanto, devido a uma discriminação que aceitamos como funcionalmente relevante, consideramos que essas escolhas não podem ser feitas por menores, sobretudo crianças.
É por isso que o legislador fica, então, com a pesada responsabilidade de decidir se casais homossexuais podem ou não, em regra, garantir um ambiente familiar saudável para as crianças, comparável, em regra, ao dos casais heterossexuais.
Não creio que esta pergunta possa ser respondida com segurança. Temos experiência milenar de famílias heterossexuais com filhos, mas não temos experiências representativas comparáveis de famílias homossexuais com crianças. Não podemos por isso comparar dados empíricos com relevância comparável.
Perante esta ignorância fundamental, temos de escolher uma presunção, não uma certeza. A presunção que tem prevalecido até agora é semelhante à presunção de inocência. Quando alguém é acusado, presumimos que é inocente, até ser provado culpado. Em caso de dúvida, preferimos considerá-lo inocente - não porque saibamos que é inocente, mas apenas porque não sabemos se é culpado.
O caso da adopção é muito semelhante. Nós na verdade não sabemos, nem devemos fingir que sabemos, que os casais homossexuais serão prejudiciais às crianças. O que sabemos é que não sabemos. Não sabemos se, em regra, o ambiente familiar proporcionado por casais homossexuais será ou não favorável às crianças.
Em rigor, haveria uma forma de tirar a limpo esta dúvida: fazer experiências com números alargados de crianças adoptadas por casais homossexuais e comparar os resultados com crianças adoptadas por casais heterossexuais. Mas existe um escrúpulo moral, ou civilizacional, que não nos permite: esse escrúpulo proíbe-nos de fazer experiências com menores. Teremos, por isso, de continuar a viver com a ignorância acerca do impacto de ambientes familiares homossexuais na educação dos menores.
É daqui - e não de uma alegada discriminação homofóbica - que resulta a norma legal tradicional que veda a adopção por casais homossexuais. Não havendo certezas sobre o impacto dos casais homossexuais na educação de menores, é necessário adoptar uma presunção. Dado que a relevância funcional da adopção reside em proporcionar o melhor possível para a criança, optamos pela presunção prudente de proteger a criança de uma solução cujos resultados não conhecemos.
Ao alterar esta presunção, como foi parcialmente decidido na passada sexta-feira, nós estamos na verdade, embora provavelmente sem plena consciência disso, a alterar a presunção favorável à criança. Estamos a dizer que, na dúvida, preferimos que a presunção favoreça a escolha dos adultos que querem adoptar, em vez de proteger a criança que vai ser adoptada.
Não estou seguro de que esta mudança de presunção corresponda efectivamente a um avanço civilizacional.
Fonte: aqui

quarta-feira, 22 de maio de 2013

«O Livro do Génesis», de D. António Couto

Imagem1

«A arquitectura do Livro do Génesis apresenta-nos o livro organizado em duas grandes secções: as narrativas da criação ou do começo (Gn 1-11) e as narrativas patriarcais (Gn 12-50). As narrativas da criação mostram-nos as origens da humanidade, restringindo- -se depois, nas narrativas patriarcais, a um único eleito – Abraão, Isaac, Jacob –, e a um povo eleito, Israel, deixando o texto, todavia, bem claro que a eleição de um se destina ao benefício de todos. A arquitectura do Livro do Génesis parte, pois, de todos, concentrase sobre um, mas mostra-o sempre em relação e abertura para todos. A temática dos conflitos entre irmãos serve o objectivo maior de mostrar a importância do caminho da reconciliação. São muitos os saberes e sabores que o Livro do Génesis serve ao leitor. Para efeitos de clareza, a presente Obra aparece organizada em três Capítulos: «Narrativas da Criação» (1), que estuda Gn 1,1- -2,4a e Gn 2,4b-3,24; «Da cobiça à Aliança» (2), que estuda Gn 4-11; «Narrativas Patriarcais» (3), que estuda Gn 12-50. Que o leitor se delicie com estas páginas, em que Deus e o homem se procuram e se encontram, ou se distanciam. Foi com prazer, espanto e proveito sempre renovados que as fui escrevendo.»
(Uma nota do livreiro: numa primeira leitura, os textos têm por base alguns capítulos do livro publicado anteriormente «Pentateuco: Caminho da Vida Agraciada», ed. UCE, Lisboa 2005 2ª edição)

