Agenda Paroquial:

domingo, 31 de março de 2013

Obrigado Papa Francisco, neste dia de Páscoa, por aquilo que me (nos) tens ensinado desde que és Bispo de Roma.



Tema do Domingo de Páscoa





ANO C
SOLENIDADE DA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR


A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto.
A primeira leitura apresenta o exemplo de Cristo que “passou pelo mundo fazendo o bem” e que, por amor, Se deu até à morte; por isso, Deus ressuscitou-O. Os discípulos, testemunhas desta dinâmica, devem anunciar este “caminho” a todos os homens.
O Evangelho coloca-nos diante de duas atitudes face à ressurreição: a do discípulo obstinado, que se recusa a aceitá-la porque, na sua lógica, o amor total e a doação da vida não podem nunca ser geradores de vida nova; e o discípulo ideal, que ama Jesus e que, por isso, entende o seu caminho e a sua proposta – a esse não o escandaliza nem o espanta que da cruz tenha nascido a vida plena, a vida verdadeira.
A segunda leitura convida os cristãos, revestidos de Cristo pelo Baptismo, a continuarem a sua caminhada de vida nova, até à transformação plena que acontecerá quando, pela morte, tivermos ultrapassado a última fronteira da nossa finitude.

Padres Dehonianos

sábado, 30 de março de 2013

O pregador oficial da casa pontifícia falou de reformas na Igreja. Mas como é sempre uma coisa para os outros!...




O Papa Francisco presidiu esta sexta-feira à celebração da Paixão do Senhor, no Vaticano, uma cerimónia onde o pregador da Casa Pontifícia apontou a necessidade de reforma na Igreja Católica.
Durante a homilia, o padre Raniero Cantalamessa também defende que é preciso retomar a simplicidade das origens.
“No apocalipse, Jesus diz que está à porta e bate. Às vezes, como observou o nosso Papa Francisco, não bate para entrar, mas bate do lado de dentro, porque Ele quer sair, sair para as periferias existenciais do pecado, sofrimento, injustiça, ignorância, indiferença religiosas, de toda a forma de miséria”, afirmou o prelado.
“Acontece como em certas construções antigas, ao longo dos séculos, para se adaptar às exigências do momento, encheram-se de divisórias, escadarias, salas e salinhas. Chega um momento em que se percebe que todas as adaptações já não respondem às exigências actuais, servem antes de obstáculo e então é preciso ter coragem de as derrubar e devolver ao prédio a simplicidade e linearidade das suas origens. Foi a missão que recebeu um dia um homem que orava diante do crucifixo de S. Damião: vai Francisco e reforma a minha Igreja”, sublinhou o pregador da Casa Pontifícia.
O Papa Francisco não falou durante a Paixão do Senhor, mas antes da celebração deitou-se diante do túmulo de S. Pedro e rezou.

Nesta Sexta-feira Santa o Papa Francisco preside pela primeira vez à Via Sacra, que como é da tradição vai decorrer no Coliseu de Roma.

RR

Sábado Santo: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. (Linda, esta reflexão!)

"Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição (Circ 73).
No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.
A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".
O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.
É um dia de meditação e silêncio. Algo pareceido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).
Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos -não tanto momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:
"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".
 

SILÊNCIO... (2º dia do Tríduo Pascal)




sexta-feira, 29 de março de 2013

O QUE É O TRÍDUO PASCAL


UMA REFLEXÃO NO DIA EM QUE TODAS AS VOZES HUMANAS SE DEVEM CALAR...


Com o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, iniciamos a Semana Santa.
Celebramos o Mistério Pascal de Cristo, isto é, a Sua Paixão, Morte e Ressurreição.

«Mestre, repreende os teus discípulos».
Mas Jesus respondeu: «Se eles se calarem, clamarão as pedras».
1. Esta última frase do Evangelho, que escutávamos, depois da bênção dos ramos, desafia-nos, hoje, a ter a mesma ousadia de crer, a reforçar a tal “fé de marinheiro” (M. Torga), com que “aparelhamos a barca”, para seguir Jesus, dentro da Igreja! E queremos segui-l’O, na tempestade e na bonança, sempre e em toda a parte: não apenas com as palmas na mão (em festa) ou com as palmas da mão (em aplauso). Não queremos segui-l’O, apenas quando o vento corre de feição e Jesus é aclamado pela multidão! Nesse momento é muito fácil estar do lado de Jesus!

