Agenda Paroquial:

segunda-feira, 31 de março de 2014

Guia para uma boa confissão

Sugestões para viver melhor o sacramento da Reconciliação

Muitas pessoas buscam a confissão sem antes ter examinado profundamente sua consciência. E assim, perdem a oportunidade de um perdão total e a graça que renova até as raízes da existência.

Examinar a consciência para pedir perdão a Deus pelos pecados cometidos é, em primeiro lugar, colocar-se diante dele para que a sua misericórdia nos toque e, tocados pelo amor do Deus que perdoa, abrir-se ao arrependimento e ao perdão.

As sugestões a seguir são uma ajuda para quem pretende se confessar de maneira profunda, mas sempre partindo da graça de Deus, que nos leva à contrição.

Antes de fazer este exame de consciência, precisamos nos colocar na presença de Deus para orar com confiança ao Senhor, pedindo-lhe que nos ilumine, que nos faça reconhecer sua misericórdia, conscientizar-nos de que Ele nos livrou da escravidão do pecado pela morte na cruz e, assim, que reconheçamos os nossos pecados.

Depois desta oração inicial, podemos nos perguntar sobre a nossa vida e nossos atos concretos do cotidiano. As perguntas a seguir podem ser uma guia neste exame pessoal:


Veja aqui

domingo, 30 de março de 2014

A propósito do 4º Domingo da Quaresma...


• Pode ler aqui as leituras do 4º Domingo da Quaresma.

• Oferecemos algumas pistas de reflexão e ação.

• Nós, os crentes, não podemos fechar-nos num pessimismo estéril, decidir que o mundo “está perdido” e que à nossa volta só há escuridão… No entanto, também não podemos esconder a cabeça na areia e dizer que tudo está bem. Há, objectivamente, situações, instituições, valores e esquemas que mantêm o homem encerrado no seu egoísmo, fechado a Deus e aos outros, incapaz de se realizar plenamente. O que é que, no nosso mundo, gera escuridão, trevas, alienação, cegueira e morte? O que é que impede o homem de ser livre e de se realizar plenamente, conforme previa o projecto de Deus?

• A catequese que João nos propõe hoje garante-nos: a realização plena do homem continua a ser a prioridade de Deus. Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio ao encontro dos homens e mostrou-lhes a luz libertadora: convidou-os a renunciar ao egoísmo e auto-suficiência que geram “trevas”, sofrimento, escravidão e a fazerem da vida um dom, por amor. Aderir a esta proposta é viver na “luz”. Como é que eu me situo face ao desafio que, em Jesus, Deus me faz?

• O Evangelho deste domingo descreve várias formas de responder negativamente à “luz” libertadora que Jesus oferece. Há aqueles que se opõem decididamente à proposta de Jesus porque estão instalados na mentira e a “luz” de Jesus só os incomoda; há aqueles que têm medo de enfrentar as “bocas”, as críticas, que se deixam manipular pela opinião dominante, e que, por medo, preferem continuar escravos do que arriscar ser livres; há aqueles que, apesar de reconhecerem as vantagens da “luz”, deixam que o comodismo e a inércia os prendam numa vida de escravos… Eu identifico-me com algum destes grupos?

• O cego que escolhe a “luz” e que adere incondicionalmente a Jesus e à sua proposta libertadora é o modelo que nos é proposto. A Palavra de Deus convida-nos, neste tempo de Quaresma, a um processo de renovação que nos leve a deixar tudo o que nos escraviza, nos aliena, nos oprime – no fundo, tudo o que impede que brilhe em nós a “luz” de Deus e que impede a nossa plena realização. Para que a celebração da ressurreição – na manhã de Páscoa – signifique algo, é preciso realizarmos esta caminhada quaresmal e renascermos, feitos Homens Novos, que vivem na “luz” e que dão testemunho da “luz”. O que é que eu posso fazer para que isso aconteça?

• Receber a “luz” que Cristo oferece é, também, acender a “luz” da esperança no mundo. O que é que eu faço para eliminar as “trevas” que geram sofrimento, injustiça, mentira e alienação? A “luz” de Cristo do dia em que fui baptizado brilha em mim e ilumina o mundo?
Fonte: aqui

sábado, 29 de março de 2014

Tem dúvidas sobre a Confissão? O Papa Francisco responde


A Confissão é uma grande e maravilhosa oportunidade
de curar a alma e o coração
Papa Francisco confessa-se na Basílica de S. Pedro, em Roma

Em uma das suas catequeses, o Papa falou precisamente daconfissão, um sacramento muitas vezes considerado “fora de moda” e cada vez menos praticado. No entanto, ela é um meio concreto para viver uma experiência da misericórdia do Deus vivo, que liberta o nosso coração do peso do pecado que nos oprime.

Deixemo-nos ensinar pelo Santo Padre, que responde de maneira muito simples e direta a várias objeções que costumamos colocar ao sacramento da Reconciliação.

Os trechos a seguir são palavras do Papa Francisco. O texto completo pode ser lido clicando aqui. Aqui, apenas colocamos alguns títulos, para que identifiquemos melhor seu conteúdo.

Para que serve o sacramento da Confissão?

O Sacramento da Reconciliação é um Sacramento de cura. Quando me confesso é para me curar, para curar a minha alma, o meu coração e algo de mal que cometi. O ícone bíblico que melhor os exprime, no seu vínculo profundo, é o episódio do perdão e da cura do paralítico, onde o Senhor Jesus se revela médico das almas e, ao mesmo tempo, dos corpos (cf. Mc 2, 1-12; Mt 9, 1-8; Lc 5, 17-26).

A celebração deste sacramento é um ato eclesial?

Ao longo do tempo, a celebração deste Sacramento passou de uma forma pública — porque no início era feita publicamente — para a pessoal, para a forma reservada da Confissão. Contudo, isto não deve fazer-nos perder a matriz eclesial, que constitui o contexto vital.

Com efeito, a comunidade cristã é o lugar onde o Espírito se torna presente, que renova os corações no amor de Deus, fazendo de todos os irmãos um só em Cristo Jesus. Eis, então, por que motivo não é suficiente pedir perdão ao Senhor na nossa mente e no nosso coração, mas é necessário confessar humilde e confiadamente os nossos pecados ao ministro da Igreja.

Por que precisamos nos confessar na frente de um padre?

Na celebração deste Sacramento, o sacerdote não representa apenas Deus, mas toda a comunidade, que se reconhece na fragilidade de cada um dos seus membros, que ouve comovida o seu arrependimento, que se reconcilia com eles, os anima e acompanha ao longo do caminho de conversão e de amadurecimento humano e cristão.

Podemos dizer: eu só me confesso com Deus. Sim, podes dizer a Deus "perdoa-me", e confessar os teus pecados, mas os nossos pecados são cometidos também contra os irmãos, contra a Igreja. Por isso, é necessário pedir perdão à Igreja, aos irmãos, na pessoa do sacerdote.

Eu sinto vergonha de me confessar, o que faço?

"Mas padre, eu tenho vergonha...". Até a vergonha é boa, é saudável sentir um pouco de vergonha, porque envergonhar-se é bom. Quando uma pessoa não se envergonha, no meu país dizemos que é um "sem-vergonha": um "sin verguenza". Mas até a vergonha faz bem, porque nos torna mais humildes, e o sacerdote recebe com amor e com ternura esta confissão e, em nome de Deus, perdoa.

A confissão também é um momento de desabafo humano?