A Criação como Dom

«A Criação resulta, portanto, da intencionalidade boa, de um acto de amor do Deus criador. Note-se, porém, que, por parte do Deus criador, um acto de amor gratuito é também um mandamento de amor gratuito e exigente proposto à liberdade do homem. Neste sentido, a criação, na Bíblia, não é apenas puro dom de Deus ao homem, mas também a constituição do homem como partner de Deus e sua interpelação a amar como Deus ama.
A criação não é, portanto, um mero dado de facto, mas um e-vento que se acende sempre que um homem recebe o mundo como dom e se recebe a si mesmo como dom, e, por amor, o dá outra vez e se dá outra vez. A criação diz-nos que o sentido das coisas não é a sua existência, o seu simples ‘estar aí’, mas o seu ser dadas, o seu ser dom. Verdadeiramente as coisas são dom, e o seu ser é o seu ser dadas. Um objecto não é a sua forma, dimensão, preço, cor, força e movimento, mas um acto de Deus. No plano criacional, não há o ser das coisas e, depois, sucessivamente e por sobreposição, o seu ser dadas; pelo contrário, é precisamente o seu ser dadas que constitui o seu ser.
É este o sentido que as habita e as faz ser. É esta a razão e a intencionalidade que as anima. Em última análise, isto significa que a criação bíblica não é uma operação automática, porque reclama sempre o meu consentimento e a minha liberdade. No Antigo Testamento, a criação não pertence ao passado. É uma acção actual e de carácter contínuo, que o autor bíblico exprime recorrendo muitas vezes ao particípio presente, de difícil tradução em português, mas que mostra de forma feliz este aspecto actual e presente da criação». (pág. 24)
 
Mais um livro do Bispo de Lamego. "O Livro do Génesis", abordando a temática da Criação, oferece-nos chaves de leitura para a compreensão desta temática atual e, por vezes, colocada de forma incorreta.
Da sublinhada competência de D. António, chega-nos esta obra que recomendamos.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Vencendo as dificuldades

O meu maior defeito, nos
tranquilos dias da infância, consistia em desanimar com demasiada facilidade,
quando uma tarefa qualquer me parecia difícil. Eu podia ser tudo, menos um
menino persistente.

Carta noite o meu entregou-me uma
tábua de pequena espessura e um canivete. Pediu-me que, com este, riscasse,
cada dia, uma linda a toda largura da tábua. Obedeci às suas instruções e, em
seguida, tábua e canivete foram fechados na escrivaninha do meu pai.

A mesma coisa foi repetida nas
noites seguintes; ao fim de uma semana eu não aguentava mais de curiosidade.

A história continuava. Cada
noite eu tinha que riscar com o canivete, uma vez, pelo sulco que se
aprofundava.

Chegou por fim um dia em que
não havia mais sulco. O meu último e leve esforço cortara a tábua em duas.

O meu pai olhou longamente
para mim, e depois disse:

- Tu nunca acreditarias que isto fosse possível, com tão
pouco esforço, não é verdade? Pois o êxito ou fracasso da tua vida não depende
tanto de quanta força colocas numa tentativa, mas da persistência e
perseverança com que fizeres as coisas!

Foi esta uma lição impossível de esquecer, e que mesmo um
miúdo de dez anos aproveitou!



segunda-feira, 20 de maio de 2013

ESTÁ MESMO TUDO DITO?!

Dois meses com um papa “do fim do mundo”.