REMAR CONTRA A CORRENTE
2. O verdadeiro discípulo percorre o mesmo caminho de Jesus, e segue-O até ao fim, acompanha-O e carrega a Sua cruz, como o cireneu; dá-Lhe alento, como as mulheres de Jerusalém; e, tal como o centurião, chega a reconhecer Jesus como homem justo, como o Filho de Deus! Todos estes amigos se tornaram verdadeiros discípulos de Jesus, que não tiveram medo de remar contra a maré, de ir contra a corrente, de estar do lado dos pobres e dos condenados, de mostrar a sua amizade por Jesus, mesmo quando os ventos eram contrários, mesmo quando a onda ia noutra direção, mesmo no meio de uma “revolta imensidão” contra Jesus.
"O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado
3. Perguntemo-nos, então: como é que se porta e comporta o verdadeiro discípulo? Voltemos a Isaías (50,4-7), que nos diz, três palavras tão simples e tão belas:
3.1. “O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo”. O discípulo não diz palavras ofensivas, provocadoras, como os fariseus, os guardas, os soldados, os poderosos e um dos malfeitores. Pelo contrário, o discípulo sabe dar “uma palavra de alento aos que andam abatidos”, como vimos e ouvimos no encontro entre Jesus e as mulheres, entre Jesus e o bom ladrão, entre Jesus e o Pai!Jesus só diz palavras de ternura, de bondade, de acolhimento, de perdão, de vida eterna. Hoje, é preciso ter a coragem de resistir aos insultos, de cara levantada; de não pagar o mal com o mal.
Hoje, “professar a fé, com a boca, implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado” (Bento XVI, PF 10), guardando a fé só para si, e quando lhe dá jeito. Na verdade, o Senhor deu-nos a graça de sermos seus discípulos, não para termos medo de falar d’Ele, mas para termos a coragem de não nos calarmos, de não recuarmos, de “não desviarmos o rosto” a quem nos provoca.
3.2. “Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos”. O discípulo não pode falar, se não aprende a escutar. A fé vem de ouvir a Palavra de Deus!
É preciso, por isso, aprendermos a escutar o silêncio de Deus e escutá-l´O no nosso silêncio. Além do mais, o discípulo“sabe quando deve falar de Deus e sabe quando deve calar, deixando falar somente o amor. O cristão sabe que Deus é amor e torna-se presente nos momentos em que nada mais se faz a não ser amar” (cf. Bento XVI, DCE 31).
Abraçar a Cruz
3.3. “E eu não resisti nem recuei um passo”. Trata-se, para o discípulo, de ir em frente, de “cortar as ondas sem desamimar”, de “remar contra a maré”. Trata-se, enfim, de abraçar a Cruz, até ao fim.Dizia, nas suas primeiras palavras, o Papa Francisco: “quando caminhamos sem a Cruz, quando edificamos sem a Cruz, ou professamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos bispos, padres, cardeais, papa, mas não somos discípulos do Senhor”.
Remar contra esta onda, que nos afunda no esquecimento e no abandono de Deus!
4. Amigos: Estamos a iniciar a Semana Santa. Pergunto-me e pergunto-vos: Vamos vivê-la como discípulos, do lado de Jesus, caminhando sob o peso da Cruz, nas pegadas dos seus passos (cf. Hino para o Ano da fé)? Ou vamo-nos deixar levar pela “onda” das férias, da diversão, da dispersão?!
O desafio, para nós, seus discípulos, é claro: “remar contra a corrente”, contra esta onda, que nos afunda no esquecimento e no abandono de Deus! Vamos aproveitar as nossas férias, para participarmos, mais assiduamente, nas celebrações do tríduo pascal!
5. Termino, por isso, com o mesmo desejo, expresso pelo Papa Francisco: “Eu queria que todos nós tivéssemos a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor e de confessar como nossa única glória, Cristo Crucificado”.
E será assim que a barca da Igreja irá por diante, contra todos os ventos e marés! Meus queridos amigos: Toca a remar contra a corrente!
Fonte: aqui

quinta-feira, 28 de março de 2013

«O ÚLTIMO CUME» (versão completa em espanhol)

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UM FILME A NÃO PERDER. O SACERDÓCIO MINISTERIAL NO SEU MÁXIMO. UM PADRE ALPINISTA. JÁ CHEGOU A PORTUGAL "O ÚLTIMO CUME". QUANDO SE ESPALHARÁ LEGENDADO EM PORTUGUÊS?


O QUE É O TRÍDUO PASCAL?


No novo calendário e nas normas litúrgicas para a Semana Santa, o Tríduo Pascal apresenta-se como uma só coisa com a Páscoa. É um tríduo da paixão e ressurreição, que abrange a totalidade do mistério pascal.
Cristo redimiu o género humano e deu perfeita glória a Deus principalmente através de seu mistério pascal: morrendo destruiu a morte e ressuscitando restaurou a vida. O tríduo pascal da paixão e ressurreição de Cristo é, portanto, o auge de todo o ano litúrgico.
O tríduo começa com a missa vespertina da Ceia do Senhor, alcança seu cume na Vigília Pascal e termina com as vésperas do Domingo de Páscoa.
Cristo, quando aludia a sua paixão e morte, nunca as dissociava de sua ressurreição. No evangelho (Mt 20,18-19) fala delas em conjunto: «Vamos subir a Jerusalém e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei, que o vão condenar à morte. Hão-de entregá-lo aos pagãos, que o vão escarnecer, açoitar e crucificar. Mas Ele ressuscitará ao terceiro dia.»
É significativo que os Padres da Igreja, como Santo Ambrósio e Santo Agostinho, concebam o tríduo pascal como um todo que inclui o sofrimento do Jesus e também sua glorificação. Santo Ambrósio, num dos seus escritos, refere-se aos três Santos dias (triduum illud sacrum) como aos três dias nos quais sofreu, esteve no túmulo e ressuscitou, os três dias aos que se referiu quando disse: "Destruam este templo e em três dias o reedificaré". Santo Agostinho, numa de suas cartas, refere-se a eles como "os três sacratíssimos dias da crucificação, sepultura e ressurreição de Cristo".
Esses três dias, que começam com a missa vespertina da quinta-feira santa e concluem com a oração de vésperas do domingo de páscoa, formam uma unidade, e como tal devem ser considerados. Por conseguinte, a Páscoa cristã consiste essencialmente em uma celebração de três dias, que compreende as partes sombrias e as facetas brilhantes do mistério salvífico de Cristo. As diferentes fases do mistério pascal estendem-se ao longo dos três dias como em um tríptico: cada um dos três quadros ilustra uma parte da cena; juntos formam um tudo. Cada quadro é em si completo, mas deve ser visto em relação com os outros dois.
Interessa saber que tanto na sexta-feira como na sábado santo, oficialmente, não integram a quaresma. Segundo o novo calendário, a quaresma começa na quarta-feira de cinza e conclui-se na quinta-feira santa, excluindo a missa da Ceia do Senhor. Sexta-feira e sábado da Semana Santa não são os últimos dois dias de quaresma, mas sim os primeiros dois dias do "sagrado tríduo".
Pensamentos para o tríduo.
A unidade do mistério pascal tem algo importante a ensinar. Diz-nos que a dor não somente é seguida pelo gozo, mas que já o contém em si. Jesus expressou isto de diferentes maneiras. Por exemplo, Jesus disse a seus apóstolos: "haveis de chorar e lamentar-vos, ao passo que o mundo há-de gozar. Vós haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza há-de converter-se em alegria!" (Jo 16,20). Como se a dor fosse um dos ingredientes imprescindíveis para forjar a alegria. A metáfora da mulher com dores de parto expressa-o maravilhosamente. Sua dor, efetivamente, engendra alegria, a alegria "de que ao mundo lhe nasceu um homem".
Outras imagens vêm à memória. Todo o ciclo da natureza fala de vida que sai da morte: "Se o grão de trigo, que cai na terra, não morre, fica sozinho; mas se morrer, produz muito fruto" (Jo 12,24).
A ressurreição é nossa Páscoa; é um passo da morte à vida, da escuridão à luz, do jejum à festa. O Senhor disse: "Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto" (MT 6,17). O jejum é o começo da festa.
O sofrimento não é bom em si mesmo; portanto, não devemos buscá-lo como tal. A postura cristã referente a ele é positiva e realista. Na vida de Cristo, e sobretudo na sua cruz, vemos seu valor redentor. O crucifixo não deve reduzir-se a uma dolorosa lembrança do muito que Jesus sofreu por nós. É um objeto no qual nos podemos glorificar porque está transfigurado pela glória da ressurreição.
As nossas vidas estão entretecidas de gozo e de dor. Fugir da dor e das penas a toda custa e procurar gozo e prazer por si mesmos são atitudes erradas. O caminho cristão é o caminho iluminado pelos ensinos e exemplos do Jesus. É o caminho da cruz, que é também o da ressurreição; é esquecimento de si, é perder-se por Cristo, é vida que brota da morte. O mistério pascal que celebramos nos dias do sagrado tríduo é a pauta e o programa que devemos seguir nas nossas vidas.
Fonte: aqui