Até do ponto de vista humano, para desabafar, é bom falar com o irmão e dizer ao sacerdote estas coisas, que pesam muito no nosso coração. E assim sentimos que desabafamos diante de Deus, com a Igreja e com o irmão.

Não tenhais medo da Confissão! Quando estamos em fila para nos confessarmos, sentimos tudo isto, também a vergonha, mas depois quando termina a Confissão sentimo-nos livres, grandes, bons, perdoados, puros e felizes. Esta é a beleza da Confissão!

Uma pergunta do Papa também para quem está lendo este texto:

Gostaria de vos perguntar — mas não o digais em voz alta; cada um responda no seu coração: quando foi a última vez que te confessaste? Cada um pense nisto... Há dois dias, duas semanas, dois anos, vinte anos, quarenta anos? Cada um faça as contas, mas cada um diga: quando foi a última vez que me confessei? E se já passou muito tempo, não perca nem sequer um dia; vai, que o sacerdote será bom contigo. É Jesus que está ali presente, e é mais bondoso que os sacerdotes, Jesus receber-te-á com muito amor. Sê corajoso e vai confessar-te!
Fonte: aqui

quinta-feira, 27 de março de 2014

DÁ QUE PENSAR. TANTA DESEDUCAÇÃO....!

Eu amei-vos o suficiente...



Um dia, quando os meus filhos forem suficientemente crescidos para entenderem a lógica que motiva um pai, hei-de dizer-lhes:

- amei-vos o suficiente para ter perguntado: onde vão, com quem vão, e a que horas regressam a casa?

- amei-vos o suficiente para ter insistido em que juntassem o vosso dinheiro e comprassem uma bicicleta, mesmo que eu tivesse possibilidade de a comprar.

- amei-vos o suficiente para ter ficado em silêncio, para vos deixar descobrir que o vosso novo amigo não era boa companhia.

- amei-vos o suficiente para vos obrigar a pagar a pastilha que “tiraram” da mercearia e dizerem ao dono: “Eu roubei isto ontem e queria pagar”.

- amei-vos o suficiente para ter ficado em pé, junto de vós, durante 2 horas, enquanto limpavam o vosso quarto (tarefa que eu teria realizado em 15 minutos).

- amei-vos o suficiente para vos deixar ver fúria, desapontamento e lágrimas nos meus olhos.

- amei-vos o suficiente para vos deixar assumir a responsabilidade das vossas acções, mesmo quando as penalizações eram tão duras que me partiam o coração.

- Mais do que tudo, amei-vos o suficiente para vos dizer NÃO quando sabia que me iríeis odiar por isso.

Estou contente, venci. Porque, no final, vocês venceram também. E, qualquer dia, quando os vossos filhos forem suficientemente crescidos para entenderem a lógica que motiva os pais, vocês hão-de dizer-lhes, quando eles vos perguntarem se os vossos pais eram maus …que sim, que éramos maus, que éramos os pais piores do mundo:

- «Os outros miúdos comiam doces ao pequeno almoço; nós tínhamos de comer cereais, ovos, tostas.

- Os outros miúdos bebiam Pepsi ao almoço e comiam batatas fritas; nós tínhamos de comer sopa, o prato e fruta. E – não vão acreditar – os nossos pais obrigavam-nos a jantar à mesa, ao contrário dos outros pais.

- Os nossos pais insistiam em saber onde nós estávamos a todas as horas. Era quase uma prisão.

- Eles tinham de saber quem eram os nossos amigos, e o que fazíamos com eles.

- Eles insistiam em que lhes disséssemos que íamos sair, mesmo que demorássemos só uma hora ou menos.

- Nós tínhamos vergonha de admitir, mas eles violaram as leis de trabalho infantil: tínhamos de lavar a loiça, fazer as camas, lavar a roupa, aprender a cozinhar, aspirar o chão, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis. Acho que eles nem dormiam a pensar em coisas para nos mandarem fazer.

- Eles insistiam sempre connosco para lhes dizermos a verdade, apenas a verdade e toda a verdade.

- Na altura em que éramos adolescentes, eles conseguiam ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata.

- Os pais não deixavam os nossos amigos buzinarem para nós descermos. Tinham de subir, bater à porta, para eles os conhecerem.

- Enquanto toda a gente podia sair à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16.

- Por causa dos nossos pais, perdemos imensas experiências da adolescência. Nenhum de nós, alguma vez, esteve envolvido em roubos, actos de vandalismo, violação de propriedade, nem foi preso por nenhum crime. Foi tudo por causa deles.

Agora que já saímos de casa, somos adultos, honestos e educados; estamos a fazer o nosso melhor para sermos “maus pais”, tal como os nossos pais foram».
Fonte: aqui

quarta-feira, 26 de março de 2014

Cristão é aquele que...

CRISTO ... CRISTÃO


Cristão é o que:
- Acredita em Jesus Cristo
- Aceita e acolhe Jesus Cristo
- Segue Jesus Cristo
- Anuncia Jesus Cristo
E "quem nos pode separar do amor de Cristo?"
Nada. Ninguém:
- Nem a morte, nem a vida;
- Nem a altura nem a profundidade;
- Nem o pecado, nem o escândalo dos outros;
- Nem a ciência, nem a ignorância;
- Nem os defeitos, nem as virtudes dos outros;
- Nem a cor, nem a condição social;
- Nada, nem ninguém.

A nossa fé é em Cristo. E Cristo não desilude, não afasta, não engana, não falha, não Se cansa, não desiste, não abandona.
Não adores nunca mais Ninguém! Só a ELE!

Se a nossa fé está fundada no alicerce super-sólido que é Cristo, então:
- Exigimos mais a nós mesmos do que aos outros;
- Compreendemos as limitações e falhas dos outros;
- Não fugimos dos outros;
- Não vemos no pecador um muro que nos afasta, mas um irmão a pedir a nossa ajuda;
- Não ficamos no mensageiro mas caminhamos Aquele que o mensageiro anuncia;
- Não endeusamos pessoas nem as coisas;
- Sentimos cada vez mais necessidade da comunidade, apesar das falhas, defeitos e incoerências, nossas ou dos outros;
- Sabemos perdoar assim como Ele nos perdoa;
- Não vemos o outro como um inimigo, mas como irmão.

terça-feira, 25 de março de 2014

UMA ENCHENTE. COMO NUNCA SE VAI VER MAIS. SIGAMOS O ACONTECIMENTO.