IHU – A dois meses da eleição de Francisco, que primeira avaliação pode se fazer? Que papa Jorge Mario Bergoglio foi nessas primeiras semanas?
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 12-05-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Simpatia e confissões
Em primeiro lugar, é inegável a onda de simpatia para com o novo papa: as presenças nos Ângelus e nas audiências continuam muito altas, com um boom de pedidos à Prefeitura da Casa Pontifícia. Bergoglio parece querer focar muito nesse contato com a multidão, já que dedica a maior parte do tempo justamente passando entre os fiéis amontoados na Praça de São Pedro, a partir dos mais distantes, parando muitas vezes e descendo do papamóvel para saudar.
Na audiência de quarta-feira passada, ele dedicou quase uma hora e meia para esse contato pessoal com os fiéis. Apesar do indubitável esforço físico que isso implica, Francisco mostra considerar tal proximidade como um elemento insubstituível do seu ministério de bispo “com o povo”. Há quem olhe com um certo ceticismo e, em alguns casos, até mesmo com incômodo essa “lua de mel” com as multidões, esperando o momento em que os “hosanas” serão substituídos pelos “crucifica-o”, talvez após algum posicionamento forte sobre os temas da moral sexual.
Mas seria um erro catalogar o que está acontecendo apenas como um efeito de novidade amplificado pela mídia. Desde os primeiros dias após a eleição de Francisco, os seus acenos e os seus acentos ao tema da misericórdia (“A mensagem de Jesus é a misericórdia. Para mim, digo isso humildemente, é a mensagem mais forte do Senhor”, afirmou ele na missa na paróquia de Sant’Anna no domingo, 17 de março) moveram algo muito mais profundo do que uma onda de simpatia, já que muitas pessoas se reaproximaram da confissão mesmo depois de décadas de distanciamento da Igreja, citando explicitamente as palavras do papa, fato confirmado não apenas pelas esporádicas entrevistas jornalísticas, mas também por uma pesquisa mais sistemática promovida pelo sociólogo Massimo Introvigne.
O caso de Santa Marta
O Papa Francisco, após a eleição, confirmou a colaboradores e a chefes de dicastérios curiais ”donec aliter provideatur”, isto é “até que se proceda de modo diferente”, mantendo assim as mãos livres para fazer modificações quando e como considerar necessário. Com algumas decisões tomadas desde o início do seu pontificado, Francisco– que simplesmente continuou sendo ele mesmo, continuando a manter o estilo do seu episcopado em Buenos Aires – contribuiu para modificar protocolos consolidados e, ao mesmo tempo, deu um sinal no sentido da sobriedade e da simplicidade, que os fiéis reconheceram e apreciaram.
E alguns, provavelmente tocando na ferida, logo rotularam como “pauperismo”, porque isso põe em discussão um certo uso do dinheiro e uma certa ostentação de sinais e de joias eclesiásticas. Decisivamente inovadora foi a escolha de permanecer morando na Casa Santa Marta, a residência onde se alojaram os cardeais durante o conclave. Nesse caso, não se tratou de uma questão de “sobriedade” (o apartamento privado do papa no Palácio Apostólico certamente não é aposento real), mas sim uma decisão provocada pelo sentimento de “isolamento” queFrancisco sentiu visitando pela primeira vez aquela que deveria ser a sua casa.
Permanecendo em Santa Marta, Bergoglio despotencializou o “Apartamento”, entendido como coroa e filtro de colaboradores ao seu redor. Sem contar que Santa Marta, além de lhe permitir um maior contato com as pessoas, também é uma oportunidade para encontros e trocas fraternas com os hóspedes, como no caso do Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, com a qual o papa se entreteve por um longo tempo e informalmente em diversas ocasiões, compartilhando com ele o mesmo teto. Ou, como aconteceu há dois dias, quando Francisco foi esperar na porta de Santa Marta a chegada do novo papa copta Tawadros II.
Pregação simples
