Agenda Paroquial:

domingo, 29 de julho de 2012

Tema do 17º Domingo do Tempo Comum - Ano B

A liturgia do 17º domingo Comum dá-nos conta da preocupação de Deus em saciar a “fome” de vida dos homens. De forma especial, as leituras deste domingo dizem-nos que Deus conta connosco para repartir o seu “pão” com todos aqueles que têm “fome” de amor, de liberdade, de justiça, de paz, de esperança.
Na primeira leitura, o profeta Eliseu, ao partilhar o pão que lhe foi oferecido com as pessoas que o rodeiam, testemunha a vontade de Deus em saciar a “fome” do mundo; e sugere que Deus vem ao encontro dos necessitados através dos gestos de partilha e de generosidade para com os irmãos que os “profetas” são convidados a realizar.
O Evangelho repete o mesmo tema. Jesus, o Deus que veio ao encontro dos homens, dá conta da “fome” da multidão que O segue e propõe-Se libertá-la da sua situação de miséria e necessidade. Aos discípulos (aqueles que vão continuar até ao fim dos tempos a mesma missão que o Pai lhe confiou), Jesus convida a despirem a lógica do egoísmo e a assumirem uma lógica de partilha, concretizada no serviço simples e humilde em benefício dos irmãos. É esta lógica que permite passar da escravidão à liberdade; é esta lógica que fará nascer um mundo novo.
Na segunda leitura, Paulo lembra aos crentes algumas exigências da vida cristã. Recomenda-lhes, especialmente, a humildade, a mansidão e a paciência: são atitudes que não se coadunam com esquemas de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de preconceito em relação aos irmãos.
Padres Dehonianos

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Para pensar - 2

A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta.

Alexandre Herculano



A civilização é uma ilimitada multiplicação de necessidades
desnecessárias.

M. Twain



Quanto mais estudamos, mais sentimos a nossa ignorância.

Shelley



A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência
coloca-se na retaguarda para ver.

Bertrand Russel



Os teus actos, e não os teus conhecimentos, é que determinam o teu
valor.

Fichte



A bondade consiste em estimar e amar os outros para além do que eles
merecem.

Joubert



Há riqueza bastante no mundo para as necessidades do homem, mas não
para a sua ambição.

Gandhi



As nossas tragédias são sempre de uma profunda banalidade para os
outros.

Óscar Wilde



Para falar ao vento, bastam palavras. Para falar ao coração, são
necessárias obras.

P. António Vieira

domingo, 22 de julho de 2012

Tema do 16º DOMINGO do TEMPO COMUM - Ano B

A liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum dá-nos conta do amor e da solicitude de Deus pelas “ovelhas sem pastor”. Esse amor e essa solicitude traduzem-se, naturalmente, na oferta de vida nova e plena que Deus faz a todos os homens.
Na primeira leitura, pela voz do profeta Jeremias, Jahwéh condena os pastores indignos que usam o “rebanho” para satisfazer os seus próprios projectos pessoais; e, paralelamente, Deus anuncia que vai, Ele próprio, tomar conta do seu “rebanho”, assegurando-lhe a fecundidade e a vida em abundância, a paz, a tranquilidade e a salvação.
O Evangelho recorda-nos que a proposta salvadora e libertadora de Deus para os homens, apresentada em Jesus, é agora continuada pelos discípulos. Os discípulos de Jesus são – como Jesus o foi – as testemunhas do amor, da bondade e da solicitude de Deus por esses homens e mulheres que caminham pelo mundo perdidos e sem rumo, “como ovelhas sem pastor”. A missão dos discípulos tem, no entanto, de ter sempre Jesus como referência… Com frequência, os discípulos enviados ao mundo em missão devem vir ao encontro de Jesus, dialogar com Ele, escutar as suas propostas, elaborar com Ele os projectos de missão, confrontar o anúncio que apresentam com a Palavra de Jesus.
Na segunda leitura, Paulo fala aos cristãos da cidade de Éfeso da solicitude de Deus pelo seu Povo. Essa solicitude manifestou-se na entrega de Cristo, que deu a todos os homens, sem excepção, a possibilidade de integrarem a família de Deus. Reunidos na família de Deus, os discípulos de Jesus são agora irmãos, unidos pelo amor. Tudo o que é barreira, divisão, inimizade, ficou definitivamente superado.

Padres Dehonianos

domingo, 15 de julho de 2012

Tema do 15º Domingo do Tempo Comum - Ano B

A liturgia do 15º Domingo do Tempo Comum recorda-nos que Deus actua no mundo através dos homens e mulheres que Ele chama e envia como testemunhas do seu projecto de salvação. Esses “enviados” devem ter como grande prioridade a fidelidade ao projecto de Deus e não a defesa dos seus próprios interesses ou privilégios.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo do profeta Amós. Escolhido, chamado e enviado por Deus, o profeta vive para propor aos homens – com verdade e coerência – os projectos e os sonhos de Deus para o mundo. Actuando com total liberdade, o profeta não se deixa manipular pelos poderosos nem amordaçar pelos seus próprios interesses pessoais.
A segunda leitura garante-nos que Deus tem um projecto de vida plena, verdadeira e total para cada homem e para cada mulher – um projecto que desde sempre esteve na mente do próprio Deus. Esse projecto, apresentado aos homens através de Jesus Cristo, exige de cada um de nós uma resposta decidida, total e sem subterfúgios.
No Evangelho, Jesus envia os discípulos em missão. Essa missão – que está no prolongamento da própria missão de Jesus – consiste em anunciar o Reino e em lutar objectivamente contra tudo aquilo que escraviza o homem e que o impede de ser feliz. Antes da partida dos discípulos, Jesus dá-lhes algumas instruções acerca da forma de realizar a missão… Convida-os especialmente à pobreza, à simplicidade, ao despojamento dos bens materiais.