João XXIII/João Paulo II; Milhões na canonização

Santa Sé organiza centro de imprensa para celebrações de abril

D.R.
Cidade do Vaticano, 24 mar 2014 (Ecclesia) – O Vaticano espera mais de cinco milhões de peregrinos para as canonizações de João Paulo II e João XXII a 27 de abril, primeiro domingo após a Páscoa.
O portal de notícias ‘news.va’ destaca que as celebrações vão contar com um centro de imprensa especial, entre os dias 10 e 30 de abril, à imagem do que aconteceu durante o Conclave de março de 2013, quando se reuniram mais de 7 mil jornalistas para a cobertura do evento.
O anúncio da data da cerimónia de canonização de João Paulo II e João XXIII foi anunciada pelo Papa Francisco a 30 de setembro do último ano, após consistório ordinário público.
O dia escolhido coincide com o segundo domingo do tempo pascal, da Divina Misericórdia, celebração instituída por João Paulo II e na véspera da qual o Papa polaco faleceu, em 2005.
"Fazer a cerimónia de canonização dos dois juntos quer ser uma mensagem para a Igreja: estes dois são bons, eles são bons, são dois bons", disse Francisco aos jornalistas, durante a viagem de regresso do Brasil, em julho, pouco depois de ter reconhecido oficialmente um segundo milagre atribuído à intercessão de João Paulo II.
O atual Papa aprovou a canonização de João XXIII, falecido há 50 anos, após ter recebido o parecer favorável da Congregação para as Causas dos Santos, dispensando o reconhecimento de um novo milagre.
João Paulo II foi proclamado beato por Bento XVI a 1 de maio de 2011, na Praça de São Pedro.
A penúltima etapa para a declaração da santidade, na Igreja Católica, concluiu uma primeira fase de trabalhos, iniciada em maio de 2005, incluindo o processo relativo à cura da freira francesa Marie Simon-Pierre, que o Vaticano considerou um milagre, depois do repentino desaparecimento da doença de Parkinson na religiosa.
Karol Jozef Wojtyla, eleito Papa a 16 de outubro de 1978, nasceu em Wadowice (Polónia), a 18 de maio de 1920, e morreu no Vaticano, a 2 de abril de 2005.
A Igreja Católica celebra a memória litúrgica de João Paulo II a 22 de outubro, data que assinala o dia de início de pontificado de Karol Wojtyla, em 1978, pouco depois de ter sido eleito Papa.
Angelo Giuseppe Roncalli nasceu em 1881 na localidade de Sotto il Monte, Bérgamo, onde foi pároco, professor no Seminário, secretário do bispo e capelão do exército durante a I Guerra Mundial.
João XXIII iniciou a sua carreira diplomática como visitador apostólico na Bulgária, de 1925 a 1935; foi depois delegado apostólico na Grécia e Turquia, de 1935 a 1944, e Núncio Apostólico na França, de 1944 a 1953.
Em 1953, Angelo Roncalli foi nomeado patriarca de Veneza e no dia 28 de outubro de 1958 foi eleito Papa, sucedendo a Pio XII.
João XXIII foi declarado beato pelo Papa João Paulo II no dia 3 de setembro de 2000.
A canonização, ato reservado ao Papa, é a confirmação por parte da Igreja de que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
OC
Agência Ecclesia

segunda-feira, 24 de março de 2014

NÃO É PARA TODOS A FIBRA ÓPTICA! QUE CRITÉRIOS? PERTENCER AO DITO CENTRO DA FREGUESIA E/OU VILA?

FIBRA ÓPTICA CHEGA, FINALMENTE, AO PICO. E NA PRÁTICA. HOJE, EXACTAMENTE HOJE, A PRIMEIRA CASA A TER INSTALAÇÃO DESTA ÚLTIMA GERAÇÃO DE COMUNICAÇÕES É A REPARTIÇÃO DE FINANÇAS DA MADALENA DO PICO.
MAS TAMBÉM JÁ SABEMOS QUE HAVERÁ CIDADÃOS DE PRIMEIRA E DE SEGUNDA QUANTO AO ACESSO A ESTE BEM DE CONSUMO TECNOLÓGICO POR ESTAS FREGUESIAS ABAIXO E ACIMA. E PAGANDO OS MESMOS IMPOSTOS. QUE DEUS NOS DÊ PACIÊNCIA!

UMA MENSAGEM INTEMPORAL

Samaritana, plebeia de Sicar

«Vir à fonte. Ir em frente». 
Mergulhados, no coração da Quaresma, meditamos nesta cena maravilhosa, do encontro de Jesus, cara a cara, com a samaritana. Ela é, na verdade, a «musa inspiradora» deste nosso caminhar sobre as águas do Batismo.
 (Veja AQUI o diálogo entre Cristo e a Samaritana)
 
1. Vir à fonte!
Vede: uma mulher da Samaria, essa terra negra de perdição, vai à fonte, em busca de água para beber, mesmo se o cântaro, à cabeça ou na mão, é apenas um pretexto, para mais um encontro, quem sabe, pouco edificante. Mas lá vai… um dia e outro dia. E tantas vezes, na sua sede, vai o cântaro à fonte, que um dia lá deixa a asa… Eis que lá está, junto ao poço de Jacob, Quem ela, no fundo de si mesma mais procura, mas que, por agora, desconhece e não esperaria, com certeza, ver por ali. Nesta mulher, insatisfeita, está o retrato da nossa sede, pois “não há homem, nem mulher que, na sua vida, não se encontre, como ela, ao lado de um poço, com uma ânfora vazia, na esperança de encontrar, que seja satisfeito o desejo mais profundo do coração, o único que pode dar significado pleno à existência. Hoje são muitos os poços que se oferecem à sede do homem, mas é preciso discernir para evitar águas poluídas. É urgente orientar bem a busca, para não ser vítima de desilusões, que podem arruinar”(SÍNODO DOS BISPOS 2012, Mensagem ao Povo de Deus, n.1). E, por isso, “nos desertos desta vida, há sobretudo a necessidade de pessoas de fé que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra prometida, mantendo viva a esperança” (Bento XVI, Homilia, 11.10.2012; cit. por Papa Francisco, E.G. 86).
2. Encontrar Cristo, água viva
E ali está Jesus, com sede da sede daquela mulher! E nós havemos de O contemplar, uma e outra vez, “para conseguirmos um diálogo parecido com aquele que o Senhor teve com a Samaritana, junto do poço onde ela procurava saciar a sua sede” (E.G.72). “Como Jesus no poço de Sicar, também a Igreja deve sentar-se ao lado dos homens e mulheres deste tempo, para tornar presente o Senhor na sua vida, para que O possam encontrar, porque só o seu espírito é a água que dá a vida verdadeira e eterna. Só Jesus é capaz de ler no fundo do nosso coração e de nos revelar a nossa verdade: «Disse-me tudo o que fiz», confessa a mulher aos seus concidadãos” (SÍNODO DOS BISPOS 2012, Mensagem ao Povo de Deus, n.1).
3. E daí, toca a “Ir em frente”.
Quem recebeu a vida nova do encontro com Jesus, não pode deixar de se tornar anunciador de verdade e de esperança, para os outros. A pecadora convertida torna-se mensageira de salvação e conduz a Jesus toda a cidadeNa verdade, “a Samaritana, logo que terminou o seu diálogo com Jesus, tornou-se missionária, e muitos samaritanos acreditaram em Jesus «devido às palavras da mulher»” (E.G. 120). Também nisto, ela nos inspira, a ser «pessoas-cântaropara dar de beber aos outros» (E.G.86). E o Papa Francisco não deixa de insistir: “Em virtude do Batismo recebido, cada membro do povo de Deus tornou-se discípulo missionário” E explica: “se uma pessoa experimentou verdadeiramente o amor de Deus que o salva, não precisa de muito tempo de preparação para sair a anunciá-lo, não pode esperar que lhe deem muitas lições ou longas instruções! Por isso, não digamos mais que somos discípulos e missionários, mas sempre que somos «discípulos missionários»” (cf. EG 120).
Irmãos caríssimos: lembrai-vos disto: «Quem não tem fé não mata a sede! Mas quem tem a graça de a ter, está ligado a uma tarefa enorme: dar desta água bebida um testemunho ao longo de toda a sua vida» (Erri di Luca, Caroço de azeitona.,66). “Por que esperamos nós” (E.G.120)?
 Fonte: aqui

domingo, 23 de março de 2014

Tema do 3º Domingo da Quaresma - Ano A



A Palavra de Deus que hoje nos é proposta afirma, essencialmente, que o nosso Deus está sempre presente ao longo da nossa caminhada pela história e que só Ele nos oferece um horizonte de vida eterna, de realização plena, de felicidade perfeita.
A primeira leitura mostra como Jahwéh acompanhou a caminhada dos hebreus pelo deserto do Sinai e como, nos momentos de crise, respondeu às necessidades do seu Povo. O quadro revela a pedagogia de Deus e dá-nos a chave para entender a lógica de Deus, manifestada em cada passo da história da salvação.
A segunda leitura repete, noutros termos, o ensinamento da primeira: Deus acompanha o seu Povo em marcha pela história; e, apesar do pecado e da infidelidade, insiste em oferecer ao seu Povo – de forma gratuita e incondicional – a salvação.
O Evangelho também não se afasta desta temática… Garante-nos que, através de Jesus, Deus oferece ao homem a felicidade (não a felicidade ilusória, parcial e falível, mas a vida eterna). Quem acolhe o dom de Deus e aceita Jesus como “o salvador do mundo” torna-se um Homem Novo, que vive do Espírito e que caminha ao encontro da vida plena e definitiva.