Outra novidade do papado é representada pelas breves homilias (nunca mais do que 10 minutos), que Franciscoprofere durante a missa matinal celebrada na capela da Casa Santa Marta, que foi concelebrada com prelados de passagem ou por expoentes da Cúria, na presença de grupos de empregados vaticanos e de outros hóspedes. As sínteses oferecidas pela Rádio do Vaticano tornaram-se um acontecimento cotidiano.
O papa prepara essas homilias todas as manhãs, depois de se levantar às 4h30min e de rezar e meditar sobre as Escrituras do dia por quase duas horas. As suas palavras são simples, compreensíveis. Várias vezes ele já falou sobre a doença da autorreferencialidade e do carreirismo na Igreja – temas muito caros a Bento XVI, aprofundados por ocasião de consistórios e de ordenações episcopais, embora muitas vezes as suas palavras tenham sido abandonadas justamente por aqueles que estavam ao redor dele –, assim como convidou os cristãos a saírem, a se dirigirem às “periferias geográficas e existenciais”, a deixarem-se guiar pelo Espírito Santo.
As transcrições integrais dessas homilias improvisadas não são divulgadas (trata-se de missas privadas), nem são transmitidas via rádio. Mas não é difícil ter uma ideia sobre o seu estilo ouvindo as pregações públicas de Francisco,que muitas vezes deixa de lado o texto escrito para improvisar: como quando pediu que os novos padres de Roma sejam “mediadores” e não “intermediários”, ou quando citou a avó e os seus preciosos ensinamentos, ou ainda quando disse, citando São Francisco de Assis: “Anunciem o Evangelho, se necessário também com a palavra”, deixando entender como o anúncio e o testemunho devem ser transmitidos com a vida.
Reformas das reformas
Nas congregações gerais antes do conclave, veio dos cardeais o pedido de uma reforma da Cúria, assim como de uma maior colegialidade e compartilhamento de algumas escolhas referentes ao governo da Igreja. O Papa Francisco, no dia 13 de abril, exatamente a um mês da eleição, nomeou um conselho de oito cardeais aos quais foi confiado o estudo de uma reforma da constituição Pastor Bonus, que regula a Cúria Romana e as suas estruturas.
O conselho, composto por oito cardeais – sete dos quais não curiais, mas arcebispos nos cinco continentes – também é encarregado de aconselhar o papa de forma permanente no governo da Igreja. A reforma da Cúria, portanto, será estudada por purpurados que não pertencem a ela. Toda previsão, por enquanto, está fora de lugar: sabe-se apenas que esse órgão – pensado para servir o papa, e não para governar centralmente a Igreja Católica – deve ser simplificado, racionalizado, tornado mais adequado às exigências do tempo presente, menos burocrático.
O papa já se encontrou com muitos cardeais e muitos expoentes da Cúria (além das audiências que são noticiadas, existem muitas outras, à tarde, em Santa Marta, que permanecem confidenciais) e acima de tudo ouviu. Em mais de um caso, quem foi recebido, assim que saía, considerava que devia contar o diálogo ocorrido. Mas muitas vezes se tratou de ”desiderata” propriamente ditos, e não de indicações do pontífice. Certamente, já mudou a relação entre o papa e os chefes de dicastério, que antes deviam esperar até oito meses antes de obter uma audiência: ele será mais direto, imediato e constante.
O perfil do futuro papa, segundo Bergoglio, foi contado pelo padre Angel Strada, depois da eleição, a Evangelina Himitian, autora do livro Francisco, el Papa de la gente, uma conversa privada sua com Bergoglio ocorrida três dias antes da sua partida para o conclave.
Falando sobre o perfil necessário do novo papa, o arcebispo de Buenos Aires havia dito que, segundo ele, “em primeiro lugar, deve ser um homem de oração, profundamente unido a Deus. Em segundo lugar, deve ser profundamente convencido de que Jesus é o Senhor da história. Em terceiro lugar, deve ser um bom bispo, capaz de acolher, terno com as pessoas e capaz também de criar comunhão. Enfim, deve ser capaz de reformar a Cúria”.
Os cardeais, em menos de 24 horas, no último dia 13 de março, parecem tê-lo encontrado.