quarta-feira, 27 de março de 2013

Decálogo do Papa Francisco

                                                                                                                                                                       
As câmeras de televisão do mundo inteiro, a imprensa que lotava o braço de Carlos Magno na   colunata da Praça de São Pedro e os milhões de habitantes do «continente digital» ficaram surpreendidos quando o Papa Francisco apareceu na sacada vaticana. Nada de um novo Rambo ou uma estrela de rock; tampouco um rude cowboy pragmático, nem um sofisticado italiano da cúria. Era um latino-americano, um pouco tímido e com uma cruz prateada no peito, que olhava com espanto a multidão que o aguardava.
Nessa figura de branco que mendigava orações, tinha-se produzido a maior transferência de poder espiritual que a humanidade conhece. De simples arcebispo emérito e cardeal eleitor havia passado a ser de repente Vigário de Cristo na terra, Bispo de Roma, Sumo Pontífice, cabeça do colégio episcopal, chefe de Estado da Cidade do Vaticano, concentrando em sua pessoa a mais alta potestade de jurisdição da Igreja. Um furacão de responsabilidades precipitava-se sobre os seus ombros e, de repente, como a Moisés no Sinai, um novo decálogo era-lhe sugerido. São os desafios que o Papa Bergoglio já está a enfrentar. 

Do meu modesto lugar de observador, eu resumiria-os assim: 

1. Aumentar a temperatura espiritual dos 195.671.000 (dados de 2010) católicos do mundo inteiro. 
A Igreja, se me permitem a comparação, é uma empresa de caráter espiritual, com um ativo formado pela fé e pela santidade dos seus membros, e um passivo conformado pelas suas fraquezas. Daí que o primeiro desafio do novo Papa seja conseguir elevar a temperatura espiritual desses milhões de católicos espalhados pelo mundo. Ou seja, aumentar os ativos espirituais da Igreja Católica. O Papa Francisco já começou a trabalhar nisso desde a sua eleição. Na sacada vaticana, marcou o caminho da oração. Na Capela Sistina, confirmou-o, e na Missa de inauguração do ministério petrino, reiterou: "Rezem por mim". 

2. Abrir o mercado das ideias aos valores do espírito. 
Por outras palavras, tirar o cristianismo da periferia da história e situá-lo do centro da atividade humana. Despertá-lo dessa posição voltada para si mesmo, que se chama "doença do absentismo", alheio e indiferente às ambições, incertezas e perplexidades dos seus contemporâneos, enquanto a grande sociedade segue seu curso. Existe certa banalização do mal, que costuma derivar em uma sutil ditadura do relativismo. 

3. Ser mais mundocêntrico que eurocêntrico. 
Misturando o bom humor com a profecia, em sua primeira saudação, ele mesmo se definiu como o Papa "do fim do mundo". Claro está, não se referindo à profecia de Malaquias, mas dando a entender que sua origem não era a Europa, e sim as vastas planícies do Pampa argentino. O primeiro milênio foi o da cristianização da Europa; o segundo implantou o cristianismo na América. O terceiro – e aqui o Papa Francisco terá um protagonismo especial – aponta como uma flecha para a Ásia e a África. Não é por acaso que os dois últimos pontífices viajaram um total de 15 vezes à África, e João Paulo II esteve 13 vezes na Ásia. Em 1910, 6 de cada 10 católicos viviam na Europa; hoje, apenas 2 de cada 10. Certamente, este Papa levará em consideração o potencial das raízes cristãs na Europa, mas sem esquecer que o futuro do cristianismo está em outros continentes. 