Padres Dehonianos

sábado, 22 de março de 2014

Não tem hora fixa

A PRIMAVERA CHEGA ESTE DIA 20 DE MARÇO ÀS 15:57 HORAS (Hora do Açores)


A primavera chega nesta quinta-feira à tarde, quando o dia é exatamente do tamanho da noite em todo o planeta e o sol atravessa o equador, com previsões de um dia com sol, mas também com chuva.

Diz o Instituto Português do Mar e da Atmosfera que estão previstas nuvens até ao final da manhã no litoral oeste e que de tarde as nuvens e talvez a chuva regressam ao interior norte e centro. Vai também ficar mais frio.

É num dia assim, à tardinha, que chega a primavera, quando forem 15:57. Suzana Ferreira, astrónoma do Observatório Astronómico de Lisboa, explica que todos os anos o início da estação difere (por vezes é no dia 21), devido ao alinhamento da terra em relação ao sol e também porque a terra não é um círculo perfeito nem o seu movimento é igual.

Previsões metereológicas A hora do início do equinócio da primavera depende portanto desses ajustamentos devido ao eixo de rotação do planeta e o mesmo acontece nas outras três estações. Os dias vão agora começar a ficar cada vez maiores até ao Equinócio do outono, quando voltam a ser iguais às noites.

São os únicos momentos em que tal acontece. No hemisfério sul, na cidade de Ushuaia, Argentina, uma das mais a sul do planeta, o sol vai nascer às 10:30 e pôr-se às 22:46. E no ponto mais setentrional (a norte), numa pequena localidade da ilha de Spitsbergen chamada Longyerbyen, o sol nasce às 04:52 e põe-se às 17:21. Doze horas em ambos os casos.

Mas lembra Suzana Ferreira que, excetuando quem vive na linha do equador, tudo muda a seguir. Se em Portugal os dias vão ficando maiores à razão de um minuto em cada 24 horas, naqueles locais a diferença é de 15 minutos diários. Quando chegar o verão de Portugal, Longyerbyen terá dias intermináveis e Ushuaia a noite mais longa.

«Nos dias a seguir e nos anteriores (à primavera) as diferenças são mínimas em Portugal», diz a responsável, citada pela Lusa, palavras que indicam uma chegada discreta de uma estação que simbolizava o início do verão (que chega oficialmente a 21 de junho).

A palavra deriva da expressão em latim «primo ver», ou primeiro verão.

É na verdade associada aos dias de sol, ao renascer da natureza e ao calor. Mas também às alergias provocadas pelos pólenes, cada vez mais agressivos devido à poluição, de acordo com especialistas.

E é ainda ela que determina a Páscoa, que é marcada para o domingo que se seguir à primeira noite de lua cheia após o equinócio.

Tirando as alergias, é por norma uma estação do agrado dos portugueses e antecede também outro momento normalmente apreciado, a mudança da hora, no último domingo do mês, quando o sol se põe, de um dia para o outro, uma hora mais tarde.

Cuidado com os pólenes das árvores

De acordo com o boletim polínico da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, o alerta vai particularmente para os pólenes de árvores.

Entre eles, o cipreste, o plátano pinheiro, a azinheira e outros carvalhos.

Destaque ainda para a erva parietária, sobretudo, na região da Estremadura.

Para os arquipélagos dos Açores e da Madeira preveem-se baixas concentrações de pólen.

Para evitar graves crise alérgicas, os especialistas defendem a prevenção ainda durante o inverno.


Fonte: aqui

sexta-feira, 21 de março de 2014

Coisas estabelecidas

HORA DE VERÃO

Foto: MUDANÇA DA HORA

A 30 de Março, muda hora e os relógios avançam 60 minutos quando for 1h da manhã.
MUDANÇA DA HORA
A 30 de Março, muda a hora e os relógios avançam 60 minutos quando for 0 horas.

quinta-feira, 20 de março de 2014

COMO VAI...

Nesta Quaresma, como vai de renúncias?

Renúncia!
Sim! Eu renuncio...
Eis o plano e a palavra da Quaresma.
Eis o caminho para a minha Quaresma.

Jesus dá o mote, desde o princípio,
No deserto, ante a tentação
Diante do tentador...
Dá-nos o exemplo
Para fazer de Deus, em todo o tempo,
A prioridade maior,
Primazia à Palavra do Senhor!

Sim! Renunciar!
Porque unidos no amor,
Juntos contra a fome.
Há uma só família humana, 
alimento é para todos.

Sim! Esta Quaresma é tempo de renunciar!
Não é fugir ou evadir-se,
Escapar ou deixar...
É em tudo confiar no Deus que é Amor.

Renunciar à riqueza material,
Ao poder vazio de sentido...
Renunciar ao espectacular atractivo,
À razão só racional.
Ser rico de sentimento
E à Palavra dar todo o assentimento.

Renunciar é mais que palavra de ordem,
É a inteireza da mensagem.
Arrisca renunciar
E conseguirás ao Amor chegar.

Na Igreja há uma caixa,
A caixa da renúncia,
Não saiba a tua mão esquerda 
O que faz a direita.
As tuas renúncias
Ali vais colocar
Para o teu irmão pobre amar.

Nesta Quaresma,
Amar é renunciar...
 A que renuncias na tua Quaresma?

quarta-feira, 19 de março de 2014

PENSAVAM QUE ERAM SÓ AS MULHERES?!

As sequelas do aborto nos homens

-
Os homens também sofrem as consequências de um aborto provocado

Todos os anos, desde 1974, realiza-se em Washington a "Marcha pelaVida", um ato reivindicativo no qual se pede a revogação da lei Rose vs. Wade, com a qual o aborto foi legalizado nos Estados Unidos em 1973.

Já faz alguns anos que Chris Aubert participa desta marcha e de outra que acontece em sua cidade. Ele o faz consciente do valor da vida, depois de perceber que, ao invés dos 5 filhos que o fazem tão feliz, este número poderia ser de 7.

Em 1985, sua então namorada lhe disse que estava grávida e pensava em abortar. Ele lhe deu 200 dólares e saiu para ver uma partida de beisebol. Em 1991, a história se repetiu com outra namorada.

"Isso era totalmente irrelevante para mim", conta em seu blog. Ele acreditava que aqueles fatos não repercutiriam em sua vida, mas, um dia, na consulta ao ginecologista, ao lado de sua atual esposa, ele viu a ecografia de um dos seus filhos (desta vez, desejado) e sentiu um aperto no peito, um arrependimento profundo pelo que havia feito. "Se eu pudesse voltar no tempo, salvaria esses filhos – confessa. Há uma mancha que jamais se apagará da minha alma."