sábado, 18 de maio de 2013

Tema da Solenidade de Pentecostes – Missa do Dia - Ano C

O tema deste domingo é, evidentemente, o Espírito Santo. Dom de Deus a todos os crentes, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo.
O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas consequências.
Na primeira leitura, Lucas sugere que o Espírito é a lei nova que orienta a caminhada dos crentes. É Ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus, que faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e comunicar, que une numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e culturas.
Na segunda leitura, Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É Ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.

Padres Dehonianos

sexta-feira, 17 de maio de 2013

UM BOM EXEMPLO PARA EVITAR TOLICES

Banco do Vaticano vai publicar contas e balanços


Sede do IOR

O IOR (Instituto para as Obras de Religião, que toda a gente conhece como “Banco do Vaticano”) vai publicar na Internet as suas contas e balanços a partir do final do ano. Li aqui. Obrigado, Bento XVI.

Agora só falta que…
as dioceses,
as paróquias,
as congregações,
os institutos,
os jornais diocesanos e paroquiais,
os centros sociais paroquiais,
as confrarias,
as irmandades,
as fundações

e todas as outras instituições da Igreja católica que vivem, pelo menos em parte, do dinheiro dos fiéis tornem públicas anualmente as suas contas.

Provavelmente, a poucos interessarão. E algumas destas entidades já o fazem. Mas se todas o fizessem, de modo sistemático, aconteceriam duas coisas, pelo menos. A verdade e a transparência passariam a estar mais patentes nas instituições. E o semimito (porque nalguns sítios é mito e noutros realidade) de que a Igreja é rica começava a ruir.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Ainda bem que lembra


 

Os crentes devem tirar o chapéu ao entrarem na igreja, não a cabeça.

Chesterton

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Pensamentos

O Evangelho é sempre jovem. Nós é que
envelhecemos.
Bernanos



Nunca está só, quem possui um bom livro
para ler e boas ideias sobre as quais meditar.
Renato Kehl



A melhor oração é aquela em que há mais
amor.
Carlos de Foucauld



O sorriso é uma língua universal; até as
criancinhas o compreendem.
Dinamor



O dinheiro compra um mausoléu, mas não um
lugar no Céu.
F. Pessoa



Vivendo num mundo de sofrimento, devemos
ser profissionais da esperança.
A. M . Carré



O diálogo
começa, quando estamos convencidos de que temos alguma coisa a aprender do
outro.
R. Garaudi



Um bom coração é um milhão de vezes mais
valioso do que a agudeza intelectual.
M. Gandhi



Qual a diferença entre os adultos e as
crianças? Apenas o custo dos seus brinquedos.
Braven Dyer

domingo, 12 de maio de 2013

Carroça vazia

Certa manhã, o meu pai, muito
sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu, com prazer, aceitei.
Deteve-se numa clareira e, depois de um pequeno silêncio, perguntou-me:

- Além do cantar dos pássaros,
escutas mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos por alguns
segundos e respondi:

Estou a ouvir o barulho de uma
carroça.

- Isso mesmo! – disse o meu
pai – E é uma carroça vazia!

Perguntei ao meu pai:

- Como pode saber que a
carroça está vazia, se ainda não a vimos?

- Ora, - respondeu o meu pai.
É muito fácil saber se uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais
vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz.

Tornei-me adulto e, até hoje,
quando vejo uma pessoa a falar demais, prepotente, a gritar (com intimidação),
tratando o próximo com palavras inoportunas, interrompendo a conversa de toda a
gente, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a
impressão de ouvir a voz do meu pai a dizer «Quanto mais vazia a carroça maior
é o barulho que ela faz…”

Pensemos nisso!...