4. Iniciar uma nova "Reforma". 
Tal reforma destacará a capacidade de organização do novo Pontífice. Não me refiro tanto à manuseada reforma da cúria, e sim à preparação intelectual, humana e espiritual de 721.935 religiosos e 412.236 sacerdotes espalhados pelo mundo. Uma tarefa diretamente conectada à eficácia dos maiores responsáveis da Igreja na difusão da mensagem cristã. Como efeito colateral, esta reforma ajudará a acabar com a cauda – o centro do furacão foi a influência da revolução sexual dos anos 60-70 – de algumas pessoas conectadas a desvios sexuais. 

5. Injetar na humanidade a ideia de que a luta contra os bolsões de pobreza não é somente um problema de filantropia, mas um verdadeiro impulso divino. 
Para esta cirurgia, o Papa está especialmente preparado. Não tanto pelos seus sinais externos (viagens em transporte público, origem humilde etc.), mas pela sua visão teológica do mundo. Ele entende a atenção da Igreja ao mais necessitado não como problema de "ONG filantrópica" – usando suas palavras –, mas como uma questão de verdadeira justiça social. Na Missa de inauguração, ele explicou a necessidade de proteger a criação como " guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais". 

6. Iniciar uma nova evangelização, na qual o núcleo da ação resida mais nas bases que na cúpula.
Este é o papel dos leigos na Igreja. A atuação em praça pública, na vida política, econômica e social dos povos é a grande tarefa dos cristãos. O novo Papa não está sozinho. Ele é a cabeça de um corpo espiritual muito amplo. O importante agora não é tanto a artilharia pesada ou as grandes frotas oceânicas. Pelo contrário, trata-se de incentivar e impulsionar essa infantaria leve (se me permitem a comparação), composta por 1.200 milhões de católicos espalhados pelo mundo. 

7. Aumentar a unidade na Igreja.
Mantendo a riqueza das diversas perspectivas, logicamente. Na história da Igreja, a unidade foi um tema prioritário na agenda dos 265 pontífices que precederam o Papa Francisco. Não é um tema novo nem algo simplesmente conectado a possíveis conflitos na cúria. É algo mais profundo, unido à inevitável fraqueza humana. As dissensões começaram ainda com a figura de Cristo fresca entre seus discípulos. As chamadas de atenção de Pedro e Paulo eram frequentes. Os cismas, heresias e choques de personalidade deixaram sombras fortes no quadro. É preciso superar esses perigos por elevação, ou seja, alinhando as diversas sensibilidades rumo ao objetivo comum da nova evangelização. 

8. Promover o diálogo inter-religioso.
Ele provavelmente terá de conseguir, como primeiro objetivo, a viagem a Moscou, tantas vezes frustrada por resistências externas da Igreja Ortodoxa. Depois, continuar o caminho do diálogo com os anglicanos, evangélicos e luteranos. Sem esquecer dos judeus e do imenso mundo do islã. De fato, o Papa Francisco parece ter os hebreus bem perto do seu coração. Assim que foi eleito, expressou seu desejo de contribuir para o progresso das relações entre judeus e católicos, em uma carta dirigida ao chefe da comunidade hebraica de Roma. O ecumenismo não é simplesmente uma questão de coexistência pacífica, mas, em palavras do então cardeal Bergoglio: "Não só a cidade moderna é um desafio, mas sempre foi, é e será toda cidade, toda cultura, toda mentalidade e todo coração humano" (25 de agosto de 2011). 

9. Nomear bons colaboradores. 
Naturalmente, o primeiro conselheiro do Pontífice é Deus – o que nos dá bastante tranquilidade. Mas os bons colaboradores humanos são importantes também. Francisco não poderá se esquecer da ampla descentralização do governo eclesiástico, apesar da sua coordenação com o governo central. Todo o mundo da comunicação e transparência vaticanas exigirá também uma especial atenção do Papa. Hoje, dominar a técnica mediática é necessário para recuperar, por exemplo, a imagem deteriorada de uma Igreja manchada por escândalos – reais ou aparentes – que se retransmitem na velocidade da luz por canais que formam uma opinião pública. Neste momento, os 4 milhões de seguidores do Papa no Twitter, por exemplo, supõem um interesse mediático inusitado. 

10. Promover a causa da paz e da justiça no mundo inteiro. 
É preciso começar com a primeira das liberdades, que é a religiosa. Não se trata somente de deter essa espécie de cristofobia que está produzindo em diversos lugares do mundo uma hostil perseguição anticristã. É preciso despertar nas religiões a potencialidade que possuem para ajudar a paz no mundo. Nas diversas tradições religiosas, há recursos importantes, nem sempre aproveitados, para resolver os conflitos mundiais. 

Naturalmente, existem outros muitos desafios, por exemplo, a família, a proteção da vida e a coordenação entre as funções dos dicastérios da Igreja. Mas estabelecer prioridades é básico em um trabalho de governo. O Papa Francisco deverá abordá-las, sabendo que a primeira regra é lembrar que: buscar não incomodar ninguém leva invariavelmente a incomodar todo mundo.