Vicky Thorn é ativista pró-vida desde antes da existência deste movimento como tal. Ela fundou o Projeto Raquel, que ajuda as mulheres após um aborto provocado. Mas também ajuda oshomens, ainda que, como explica, as sequelas desta prática neles ainda são um tabu, porque o aborto é considerado um "assunto de mulheres".

Ao não permitir o nascimento de um filho, Thorn descreve uma dupla reação nos homens: por um lado, existem os que, ao ter filhos desejados, acabam sendo superprotetores e vivem em constante angústia e medo de que lhes aconteça algo ruim. Por outro, existem os que passam por um inferno no mundo do álcool, drogas, adições sexuais e autodestruição.

A experiência de Thorn é que, após a perda, o homem passa pelas seguintes etapas: ira, raiva, frustração, sofrimento profundo, arrependimento e tristeza.

"Custa-lhes acreditar que olharam para o outro lado", afirma. A estes sentimentos se une a vergonha por terem permitido que arrancassem seus filhos deles, os filhos que deveriam ter protegido.

Outra das ideias que apoia esta suposta desvinculação do homem da paternidade é a de que "se trata do corpo da mulher e por isso é ela quem deve decidir".

"Uma gravidez é um assunto dos dois e é preciso que conversem sobre isso – mais ainda quando a gravidez é indesejada. Não se pode deixar o homem de lado", diz Samuel, quem, dentro de apenas 4 meses, será pai, aos 20 anos de idade.

Nem seus pais, nem os pais da sua namorada, nem sua namorada trabalham. Mesmo assim, estão felizes, ainda que preocupados pelo futuro. Por isso, recorreram à Red Madre, organização que se encarrega de oferecer todo o necessário para que não falte nada à criança.

Mas a mentira sobre o papel do homem na procriação se espalha como uma mancha de óleo. Neste pilar se apoiam muitos abortistas para empunhar seus argumentos, fundamentados em uma profunda visão feminista.

O site da clínica Dator, ao falar de "Homem e aborto", começa o texto afirmando: "É a mulher quem deve tomar a decisão final sobre fazer ou não um aborto".

Ondina Vélez, médica e membro do Instituto CEU de Estudos da Família, afirma que os homens se sentem muito feridos após umaborto, de tal forma que, em muitos casos, podem inclusive romper seu relacionamento com sua parceira.

"Em muitos casais, a atitude mais frequente é que os homens fiquem ansiosos e aceitem a decisão delas, precisamente porque sentem que 'o aborto é coisa de mulheres' e que eles não têm direito de opinar."

Dois dos clientes atendidos por Ondina não concordavam em se desfazer do filho que estava a caminho. "Pouco tempo depois, terminaram o relacionamento com suas parceiras", contou a médica.

São os que, ou olham para o outro lado, ou induzem a mulher a fazer um aborto. Parece difícil se desvincular dessa má publicidade sobre o assunto. No entanto, os homens também são vítimas de um ambiente que muitas vezes os pressiona. Como afirma Thorn, "foram incentivados a permitir que ela escolhesse, quando na verdade eles queriam ser pais".
Fonte: aqui

terça-feira, 18 de março de 2014

AS VÁRIAS MISÉRIAS

A miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual


Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual.
 
miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiénicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo. O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.

Não menos preocupante é a miséria moralque consiste em tornar-se
escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspetivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se veem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína económica, anda sempre associada com a miséria espiritualque nos atinge quando nos afastamos de Deus e
recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos autossuficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.
O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.

(Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma)

segunda-feira, 17 de março de 2014

Ornamentar a Igreja e altares. Para que se saiba que se faz bem na Paróquia.

Normas da Instrução Geral do Missal Romano,

sobre a ornamentação 


292.        Na ornamentação da igreja deve tender-se mais para a simplicidade do que para a ostentação. Na escolha dos elementos decorativos, procure-se a verdade das coisas e o que contribua para a formação dos fiéis e para a dignidade de todo o lugar sagrado.
295.        O presbitério é o lugar onde sobressai o altar, onde se proclama a palavra de Deus e onde o sacerdote, o diácono e os outros ministros exercem as suas funções. Deve distinguir-se oportunamente da nave da igreja, ou por uma certa elevação, ou pela sua estrutura e ornamento especial. Deve ser suficientemente espaçoso para que a celebração da Eucaristia se desenrole comodamente e possa ser vista.
296.        O altar, em que se torna presente sob os sinais sacramentais o sacrifício da cruz, é também a mesa do Senhor, na qual o povo de Deus é chamado a participar quando é convocado para a Missa; o altar é também o centro da acção de graças celebrada na Eucaristia.
297.        A celebração da Eucaristia em lugar sagrado faz-se sobre o altar; fora do lugar sagrado, também pode ser celebrada sobre uma mesa adequada, coberta sempre com uma toalha e o corporal, e com a cruz e os candelabros.
299.        Onde for possível, o altar principal deve ser construído afastado da parede, de modo a permitir andar em volta dele e celebrar a Missa de frente para o povo. Pela sua localização, há-de ser o centro de convergência, para o qual espontaneamente se dirijam as atenções de toda a assembleia dos fiéis[114]. Normalmente deve ser fixo e dedicado.
302.     Mantenha-se oportunamente o uso de colocar sob o altar que vai ser dedicado relíquias de Santos, ainda que não sejam Mártires. Mas tenha-se o cuidado de verificar a autenticidade dessas relíquias.
303.        Na construção de novas igrejas deve erigir-se um só altar, que significa na assembleia dos fiéis que há um só Cristo e que a Eucaristia da Igreja é só uma. Nas igrejas já construídas, quando nelas existir um altar antigo situado de tal modo que torne difícil a participação do povo, e que não se possa transferir sem detrimento dos valores artísticos, construa-se com arte outro altar fixo, devidamente dedicado, e realizem-se apenas nele as celebrações sagradas. Para não desviar a atenção dos fiéis do novo altar, não se adorne de modo especial o altar antigo.
304.        Pela reverência devida à celebração do memorial do Senhor e ao banquete em que é distribuído o Corpo e o Sangue de Cristo, o altar sobre o qual se celebra deve ser coberto ao menos com uma toalha de cor branca, que, pela sua forma, tamanho e ornato, deve estar em harmonia com a estrutura do altar.
305.        Haja moderação na ornamentação do altar. No tempo do Advento ornamente-se o altar com flores com a moderação que convém à índole deste tempo, de modo a não antecipar a plena alegria do Natal do Senhor. No tempo da Quaresma não é permitido adornar o altar com flores. Exceptuam-se, porém, o domingo Laetare (IV da Quaresma), as solenidades e as festas. A ornamentação com flores deve ser sempre sóbria e, em vez de as pôr sobre a mesa do altar, disponham-se junto dele.
306.        Sobre a mesa do altar, apenas se podem colocar as coisas necessárias para a celebração da Missa, ou seja, o Evangeliário desde o início da celebração até à proclamação do Evangelho; e desde a apresentação dos dons até à purificação dos vasos, o cálice com a patena, a píxide, se for precisa, e ainda o corporal, o sanguinho e o Missal. Além disso, devem dispor-se discretamente os instrumentos porventura necessários para amplificar a voz do sacerdote.
307.        Os castiçais prescritos para cada acção litúrgica, em sinal de veneração e de celebração festiva (cf. n. 117), dispõem-se em cima do próprio altar ou em volta dele, como for mais conveniente, de acordo com a estrutura quer do altar quer do presbitério, de modo a formar um todo harmónico e a não impedir os fiéis de verem facilmente o que no altar se realiza ou o que nele se coloca.
308.        Sobre o altar ou junto dele coloca-se também uma cruz, com a imagem de Cristo crucificado, que a assembleia possa ver bem. Convém que, mesmo fora das acções litúrgicas, permaneça junto do altar uma tal cruz, para recordar aos fiéis a paixão salvadora do Senhor

domingo, 16 de março de 2014

UMA GRANDE JORNADA DE CARIDADE!