Kelly

sábado, 11 de maio de 2013

TEMA do DOMINGO da ASCENSÃO do SENHOR - Ano C


A Solenidade da Ascensão de Jesus que hoje celebramos sugere que, no final de um caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, em comunhão com Deus. Sugere, também, que Jesus nos deixou o testemunho e que somos agora nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projecto libertador de Deus para os homens e para o mundo.
O Evangelho apresenta-nos as palavras de despedida de Jesus que definem a missão dos discípulos no mundo. Faz, também, referência à alegria dos discípulos: essa alegria resulta do reconhecimento da presença no mundo do projecto salvador de Deus e resulta do facto de a ascensão de Jesus ter acrescentado à vida dos crentes um novo sentido.
Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projecto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus – a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo caminho de Jesus. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante, mas têm de ir para o meio dos homens continuar o projecto de Jesus.
A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que
foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa esperança de mãos dadas com os irmãos – membros do mesmo “corpo” – e em comunhão com Cristo, a “cabeça” desse “corpo”. Cristo reside nesse “corpo”.

Padres Dehonianos

sexta-feira, 10 de maio de 2013

EVANGELIZAR COM A NET E SUAS REDES

As redes Sociais

No próximo domingo,  dia da Ascensão, 12 de maio, a Igreja celebra o Dia das Comunicações Sociais.
Actualmente o grande meio de comunicação é a internet. Hoje lemos os jornais, ouvimos rádio e vemos televisão sem qualquer problema, se estivermos ligados à internet. Os jornais ainda se vão publicando em papel, mas a tendência é sempre para diminuir a sua procura em papel.
 
Os jovens já pouco lêem o que se vai escrevendo em jornais ou mesmo livros. E mesmo as páginas ou sites da internet têm visto diminuir drasticamente os seus visitantes. Hoje são as redes sociais, e entre estas dum modo especial o Facebook, que aumentam todos os dias os seus visitantes e comunicadores.
É, pois actual, o lema escolhido pela Igreja para a reflexão deste dia: "Redes Sociais: portais da verdade e da fé; novos espaços para a evangelização".
A Mensagem escrita para este 47 º Dia Mundial das Comunicações Sociais apresenta as redes sociais como meio de ajudar os homens e mulheres de hoje a encontrar Cristo e conhecer a Sua mensagem.
"Estes espaços (as redes sociais), quando bem e equilibradamente valorizados, contribuem para favorecer formas de diálogo e debate que, se realizados com respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade, podem reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana" – refere a citada Mensagem.
Tenho alguma experiência nestas redes e posso dizer que consegui reencontrar muitas das pessoas das minhas freguesias, que se ausentaram para os mais diversos lugares e países. Através do Facebook, posso contactá-las e trocar mensagens, fotos, vídeos, etc. E sei que tenho mais gente a procurar o que lá ponho diariamente, do que a escutar-me nas Missas do fim de semana.
Fonte: aqui

quinta-feira, 9 de maio de 2013

O Pároco do Mundo

Um "bom colégio de padres" - anedota contada por Bergoglio

Esta história foi contada por Jorge Bergoglio no livro-entrevista publicado em Portugal pelas Paulinas (Francesca Ambrogetti e Sergio Rubin, "Papa Francisco, Conversas com Jorge Bergoglio"), na página 42:

Um rapaz judeu era expulso de todas as escolas por ser indisciplinado, até que outro judeu recomenda ao pai um «bom colégio de padres». E anima-o, dizendo-lhe que, certamente, ali o irão endireitar. O pai aceita o conselho. Passa-se o primeiro mês e o rapaz porta-se muito bem, sem qualquer repreensão. Também não tem problemas de comportamento nos meses seguintes. O pai, levado pela curiosidade, foi ver o reitor para saber como é que ele conseguiu encarrilhá-lo. “Foi muito simples”, responde o sacerdote. “No primeiro dia agarrei-o por uma orelha e disse-lhe, apontando para o crucifixo: «Este era judeu como tu; se te portares mal, vai-te acontecer o mesmo»”.