Rafael Navarro-Valls



terça-feira, 26 de março de 2013

Ad multos annos, Papa Francisco


Depois de uma segunda-feira de chuva, de vento e de frio, em Roma, a terça-feira amanheceu vestida de sol, sem vento e com uma temperatura amena. A multidão imensa comprimia-se na praça de S. Pedro e nas outras praças e ruas vizinhas.
O Papa Francisco apareceu em carro aberto, vestido de branco e sorriso nos lábios, acenando à multidão. De repetente mandou parar o carro, desceu e, como outrora o Poverello de Assis, diante do leproso, em Rivotorto, inclinou-se a beijar e abençoar um doente. Assim deu ao mundo um exemplo concreto da bondade e da ternura que não se tem cansado de pregar. “Não te esqueças dos pobres”, dissera-lhe o cardeal Humes. Os pobres mais pobres são os doentes. Francisco lembra-os com as suas palavras e com as suas atitudes.
Junto ao túmulo de Pedro, Francisco recebe as insígnias pontificais: o pálio e o anel do Pescador, sinais do seu poder que, como todo o poder dado por Deus aos homens, só existe para servir.
Segue a celebração eucarística, memorial do Senhor, que veio para servir e não para ser servido e que serviu até à morte e morte de cruz. Multiplicam-se os gestos, os sinais, a Palavra e as palavras, as orações, os cânticos. Francisco preside sereno e confiante. Não canta. Não parece sequer um orador brilhante, apesar da riqueza da sua doutrina. Ninguém neste mundo tem todas as qualidades. O Papa é não é um semideus, mas um simples homem e, como todos os outros homens, tens as suas qualidades e virtudes, mas também os seus limites e fragilidades. Exige-se muito ao Papa, mas, como lembrava um cardeal antes do conclave, ninguém tem todas as qualidades que seriam precisas para o exercício dessa missão. O mesmo se pode dizer dos outros pastores do povo de Deus, bispos, padres, diáconos. Cada um serve a Deus e aos outros como sabe e pode. O importante é que se dê todo e se gaste como vela que ilumina e aquece no meio das trevas deste mundo. Parece-me essa a disposição do Papa Francisco: deu-se totalmente ao serviço de Deus e dos homens. Serve com os seus gestos, com as suas iniciativas, com a sua simplicidade, com a sua humildade, com a sua bondade e com a ternura do seu coração de pastor. Serve aos pequenos e humildes e serve aos grandes e poderosos, estimulando-os ao exercício correto do seu poder, como se viu na receção às delegações oficiais presentes na missa inaugural do pontificado.
Acendeu-se uma luz e uma esperança no mundo. Ad multos annos, Papa Francisco!

Fernando Fonseca, scj

segunda-feira, 25 de março de 2013

Francisco I, mais uma surpresa de Deus


Depois de um dia quase normal de trabalho, ontem, ao fim da tarde senti que devia ir à Praça de S. Pedro. Algo me dizia que, à quinta votação, teríamos papa. Fui com o meu confrade Pe. Paulo. Chegámos por volta das 18h20 e, a custo, conseguimos furar por entre a multidão e encontrar um lugar muito bom para observar os acontecimentos. Na minha mente desfilavam os nomes e as imagens de quatro ou cinco cardeais considerados favoritos. “Qual deles seria o Papa?” Mas, ao mesmo tempo, com o Pe. Paulo, interrogava-me: “E se não for nenhum deles?”. Minutos depois das 19h00 de Roma, saía fumo branco da chaminé. A multidão exultou e aplaudiu. Os sinos começaram a repicar e a ansiedade crescia: “Quem será o eleito?”. Passada quase uma hora, acenderam-se as luzes no corredor das “loggie” da basílica. Minutos depois, abria-se a porta da “loggia” principal e surgia o Cardeal Turan: “Anuncio-vos uma grande alegria: temos Papa; o eminentíssimo e reverendíssimo senhor, senhor Jorge Mário, cardeal da santa madre Igreja, Bergoglio”. Os gritos e aplausos da multidão não me deixaram escutar o nome que o novo Papa escolhera. Entretanto comecei a ouvir na praça “Francesco! Francesco!” E surgiu Francisco I, com os seus óculos semiescuros, acenando timidamente à multidão, falando sem grande fluência e com um italiano bastante primário. A primeira impressão foi de algum desencanto. Mas, observando melhor e pensando no que o novo Papa ia dizendo, deixei-me tomar pelo entusiasmo. A sua simplicidade no modo de se apresentar e de falar, o pedido de oração pelo seu predecessor, a referência a Maria e, sobretudo, aquele implorar ao povo que pedisse a Deus que o abençoasse, antes de, ele mesmo, abençoar a todos em nome de Deus, com o impressionante silêncio que se seguiu, acabou por conquistar a mim próprio e a toda a multidão, que rompeu em sentidos e prolongados aplausos. Impressionou-me também positivamente o facto de Francisco I se apresentar como bispo de Roma, insistindo nessa sua qualidade primeira, e referindo a Bento XVI como bispo emérito de Roma. Que pode isto significar? Os próximos tempos o dirão.
O nome escolhido, Francisco, também é claramente significativo, pois se refere ao santo de Assis, aquele a quem Cristo pediu que restaurasse a sua igreja, o homem que contestou a Igreja-poder, mantendo-se nela, pregando a humildade e a simplicidade com a sua própria vida, construindo uma Igreja, sobretudo, comunhão, fraternidade. Francisco é também o amigo da natureza, o homem da paz, o mensageiro do diálogo com o Islão.
Por todas estas razões, e muitas outras, penso que entraram na Cúria Romana “Buenos Aires” que darão os seus frutos. Com a eleição de Francisco I, vivemos na Igreja uma nova esperança. E não podemos deixar de agradecer a Deus que sempre gosta de nos surpreender com as suas iniciativas maravilhosas.
Fernando Fonseca, scj

sábado, 23 de março de 2013

Tema do Domingo de Ramos - Ano C

DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR


  
A liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.
O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz revela-se o amor de Deus, esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.

Padres Dehonianos 



quinta-feira, 21 de março de 2013

COISAS NOVAS SEMPRE VELHAS, MAS ESQUECIDAS DO VOCABULÁRIO DO NOSSO CORAÇÃO.