17 a 23 de março: Semana Nacional da Cáritas

“Unidos no amor, Juntos contra a fome” é o tema que a Cáritas propõe, este ano, para a Semana Nacional da Cáritas, que se assinala entre os dias 17 e 23 de março. A par de um conjunto de ações locais, muito vocacionadas para espaços de reflexão e debate com os cidadãos, esta iniciativa é ainda marcada pelo Peditório Público que se realizará em diversas cidades e estabelecimentos comerciais entre os dias de 20 a 23 de Março.
Este gesto público é de uma importância fulcral para a Cáritas, em Portugal, já que reverte a favor dos diferentes projetos sociais concretizados em cada uma das Cáritas Diocesanas do país. Para que o Peditório aconteça, milhares de voluntários saem à rua, apelando à generosidade e à partilha. “Um gesto comunitário e também de desafio já que lembra a cada português que todos estamos implicados na construção de uma sociedade mais justa e solidária. Sem o contributo de cada um de nós não poderá nunca haver uma verdadeira noção de bem comum”, explica Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa.

Este ano, o tema desta Semana está integrada na campanha internacional de luta contra a fome “Uma só família humana, alimento para todos”, promovida pela Caritas Internationalis, que tem por objetivo o combate à fome e ao desperdício alimentar, mas também alertar para o respeito inalienável pelo direito à alimentação.

Em Portugal, a Cáritas mantém-se firme no apoio à população, preferencialmente a mais carenciada, e irá dar continuidade ao trabalho que tem vindo a desenvolver, propondo caminhos de reconstrução para aqueles cujas vidas foram marcadas pela crise que está a deixar marcas indeléveis na nossa sociedade.

sábado, 15 de março de 2014

Tema do 2º Domingo da Quaresma - Ano A




No segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir: é o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projectos, da obediência total e radical aos planos do Pai.
O Evangelho relata a transfiguração de Jesus. Recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, o autor apresenta-nos uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projecto libertador em favor dos homens através do dom da vida. Aos discípulos, desanimados e assustados, Jesus diz: o caminho do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Segui-o, vós também.
Na primeira leitura apresenta-se a figura de Abraão. Abraão é o homem de fé, que vive numa constante escuta de Deus, que sabe ler os seus sinais, que aceita os apelos de Deus e que lhes responde com a obediência total e com a entrega confiada. Nesta perspectiva, ele é o modelo do crente que percebe o projecto de Deus e o segue de todo o coração.
Na segunda leitura, há um apelo aos seguidores de Jesus, no sentido de que sejam, de forma verdadeira, empenhada e coerente, as testemunhas do projecto de Deus no mundo. Nada – muito menos o medo, o comodismo e a instalação – pode distrair o discípulo dessa responsabilidade.


Padres Dehonianos

sexta-feira, 14 de março de 2014

Aprecio quem sabe dizer a verdade nua e crua nas ventas dos iluminados de Lisboa!