Mas esta faz lembrar uma outra contada por Onésimo Teotónio de Almeida. Pode lê-la aqui.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

PIOR QUE IDIOTAS! SANSOS E TANSOS!



Albert Einstein:
"Temo o dia em que a tecnologia se sobreponha à humanidade. Então o mundo terá uma geração de idiotas."

(Enviado por email)

terça-feira, 7 de maio de 2013

Convite ao Terço

--
O Papa Francisco publicou hoje uma nova mensagem na sua conta da rede social Twitter para convidar as famílias à recitação da oração do rosário.
“Seria maravilhoso, no mês de maio, rezar juntos em família o terço. A oração faz com que a vida familiar torne-se ainda mais sólida”, refere o texto, em nove línguas, dirigido aos mais de seis milhões de seguidores do Papa.
O Rosário surgiu no século XII como substituto das preces e leituras da Liturgia das Horas para os monges iletrados, com as suas 150 ave-marias a corresponderem aos 150 salmos da Bíblia.
Cada uma das cinco séries de dez Ave-Marias que compõem o terço é introduzida pela enunciação e meditação de um episódio da vida de Cristo, seguida da oração do Pai-Nosso, terminando com o “’Glória’.
O Papa Francisco vai deslocar-se este sábado à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para presidir à oração do rosário a partir das 18h00 locais (menos uma em Lisboa), após ter já visitado de forma privada o local de culto a 14 de março, dia seguinte à sua eleição pontifícia.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Pois claro

Mais uma tradição quebrada por Francisco. E, desta vez, 4000 pessoas não devem gostar

O Papa Francisco decidiu não dar qualquer prémio aos quatro mil funcionários do Vaticano, como acontece habitualmente sempre que é escolhido um novo sucessor de S. Pedro para a cadeira de Roma. Em vez disso, uma parte da soma prevista para esses prémios será para uma instituição de caridade.

Li no "Público". Desconhecia o costume. E também li, num blogue, alguém que critica o Papa por fazer caridade com dinheiro alheio. Mas será mesmo alheio? Julgo que não. Era uma tradição, não um direito.

domingo, 5 de maio de 2013

Sabiam deste caso?