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Papa Francisco lançou nesta terça-feira um apelo aos responsáveis económicos, políticos e sociais para “não permitirem que os sinais de destruição e de morte acompanhem o progresso do nosso mundo”. Todos devem ter “respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente”, sublinhou.
“Tudo está confiado ao homem. Quando o homem falha nessa responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, a destruição acontece”, disse, num registo em que se percebe a influência de Francisco de Assis, figura da Igreja cujo nome escolheu.
“Em todas as épocas há Herodes com projectos de morte, [que] destroem e desfiguram o rosto do homem e da mulher”, disse também, na homilia de inauguração do pontificado, na Praça de São Pedro, em Roma.
O novo líder dos católicos afirmou também que o “verdadeiro poder” de um Papa é “o serviço humilde, concreto”.
Ao comentar a leitura do Evangelho que invoca José, marido de Maria, mãe de Jesus, disse que o pontífice deve “abrir os braços para […] acolher com afeição e ternura toda a humanidade, especialmente os mais fracos, os mais pobres, os mais pequenos”.
“Não devemos ter medo da bondade, nem da ternura”, disse, em voz forte, provocando aplausos da multidão.
Francisco, que prestou homenagem ao seu “venerado antecessor”, Bento XVI, recebeu no início da cerimónia os símbolos que marcam o início do pontificado: o pallium – uma estola branca com uma cruz vermelha, que lhe foi colocada pelo cardeal protodiácono, o francês Jean-Louis Tauran; e o anel papal  – em prata dourada e não em ouro, em sinal de humildade – que lhe foi colocado na mão direita pelo decano dos cardeais, o italiano Angelo Sodano.
Fonte: aqui

quarta-feira, 20 de março de 2013

MAIS UM DIA...


ONU comemora o primeiro Dia Internacional da Felicidade

O Dia Internacional da Felicidade é assinalado hoje pela primeira vez. A data, 20 de Março, foi definida em resolução da Assembleia Geral aprovada no ano passado, reconhecendo a relevância da felicidade e do bem-estar como objectivos universais.

©John Wilhelm
©John Wilhelm

VAMOS ÀS RAÍZES DO NOME. UMA PEQUENA VIAGEM AQUI. ASSIS. O QUE MAIS ME IMPRESSIONOU FOI O HÁBITO DO IRMÃO FRANCISCO, GUARDADO COMO RELÍQUIA. QUE VESTES, SENHOR! FRANCISCO CONTINUA VIVO E BEM VIVO!

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A terra que viu nascer o nome do Papa
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terça-feira, 19 de março de 2013

BENDITO DIA!

19 de Março - Dia de São José

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São José,
Padroeiro da Igreja Universal,
dos operários,
das famílias
e da boa morte
A vós, São José, recorremos em nossa tribulação e, depois de ter implorado o auxílio de vossa santíssima esposa, cheios de confiança solicitamos também o vosso patrocínio. Por esse laço sagrado de caridade que vos uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus, e pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente suplicamos que lanceis um olhar benigno sobre a herança que Jesus Cristo conquistou com Seu sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso auxílio e poder. Protegei, ó guarda providente da divina família, a raça eleita de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, ó pai amantíssimo, a peste do erro e do vício. Assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas e assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus das ciladas de seus inimigos e de toda a adversidade. Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo e sustentados com o vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente, e obter no céu a eterna bem-aventurança.
Assim seja

O texto fica como está. Tirado dos nossos irmãos do lado de lá do Atlântico. Um texto saboroso. Escreve quem sabe.

O Papa Francisco já foi um menino da Argentina

O menino Jorge Mario que um dia seria o papa Francisco, era de uma família que imigrou da Itália pra Argentina, os Bergoglio. Eram em cinco irmãos: ele, Roberto, Oscar, Regina Marta e Maria Helena. Ele nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, em 17 de dezembro de 1936 .
Uma família muito humilde e trabalhadora, como a maioria dos moradores de Flores, um bairro de Buenos Aires.
Mario, pai de Francisco, trabalhou como empregado ferroviário e depois como operário de uma indústria têxtil, também gostava de jogar basquete na sua juventude. Sua mãe, Regina, era dona de casa.
Na esquina oposta a sua casa, havia uma praça pequena. Ali o menino Jorge jogou futebol com os amigos. Eles dizem que Jorje não era lá muito bom de bola, pois não tinha muito tempo para jogar, por ser muito aplicado nos estudos. Mas gostava de futebol e torce até hoje para o time San Lorenzo, o estádio desse time ficava perto de sua antiga casa em Flores.
Foi um menino travesso que corria incansável pelas escadas do colégio da Misericórdia, onde estudava e fez sua Primeira Comunhão. Uma antiga professora, a irmã Rosa, contou que lembra dele estudando a tabuada na escada, ia pulando os degraus de dois em dois e repetindo: 2×1= 2, 2×2= 4, 2×3= 6… Etc.
A catequista do menino Jorge, chamava-se Irmã Dolores, ela o tinha preparado para a primeira comunhão. Muitos anos depois, quando a catequista morreu, o Padre Jorge passou toda a noite ajoelhado em oração na capela, ao lado dela.
O Jovem Jorge…
Como bom argentino que é, Jorge gosta das músicas de sua terra. E, quando adolescente, achava bonita a menina que morava perto de sua casa, lhe escreveu até um bilhetinho: “Se você não casar comigo, serei padre!” – E os anjos disseram: AAAMÉÉÉM! Eheheh.
Ia todos os domingos à Missa na capela do colégio com sua família. A mãe do Papa, dona Regina, era muito cristã e religiosa e ele herdou muito dela.
Ele queria ser químico… Será que ele tinha aquele brinquedo com vários tubinhos de ensaio que a gente mistura e faz fumaça, faz cheiro de púm?! Você teve um desses??? Jorge formou-se em técnico químico.
Também se interessava (e ainda se interessa) por esportes e culinária.
Mas aconteceu uma coisa bem difícil para o jovem Jorge, ele perdeu um pulmão por uma doença respiratória, já pensou?! Deve ter sofrido bastante e só respira com um pulmão, mas nem parece, porque ele não é muito de se queixar.
Jorge descobriu sua linda vocação sacerdotal e, com 22 anos, em março de 1958, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, congregação religiosa dos jesuítas, a mesma de Santo Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Beato José de Anchieta (clique nos nomes para conhecer suas histórias)
Família do Papa Francisco