Carta a uma Geração Errada

Caros João Cravinho, Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix, Ferro Rodrigues, Sevinate Pinto, Vitor Martins e demais subscritores do manifesto pela reestruturação da divida publica: Que tal deixarem para a geração seguinte a tarefa de resolver os problemas gravíssimos que vocês lhes deixaram? É que as vossas propostas já não resolvem, só agravam os problemas. Que tal darem lugar aos mais novos?
Vi, ouvi, li, e não queria acreditar. 70 das mais importantes personalidades do país, parte substancial da nossa elite, veio propor que se diga aos credores internacionais o seguinte:
– Desculpem lá qualquer coisinha mas nós não conseguimos pagar tudo o que vos devemos, não conseguimos sequer cumprir as condições que nós próprios assinámos, tanto em juros como em prazos de amortizações!
Permitam-me uma pergunta simples e direta: Vocês pensaram bem no momento e nas consequências da vossa proposta, feita a menos de dois meses do anúncio do modo de saída do programa de assistência internacional?
Imaginaram que, se os investidores internacionais levarem mesmo a sério a vossa proposta, poderão começar a duvidar da capacidade e da vontade de Portugal em honrar os seus compromissos e poderão voltar a exigir já nos próximos dias um prémio de risco muito mais elevado pela compra de nova dívida e pela posse das obrigações que já detêm?
Conseguem perceber que, na hipótese absurda de o Governo pedir agora uma reestruturação da nossa dívida, os juros no mercado secundário iriam aumentar imediatamente e deitar a perder mais de três anos de austeridade necessária e incontornável para recuperar a confiança dos investidores, obrigando, isso sim, a um novo programa de resgate e ainda a mais austeridade, precisamente aquilo que vocês dizem querer evitar?
Conseguem perceber que, mesmo na hipótese absurda de os credores oficiais internacionais FMI, BCE e Comissão Europeia aceitarem a proposta, só o fariam contra a aceitação de uma ainda mais dura condicionalidade, ainda mais austeridade?
Conseguem perceber que os credores externos, nomeadamente os alemães, iriam imediatamente responder – Porque é que não começam por vocês próprios?
Os vossos bancos não têm mais de 25 por cento da vossa dívida pública nos seus balanços, mais de 40 mil milhões de euros, e o vosso Fundo de Capitalização da Segurança Social não tem mais de 8 mil milhões de euros de obrigações do Tesouro? Peçam-lhes um perdão parcial de capital e de juros.
Conseguem perceber que, neste caso, os bancos portugueses ficariam à beira da falência e a Segurança Social ficaria descapitalizada?
Nenhum de vós, subscritores do manifesto pela reestruturação da dívida pública, faria tal proposta se fosse Ministro das Finanças. E sobretudo não a faria neste delicadíssimo momento da vida financeira do país. Mesmo sendo uma proposta feita por cidadãos livres e independentes, pela sua projeção social poderá ter impacto externo e levar a uma degradação da perceção dos investidores, pela qual vos devemos responsabilizar desde já. Se isso acontecer, digo-vos que como cidadão contribuinte vou exigir publicamente que reparem o dano causado ao Estado.
Conseguem perceber porque é que o partido que pode ser Governo em breve, liderado por António José Seguro, reagiu dizendo apenas que se deve garantir uma gestão responsável da dívida pública e nunca falando de reestruturação?
Pergunto-vos também se não sabem que uma reestruturação de dívida pública não se pede, nunca se anuncia publicamente. Se é preciso fazer-se, faz-se. Discretamente, nos sóbrios gabinetes da alta finança internacional.
Aliás, vocês não sabem que Portugal já fez e continua a fazer uma reestruturação discreta da nossa dívida pública? Vitor Gaspar como ministro das Finanças e Maria Luis Albuquerque como Secretária de Estado do Tesouro negociaram com o BCE e a Comissão Europeia uma baixa das taxas de juro do dinheiro da assistência, de cerca de 5 por cento para 3,5 por cento. Negociaram a redistribuição das maturidades de 52 mil milhões de euros dos respetivos créditos para o período entre 2022 e 2035, quando os pagamentos estavam previstos para os anos entre 2015 e 2022, esse sim um calendário que era insustentável.
Ao mesmo tempo, juntamente com o IGCP dirigido por João Moreira Rato, negociaram com os credores privados Ofertas Públicas de Troca que consistem basicamente em convencê-los a receber o dinheiro mais tarde.
A isto chama-se um “light restructuring”, uma reestruturação suave e discreta da nossa dívida, que continua a ser feita mas nunca pode ser anunciada ao mundo como uma declaração de incapacidade de pagarmos as nossas responsabilidades.
Sabem que em consequência destas iniciativas, e sobretudo da correção dos défices do Estado, dos cortes de despesa pública, da correção das contas externas do país que já vai em quase 3 por cento do PIB, quase cinco mil milhões de euros de saldo positivo, os credores internacionais voltaram a acreditar em nós. De tal forma que os juros das obrigações do Tesouro a 10 anos no mercado secundário já estão abaixo dos 4,5 por cento.
Para os mais distraídos, este é o valor médio dos juros a pagar pela República desde que aderimos ao Euro em 1999. O valor factual já está abaixo. Basta consultar a série longa das Estatísticas do Banco de Portugal.
E sim, Eng. João Cravinho, é bom lembrar-lhe que a 1 de janeiro de 1999, a taxa das obrigações a 10 anos estava nos 3,9 por cento mas quando o seu Governo saiu, em Outubro desse ano, já estava nos 5,5 por cento, bem acima do valor atual.
É bom lembra-lhe que fazia parte de um Governo que decidiu a candidatura ao Euro 2004 com 10 estádios novos, quando a UEFA exigia só seis. E que decidiu lançar os ruinosos projetos de SCUT, sem custos para o utilizador, afinal tão caros para os contribuintes. O resultado aí está, a pesar na nossa dívida pública.
É bom lembrar aos subscritores do manifesto pela reestruturação da dívida pública que muitos de vós participaram nos Conselhos de Ministros que aumentaram objetivamente a dívida pública direta e indireta.
Foram corresponsáveis pela passagem dos cheques da nossa desgraça atual. Negócios de Estado ruinosos, negócios com privados que afinal eram da responsabilidade do contribuinte. O resultado aí está, a pesar direta e indiretamente nos nossos bolsos.
Sim, todos sabemos que quem pôs o acelerador da dívida pública no máximo foi José Sócrates, Teixeira dos Santos, Costa Pina, Mário Lino, Paulo Campos, Maria de Lurdes Rodrigues com as suas escolas de luxo que foram uma festa para a arquitetura e agora queimam as nossas finanças.
Mas em geral, todos foram responsáveis pela maneira errada de fazer política, de fazer negócios sem mercado, de misturar política com negócios, de garantir rendas para alguns em prejuízo de todos.
Sabem perfeitamente que em todas as crises de finanças públicas a única saída foi o Estado parar de fazer nova dívida e começar a pagar a que tinha sido acumulada. A única saída foi a austeridade.
Com o vosso manifesto, o que pretendem? Voltar a fazer negócios de Estado como até aqui? Voltar a um modelo de gastos públicos ruinosos com o dinheiro dos outros?
Porque é que em vez de dizerem que a dívida é impagável, agravando ainda mais a vida financeira das gerações seguintes, não ajudam a resolver os gravíssimos problemas que a economia e o Estado enfrentam e que o Governo não tem coragem nem vontade de resolver ao contrário do que diz aos portugueses?
Porque é que não contribuem para que se faça uma reforma profunda do Estado, no qual se continuam a gastar recursos que não temos para produzir bens e serviços inúteis, ou para muitos departamentos públicos não produzirem nada e ainda por cima impedirem os empresários de investir com burocracias economicamente criminosas?
Porque não canalizam as vossas energias para ajudar a uma mudança profunda de uma economia que protege setores inteiros da verdadeira concorrência prejudicando as famílias, as PME, as empresas exportadoras e todos os que querem produzir para substituir importações em condições de igualdade com outros empresários europeus?
Porque não combatem as práticas de uma banca que cobra os spreads e as comissões mais caros da Europa?
Um setor elétrico que recebe demais para não produzir eletricidade na produção clássica e para produzir em regime especial altamente subsidiado à custa de todos nós?
Um setor das telecomunicações que, apesar de parcialmente concorrencial, ainda cobra 20, 30 e até 40 por cento acima da média europeia em certos pacotes de serviços?
Porque não ajudam a cortar a sério nas rendas das PPP e da Energia? Nos autênticos passadouros de dinheiros públicos que são as listas de subvenções do Estado e de isenções fiscais a tudo o que é Fundações e Associações, algumas bem duvidosas?
Acham que tudo está bem nestes setores? Ou será que alguns de vós beneficiam direta ou indiretamente com a velha maneira de fazer negócios em Portugal e não querem mudar de atitude?
Estará a vossa iniciativa relacionada com alguns cortes nas vossas generosas pensões?
Pois no meu caso eu já estou a pagar IRS a 45 por cento, mais uma sobretaxa de 3,5 por cento, mais 11 por cento de Segurança Social, o que eleva o meu contributo para 59,5 por cento nominais e não me estou a queixar.
Sabem, a minha reforma já foi mais cortada que a vossa. Quando comecei a trabalhar, tinha uma expectativa de receber a primeira pensão no valor de mais de 90 por cento do último salário. Agora tenho uma certeza: a minha primeira pensão vai ser de 55 por cento do último salário.
E não me estou a queixar, todos temos de contribuir.
Caros subscritores do Manifesto para a reestruturação da dívida pública, desculpem a franqueza: a vossa geração está errada. Não agravem ainda mais os problemas que deixaram para a geração seguinte. Façam um favor ao país – não criem mais problemas. Deixem os mais novos trabalhar.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Morreu D. José Policarpo




Patriarca emérito tinha 78 anos. Faleceu às 19h50 no Hospital do SAMS, em Lisboa, vítima de um aneurisma na aorta. O funeral realiza-se sexta-feira, às 16 horas na Sé Catedral.
Pensador e académico com vasta obra publicada, D. José Policarpo morreu esta quarta-feira aos 78 anos. Foi Cardeal Patriarca de Lisboa durante 15 anos.

O Patriarca D. Manuel Clemente diz que “mantém-se viva a feliz memória do seu trabalho e do muito que a Igreja de Lisboa e a Igreja em Portugal deve à sua generosidade e à sua lucidez, à sua grande bondade com que exerceu o seu Ministério.

As exéquias serão na próxima sexta-feira pelas 16 horas na Sé de Lisboa, seguindo depois para São Vicente de Fora, o panteão dos Patriarcas.