Papa Francisco e o milagre eucarístico de Buenos Aires



O atual Papa Francisco conduziu investigação para comprovar um dos maiores milagres eucarísticos da história recente, ocorrido em Buenos Aires em 1996.
Foi o chamado Milagre Eucarístico de Buenos Aires, onde uma Hóstia Consagrada tornou-se Carne e Sangue. O Cardeal Jorge Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires, hoje Papa Francisco, ordenou que se chamasse um fotógrafo profissional para tirar fotos do acontecimento para que os fatos não se perdessem. Depois foram conduzidas pesquisas de laboratório coordenadas pelo Dr. Castanon.
Os Estudos mostraram que a matéria colhida da Hóstia era uma parte do ventrículo esquerdo, músculo do coração de uma pessoa com cerca de 30 anos, sangue tipo AB de uma pessoa que tivesse sofrido muito com a morte, tendo sido golpeado e espancado. Os cientistas que realizaram o exame e os estudos não sabiam que era material proveniente de uma Hóstia Consagrada, isso só lhes foi revelado após a análise, e foram surpreendidos porque haviam encontrado glóbulos vermelhos, glóbulos brancos pulsando durante a análise, como se o material tivesse sido colhido direto de um coração ainda vivo.
A Hóstia Consagrada tornou-se Carne e Sangue
Às 19h de 18 de agosto de 1996, o Padre Alejandro Pezet celebrava a Santa Missa em uma igreja no centro comercial de Buenos Aires. Como estava já terminando a distribuição da Sagrada Comunhão, uma mulher veio até a ele e informou que tinha encontrado uma hóstia descartada em um candelabro na parte de trás da igreja. Chegando ao lugar indicado, o Padre Alejandro Pezet viu a hóstia profanada. Como ele não pudesse consumi-la, colocou-a em uma tigela com água, como manda a norma local, e colocou-a no Santuário da Capela do Santíssimo Sacramento, aguardando que dissolvesse na água.
Na segunda-feira, 26 de agosto, ao abrir o Tabernáculo, viu com espanto que a Hóstia havia se tornado uma substância sangrenta. Relatou o fato então ao Arcebispo local, Cardeal Dom Jorge Bergoglio, que determinou que a Hóstia fosse fotografada profissionalmente. As fotos foram tiradas em 6 de setembro de 1996. Mostram claramente que a Hóstia, que se tornou um pedaço de Carne sangrenta, tinha aumentado consideravelmente de tamanho.
Análises Clínicas
Durante anos, a Hóstia permaneceu no Tabernáculo e o acontecimento foi mantido em segredo estrito. Desde que a Hóstia não sofreu decomposição visível, o Cardeal Bergoglio decidiu mandar analisá-la cientificamente.
Uma amostra do Tecido foi enviado para um laboratório em Buenos Aires. O laboratório relatou ter encontrado células vermelhas e brancas do sangue e do tecido de um coração humano. O laboratório também informou que a amostra de Tecido apresentava características de material humano ainda vivo, com as células pulsantes como se estivessem em um coração.
Testes e análises clínicas: "Não há explicação científica"
Em 1999, foi solicitado ao Dr. Ricardo Castañón Gomez que realizasse alguns testes adicionais. Em 5 de outubro de 1999, na presença de representantes do Cardeal Bergoglio, o Dr. Castañón retirou amostras do tecido ensanguentado e enviou a Nova York para análises complementares. Para não prejudicar o estudo, propositalmente não foi informado à equipe de cientistas a sua verdadeira origem.
O laboratório relatou que a amostra foi recebida do tecido do músculo do coração de um ser humano ainda vivo.
Cinco anos mais tarde (2004), o Dr. Gomez contatou o Dr. Frederic Zugibe e pediu para avaliar uma amostra de teste, novamente mantendo em sigilo a origem da amostra. Dr. Zugibe, cardiologista renomado, determinou que a matéria analisada era constituída de "carne e sangue" humanos. O médico declarou o seguinte:
"O material analisado é um fragmento do músculo cardíaco que se encontra na parede do ventrículo esquerdo, músculo é responsável pela contração do coração. O ventrículo cardíaco esquerdo bombeia sangue para todas as partes do corpo. O músculo cardíaco tinha uma condição inflamatória e um grande número de células brancas do sangue, o que indica que o coração estava vivo no momento da colheita da amostra, já que as células brancas do sangue morrem fora de um organismo vivo. Além do mais, essas células brancas do sangue haviam penetrado no tecido, o que indica ainda que o coração estava sob estresse severo, como se o proprietário tivesse sido espancado."
Evidentemente, foi uma grande surpresa para o cardiologista saber a verdadeira origem do tecido. Dois cientistas australianos, o cientista Mike Willesee e o advogado Ron Tesoriero, testemunharam os testes. Ao saberem de onde a amostra tinha sido recolhida, demonstraram grande surpresa. Racional, Mike Willesee perguntou ao médico por quanto tempo as células brancas do sangue teriam permanecido vivas se tivessem vindo de um pedaço de tecido humano que permaneceu na água. "Elas deixariam de existir em questão de minutos", disse o Dr. Zugibe. O médico foi então informado que a fonte da Amostra fora inicialmente deixada em água durante um mês e, em seguida, durante três anos em um recipiente com água destilada, sendo depois retirada para análise.
Dr. Mike Willesee Zugibe declarou que não há maneira de explicar cientificamente este fato: "Como e por que uma Hóstia Consagrada pode mudar e tornar-se Carne e Sangue humanos? Permanece um mistério inexplicável para a ciência, um mistério totalmente fora da minha jurisdição".