Bispo, Arcebispo, Cardeal e…
Como arcebispo, defendia o direito das crianças nascerem, contra essas leis que aprovam o aborto, defendia que os trabalhadores ganhassem salários justos e tudo mais o que Jesus ensinou que é certo. Por isso teve que sofrer, e ainda sofre, muitas calúnias e perseguição… Mas Jesus já avisou a muito tempo que isso aconteceria com seus amigos, não é mesmo?! Não dá pra ser Cristão sem Cruz… O Papa Francisco disse em sua primeira homilia: “Eu queria que, depois destes dias de graça, todos nós tivéssemos a coragem, sim a coragem, de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o sangue do Senhor, que é derramado na Cruz; e de confessar como nossa única glória Cristo Crucificado. E assim a Igreja vai para diante.
Já Cardeal, morava num quartinho no edifício ao lado da Catedral, sem luxo nenhum e ele mesmo fazia sua comida.
Dom Jorge sempre visitava as irmãs do colégio onde estudou. Pegava o ônibus e ia, pois moravam meio longe. Ele tinha um fusquinha, mas preferia ir de ônibus. Depois de tomar chá com leite com as irmãs velhinhas, ele mesmo lavava a sua xícara. Fez isso até esses dias atrás, porque agora vai morar no Vaticano e você sabe, não dá pra ir de ônibus de Roma à Argentina…
Ele também estava sempre com as pessoas mais pobres de Buenos Aires, nas favelas, confessando o povo na Catedral e onde mais precisassem dele. Ia sempre de ônibus ou metrô, mesmo que estivesse doente.
…Papa!
É tão simples, disponível e gentil, que ninguém ao seu redor se sente constrangido ou, quando andava pelas ruas de Buenos Aires, dava conta que importante ele era. Além de Arcebispo, era professor universitário, vice-presidente da Conferência Episcopal Argentina e uma porção de outros títulos e trabalhos importantes que fazia para os Jesuítas, a Igreja e o povo, com muita humildade. E, mesmo Papa continua assim, vocês viram na TV ele no ônibus com os outros Bispos e jornalistas, rindo, todo a vontade?! Esse é nosso Papa.
O papa escolheu o nome de Francisco, porque tem uma porção de Franciscos que admira: seu pai que era Francisco, São Francisco Xavier, seu colega de congregação e grande missionário que atravessou o mundo numa grande aventura para evangelizar o Oriente. E o pobrezinho de Assis, que cuidava dos pobres, dos leprosos e amava a natureza. Nosso Papa Francisco tem um pouquinho de cada um deles e bastante do “Jorge”, dá pra sentir que será um bom Papa… Habemus Papam!
Agora você pode imprimir meu desenho do Papa Francisco ao lado para colorir, ok?! Pinta o papa Francisco bem bonito!

De Canção Nova

segunda-feira, 18 de março de 2013

Divulgado brasão do Papa Francisco

As armas do novo Papa


No essencial, as armas do Papa mantêm os traços do seu brasão episcopal e inclui o símbolo dos jesuítas em lugar de destaque.18-03-2013 13:23 por Filipe d’Avillez


Foi divulgado nesta segunda-feira o brasão do Papa Francisco, que vai ser o seu símbolo oficial durante todo o pontificado. O brasão mantém os traços essenciais do seu brasão episcopal, bem como o lema episcopal, por baixo: "Miserando atque elegendo", que se pode traduzir como "Humilde, porém escolhido" ou "Teve misericórdia de mim e escolheu-me".

No centro, sobre o fundo azul, encontra-se em destaque o símbolo composto pelas letras IHS, por cima de um sol radioso. Do H sai uma cruz e por baixo encontram-se três pregos, alusivos aos usados para crucificar Jesus. IHS é um monograma da palavra Cristo e é um símbolo muito associado aos jesuítas, ordem da qual provém o Papa.

Por baixo deste símbolo encontra-se do lado esquerdo uma estrela dourada, símbolo de Nossa Senhora, sublinhando assim a já conhecida devoção mariana do Papa Francisco, e uma flor de nardo, também a dourado, numa referência a São José. Este símbolo confunde-se com um cacho de uvas, mas, segundo o site do Vaticano, é mesmo uma flor de nardo.

Tradicionalmente, o brasão do Papa é encimado pela tiara Papal, utilizada para coroar os papas até Paulo VI, mas Bento XVI substituiu-o por uma simples tiara de bispo. As armas de Francisco mantêm a mitra.

Rádio Renascença

QUE SE PASSA EM ROMA ?! CULTO DA PERSONALIDADE, FANATISMO RELIGIOSO?... NÃO! É A PROXIMIDADE, A TERNURA, A PATERNIDADE E A MISERICÓRDIA DE DEUS PAI NUM ROSTO E NUMA PESSOA, UM IRMÃO MAIS VELHO ROBUSTO NA FÉ, A ALEGRIA, A QUEBRA TOTAL DE PROTOCOLOS, UMA COISA NOVA QUE ESTÁ A ACONTECER! NÃO ESTÃO A VER?! ESTA FOTO JÁ NÃO SE VIA HÁ MUITO TEMPO... HÁ MUITO TEMPO QUE OS ROMANOS NÃO SE TINHAM APERCEBIDO QUE TINHAM TAMBÉM UM BISPO...



domingo, 17 de março de 2013

A ELEIÇÃO DO PAPA FRANCISCO: EIS A COISA NOVA DE QUE NOS FALA NESTE DOMINGO A PALAVRA DE DEUS. UM PASTOR ESPELHO VIVO DA MISERICÓRDIA DE DEUS PAI!