Padres Dehonianos

sexta-feira, 13 de julho de 2012

CHAMAM-LHE A «PARTÍCULA DE DEUS»!

1. Deus está em toda a parte: no grande, no pequeno e no pequeníssimo. Até a uma partícula subatómica, extremamente difícil de localizar, deram o nome de «Partícula de Deus»! Com a sua descoberta, a ciência terá dado o último passo para chegar ao primeiro instante, aquele em que cada organismo recebe condições para existir. 2. É interessante notar como a ciência hoje acaba por ter as mesmas inquietações da filosofia de outrora. Ambas se empenham na procura da «archê», ou seja, do que está no início de tudo. É claro que a ciência actual tem recursos infinitamente maiores. Mas é significativo verificar que a direcção da procura é semelhante: o que está na origem, o que desencadeia tudo. 3. Naqueles tempos, uns achavam que era o «ar», outros a «água», outros a «terra», outros o «fogo», outros o «indeterminado» («apeiron»). No nosso tempo, a busca da «archê» tomou uma dupla orientação. A Cosmologia já identificou o momento inicial do universo: o «Big Bang». A Física acabou de localizar o elemento primordial da matéria: o «Bosão de Higgs», a partícula que dá massa às outras partículas! 4. A descoberta desta partícula corresponde, desde logo, a um postulado, a uma espécie de exigência. Há cerca de 50 anos, vários físicos procuravam uma explicação para a existência da matéria. O que é que explica que a matéria exista? 5. Sabia-se que é necessário haver uma partícula que confira massa às outras partículas. Sem essa partícula (ínfima), o universo (enorme) nunca teria surgido. Nem as galáxias, nem as estrelas, nem os planetas, nem nós, humanos. Em suma, nada do que existe existiria. A importância desta descoberta é tanto maior quanto ela era tida por impossível até há pouco. Stephen Hawking, por exemplo, chegou a apostar que tal partícula jamais seria encontrada. 6. A partícula é conhecida por duas designações. Há quem lhe chame «Bosão de Higgs» porque foi Peter Higgs e outros cinco cientistas que, em 1964, postularam a sua existência. Mas o mais curioso é que esta é também denominada «Partícula de Deus»! Tal expressão surge no título de um livro de Leon Lederman. Parece que a sua vontade era que a obra fosse intitulada «Goddamn particle»(literalmente, «o raio da partícula»). Só que o editor não aceitou. Optou-se, então, por deixar cair a segunda parte da palavra e o livro passou a chamar-se «God particle», ou seja, «Partícula de Deus»! 7. É espantoso como, também neste aspecto, subsiste uma similitude relativamente à antiguidade. Também nessa altura, o divino era postulado como a explicação última de tudo. Deus era, portanto, visto como o fundamento. Com uma subtileza refrescante, o divino era descrito por alguns como a alma do que existe. Ele é o ser que faz com que tudo seja. Daí a tendência para não categorizar o divino. Usavam-se termos como «pneuma», que tem que ver com ar, e «theós», que originalmente significa hálito! E, a bem dizer, Deus é esta «aragem» que nos cerca e este «hálito» que, vindo das alturas ou das profundezas, nos envolve. 8. O «Bosão de Higgs» será, provavelmente, um dos últimos passos que nos transporta aos primeiros instantes. As questões quanto ao «como» do funcionamento da natureza estarão à beira das respostas definitivas. Mantém-se, entretanto, a pertinência do grande «porquê». Deus não é, obviamente, uma partícula. Mas pode ser procurado a partir do estudo dessa partícula. 9. A ciência presenteia-nos, uma vez mais, com um forte «caudal». de respostas. E deixa-nos a «ponte» para continuarmos atentos às perguntas. Este é, pois, um momento prodigioso para o conhecimento humano e para o prosseguimento da escuta, da procura, do debate. Nada está arrumado. Tudo permanece cada vez mais em aberto!

João António Pinheiro Teixeira teólogo
Agência Ecclesia

domingo, 8 de julho de 2012

Tema do 14º Domingo do Tempo Comum - Ano B

A liturgia deste domingo revela que Deus chama, continuamente, pessoas para serem testemunhas no mundo do seu projecto de salvação. Não interessa se essas pessoas são frágeis e limitadas; a força de Deus revela-se através da fraqueza e da fragilidade desses instrumentos humanos que Deus escolhe e envia.
A primeira leitura apresenta-nos um extracto do relato da vocação de Ezequiel. A vocação profética é aí apresentada como uma iniciativa de Jahwéh, que chama um “filho de homem” (isto é, um homem “normal”, com os seus limites e fragilidades) para ser, no meio do seu Povo, a voz de Deus.
Na segunda leitura, Paulo assegura aos cristãos de Corinto (recorrendo ao seu exemplo pessoal) que Deus actua e manifesta o seu poder no mundo através de instrumentos débeis, finitos e limitados. Na acção do apóstolo – ser humano, vivendo na condição de finitude, de vulnerabilidade, de debilidade – manifesta-se ao mundo e aos homens a força e a vida de Deus.
O Evangelho, ao mostrar como Jesus foi recebido pelos seus conterrâneos em Nazaré, reafirma uma ideia que aparece também nas outras duas leituras deste domingo: Deus manifesta-Se aos homens na fraqueza e na fragilidade. Quando os homens se recusam a entender esta realidade, facilmente perdem a oportunidade de descobrir o Deus que vem ao seu encontro e de acolher os desafios que Deus lhes apresenta.

Padres Dehonianos