O sonho de ser o Padre da aldeia
D. José Policarpo cresceu no seio de uma família numerosa, com oito irmãos, e descobriu a vocação no dia em que foi crismado.
“A recordação mais antiga que tenho do desejo de ir para o seminário é o do dia do meu Crisma”, recordava D. José Policarpo numa entrevista concedida ao jornal “Voz da Verdade”, em Outubro de 2011.
Tinha como sonho ser o Padre da aldeia, mas a Igreja chamou-o sempre para outras funções.
Foi nomeado bispo auxiliar de Lisboa a 26 de Maio de 1978, recebeu a Ordenação Episcopal a 29 de Junho do mesmo ano e, em Março de 1997, tornou-se arcebispo coadjutor do Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, a quem sucedeu como Patriarca a 24 de Março de 1998.
Natural da pequena aldeia do Pego, na freguesia de Alvorninha, concelho das Caldas da Rainha, Policarpo cresceu no seio de “uma família cristã muito piedosa”, como o próprio refere, e acabaria por entrar para o seminário de Santarém.
Passou, depois, pelo seminário de Almada, um tempo que recorda com saudade e boa disposição: “Tive dois cargos no seminário de Almada. Um deles era ser o encarregado da loja onde a rapaziada comprava as coisas. Depois, fui encarregado do laboratório. Tinha a chave e ia para o laboratório sempre que quisesse! Uma vez, ia lá ficando, porque me pus a fazer uma experiência por minha conta e risco e apanhei um choque enorme”.
Formou-se em Filosofia e Teologia, no seminário maior do Cristo-Rei, dos Olivais, e passou por Roma e pela Pontifícia Universidade Gregoriana, antes de regressar a Portugal, para ocupar vários cargos na Universidade Católica, desde docente a director da Faculdade de Teologia e, até, a reitor da Universidade, tendo deixado o cargo em 1996.


"Temos de corrigir a rota" Enquanto Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo nunca deixou de ter um olhar crítico para com o país e a sociedade que o rodeava.
“Estamos num tempo em que isto já não vai lá com lutas sectoriais e soluções parciais”, afirmou em Dezembro de 2009. “Estamos num tempo em que o grande desafio é de correcção de rota em termos de civilização”, acrescentou.
A preocupação com as famílias e a justiça social também foi sempre uma constante. Na abertura de uma conferência episcopal em Fátima, em 2011, afirmou: “A solidariedade exige a equidade dos sacrifícios que se pedem, dos contributos que se esperam de cada pessoa ou de cada grupo social”.
Os problemas que a própria Igreja atravessou nos últimos anos, como os casos de pedofilia, também não foram indiferentes ao seu discurso e foram abordados com frontalidade.
Durante o seu mandato, a sociedade portuguesa passou por profundas transformações e, por várias ocasiões, Igreja e Patriarca opuseram-se às decisões políticas. São exemplos a liberalização do aborto e aprovação do casamento homossexual.


Momentos polémicos Foram vários os momentos polémicos de D. José Policarpo. Uma das suas declarações irritou, em particular, a comunidade muçulmana.
“Cautela com os amores. Pensem duas vezes antes de casar com um muçulmano. Pensem muito seriamente. É meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam”, afirmou em Janeiro de 2009, num debate ocorrido na Figueira da Foz.
Em Outubro de 2012, em pleno clima de contestação social no país, criticou os protestos, afirmando que não se resolve nada protestando nas ruas. “Estes problemas foram criados ao longo e muito tempo, por nós e por quem nos governou”, defendeu.

Dois Papas em 15 anos Enquanto Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo recebeu duas visitas papais. João Paulo II veio a Portugal no ano 2000 e, dez anos depois, foi a vez de Bento XVI.
Enquanto cardeal participou no conclave que elegeu Bento XVI, em 2005, e, em 2013, na eleição do Papa Francisco, que tinha sido feito cardeal por João Paulo II no mesmo consistório que D. José Policarpo (a 21 de Janeiro de 2001).
Durante o seu mandato, Lisboa acolheu também, em 2005, o Congresso Internacional para a Nova Evangelização, que levou milhares de pessoas às ruas da cidade. Uma oportunidade para debater os novos desafios lançados à Igreja, mas também o que é necessário mudar para que se adapte aos tempos actuais.
A vontade de estar perto das pessoas levou o Patriarcado de Lisboa a abrir-se às novas tecnologias e, em 2011, foi lançado um novo portal na Internet.
No mesmo ano, D. José Policarpo assinalou 50 anos de sacerdócio. Uma das várias iniciativas que marcou a data foi a publicação de um livro sobre os seus pensamentos. “Atraídos pelo infinito” conta com textos de D. Manuel Clemente, que agora lhe sucede como Patriarca de Lisboa.

Pedido de resignação Por essa altura, já o Cardeal Patriarca tinha apresentado a resignação ao Papa, por ter atingido o limite de idade de 75 anos. Fê-lo oficialmente numa carta dirigida a Bento XVI a 17 de Fevereiro, mas Bento XVI pediu-lhe que prolongasse o seu ministério “por mais dois anos”.
D. José Policarpo acabaria assim por ficar até à resignação do próprio Bento XVI – notícia que, confessou na altura aos microfones da Renascença, também o apanhou de surpresa.
Foi já depois da eleição do Papa Francisco que a sua resignação foi aceite, a 18 de Maio de 2013. O Papa nomeou para o cargo de patriarca D. Manuel Clemente, até à data bispo do Porto.
Terminada a missão como Patriarca de Lisboa, fica a memória de um dos vários convites à acção que fez durante o mandato. “Convido-vos a todos, a partir do nosso bairro, a sermos verdadeiramente cidadãos activos deste mundo novo que queremos construir”, afirmou na conferência “Portugal, o país que queremos ser”, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
Fonte: aqui

Um testemunho açoriano de quem está bem perto de Francisco

UM ANO DE PONTIFICADO

Monsenhor Saldanha destaca a simplicidade do estilo e a firmeza doutrinal do papa Francisco

“O Papa Francisco veio de um contexto histórico e cultural muito diferente do europeu. Este facto, ditou-lhe a força espiritual que tem demonstrado e o modo como tem desempenhado o seu pontificado, que iniciou, pedindo a oração de todos por ele, ainda antes que a sua bênção de pontífice descesse sobre a Praça de S. Pedro e sobre o mundo. A escolha do seu nome tem uma carga simbólica tremenda, não só pelo aceno à vida do Santo de Assis, mas também se pensarmos que foi um Papa franciscano quem extinguiu a Companhia de Jesus.

A linguagem do atual Papa, despida de conceitos abstratos, os seus gestos simples e genuínos, são um código entendido por todos, mesmo pelos não cristãos.

Na Igreja, há uma enorme onda de simpatia por este Papa que desarma no despojamento dos pormenores.

A austeridade com que viviam os Papas, pelo menos desde o século XX, com ele assume expressões novas e mais visíveis. Desconcerta, lança desafios, provoca. Mas a doutrina que professa e proclama é a mesma de Paulo VI, João Paulo II ou Bento XVI. Está em perfeita continuidade com estes pontificados e segue as coordenadas pastorais do mais recente Concilio Ecuménico, o Vaticano II, o qual veio trazer à Igreja um vigor espiritual e um renovamento pastoral, que esta já não conhecia há séculos e cujos frutos melhores ainda estão por colher.
O Papa tem convocado apenas com a força de um inegável carisma, praticamente todos os protagonistas da atual politica internacional. A sua palavra e o pedido de uma jornada de jejum a favor da paz na Síria, foi suficiente para dissuadir a entrada naquele pais, de contingentes militares que mais agudizariam a situação no terreno. Foi ele quem chamou a atenção para o atual drama dos refugiados que chegam clandestinamente ao nosso continente. O mundo da economia também o ouve com respeito. A partilha de bens está na ordem do dia e é-nos repetidamente recordado o rosto misericordioso de Deus.

Um Pontificado que tem dado muitas respostas aos homens e mulheres deste tempo, (material e cientificamente próspero, mas pobre espiritualmente), porque o Papa Francisco soube converter a cátedra de Pedro num Portal da Esperança. Este será no futuro, o melhor legado deste pontificado”.


Monsenhor António Manuel Saldanha
in Portal da Diocese de Angra