“Olhai: vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer. Não a vedes”? (Is 43,19)

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1. É realmente uma coisa nova
Vemos, sim! E é assim mesmo que nos apetece responder, de imediato, a esta tão bela promessa do Senhor! Nós todos, que, no primeiro domingo da quaresma, dissemos «adeus ao cais», e entramos na barca, agitada com a renúncia de Bento XVI, agora viramos de bordo, com a eleição do Papa Francisco. É realmente uma coisa nova, que Deus realiza na nossa história: o primeiro papa jesuíta, o primeiro Papa vindo de um país da América Latina, o primeiro Papa com o nome de Francisco. Um nome novo, que nos enche de esperança, porque o pobre de Assis nos ensina a voltar às fontes do evangelho, à simplicidade e à fraternidade, com que ele restaurou, no seu tempo, uma Igreja, em ruínas. E, por isso, esta eleição pode ser vista, na barca da Igreja, como um verdadeiro “virar de bordo”, um retomar do essencial da fé, na direção de Cristo. Eis que nos foi dado, na passada quarta-feira, um Papa, que veio lá do “fim do mundo”, e que mostra, à cidade e aos homens, que, para o fazer chegar a Roma, “o Senhor abriu caminhos através do mar, veredas por entre as torrentes das águas” (Is 43,16) do Atlântico.
2. Interessa-me mais o teu futuro, que o teu passado
Este virar de bordo, esta mudança para a frente, é uma primavera que se antecipa, para a Igreja. Mas é também uma promessa de vida nova, que só se cumprirá, com a nossa própria renovação, com o abandono das nossas velharias, com a renúncia dos nossos luxos ou lixos, com um corajoso deixar para trás o passado de miséria, com um completo virar de página, na nossa vida. Também nós precisamos, como Paulo, de “esquecer o que fica para trás” (Fil 3,13), seja de vã glória ou de terrível fracasso, a fim de nos lançarmos corajosamente para a frente, para ousarmos o futuro, inteiramente livres do passado. Diziam os padres do deserto, que «o senhor do passado é o diabo», porque ele aí mesmo nos retém, na sombra da nossa miséria, em lembranças que nos mordem e remordem, e assim nos impedem de vir à luz e de avançarmos, para a meta da nossa recriação em Cristo. O nosso Deus, pelo contrário, é misericórdia, e com o seu perdão, renova a confiança em mim; no meu inverno vislumbra primaveras; no chão do meu caminho, desenha o futuro; faz-me olhar em frente, dá-me uma palavra de confiança e diz-me: «vai e não voltes a pecar» (Jo 8,11)! Acredito em ti, mais do que nas tuas fraquezas. Olho mais para o teu sofrimento, que para os teus pecados! Interessa-me mais o teu futuro, que o teu passado.
3. O perdão de Deus cria-nos e recria-nos
Caríssimos irmãos e irmãs: somos feitos e refeitos por Deus. O seu perdão cria-nos e recria-nos, inova-nos, renova-nos, faz-nos inteiramente novos. É um perdão, que é sempre dom em excesso, amor dado, para além do esperado. É um perdão, que é mais do que um facto desculpado ou esquecido no passado. O perdão de Deus não leva em conta o mal recebido. Não se centra nem na ofensa, nem no ofendido. Dá mais que o merecido. O perdão é dom de Deus, que me faz novo, que me abre caminhos de futuro, que me incute a força de resistir ao mal e de não tornar a pecar. Se acolher esse perdão de Deus, que me transforma o coração, tornar-me-ei também capaz de o oferecer aos outros!
4. Temos mais uma semana, para a celebração da reconciliação
 
Temos mais uma semana, para a celebração da reconciliação, para a prática do perdão pedido, recebido e oferecido.
Segunda-feira, dia 18, na Igreja Paroquial, das 17 às 19h.
Aproveitemos para virar de bordo, para arrepiar caminho, para mudar de rumo, para deitar pedras ao chão! Não vá naufragar a nossa embarcação, por excesso de peso, com tantas pedras na mão, no sapato e no coração! Deitemo-las ao chão. E, em vez de um dedo acusador, uma mão estendida. Em vez, de pedras, meu irmão, dá o teu perdão!
Fonte: aqui

GOSTEI (de Pedro Leal, Página Um, Rádio Renascença)

Na primeira hora como Papa, Francisco deixou-nos quatro
gestos inesperados e diferentes: pediu que rezassem
por ele, inclinou-se perante a multidão, falou sempre
como Bispo de Roma e – surpresa! – rezou um Pai Nosso
e uma Avé Maria.
Gostei. Não se impôs pela palavra, que foi simples, mas
por uma sucessão de gestos próximos e de fácil compreensão.
Gostei, particularmente, que tivesse rezado o Pai Nosso,
a oração que nos foi entregue. Profundo.
Gostei que se tivesse inclinado. Pelo respeito que demonstra
e pela atitude de serviço. Humildade.
Gostei ainda que falasse sempre como Bispo de Roma.
Pela colegialidade implícita. Fraterno.
Além da nacionalidade argentina, as primeiras horas do
Papa Francisco já comportam muitas novidades. Todas
elas com um denominador comum: a simplicidade.