Agenda Paroquial:

quarta-feira, 30 de abril de 2014

É TEMPO

É tempo de estar atento.

É tempo de saber dizer.

É tempo de conseguir calar.

É tempo de acreditar.

É tempo de respeitar.

É tempo de não agredir.

É tempo de encarar os problemas que estão por resolver.

É tempo de não reabrir problemas que já estão resolvidos.

É tempo de crescer.

É tempo de saber estar.

É tempo de aprender.

É tempo de ouvir.

É tempo de não desmerecer o tempo.

É tempo de orar.

É tempo de apontar rumos.

É tempo de abrir horizontes.

É tempo de não bloquear energias.

É tempo de não transigir nos princípios.

É tempo de não vacilar nas decisões.

É tempo de não recuar na missão.

É tempo de honrar o passado.

É tempo de apostar no presente.

É tempo de construir o futuro.

É tempo de mudar.

Hoje. Agora. Já.

terça-feira, 29 de abril de 2014

3 características que os católicos precisam de recuperar urgentemente


Por que palavras como “cristão”, “bíblia” e “evangelização” são associadas aos nossos irmãos e irmãs protestantes e não a nós, católicos?
Pense em alguém que se descreve como cristão, fundamenta as suas crenças na bíblia e é apaixonado por compartilhar Jesus com os outros. Que tipo de pessoa veio à sua mente?

Eu acho que o primeiro pensamento da maioria das pessoas é um protestante evangélico.

Por que não um católico? O que foi que houve conosco?

Os católicos são membros da Igreja que compilou as Escrituras, da Igreja dos grandes santos missionários e mártires, da Igreja estabelecida pelo próprio Cristo. Como é que outras pessoas são hoje mais conhecidas que os católicos por ser evangelizadoras e cristãs que acreditam na bíblia?

Eu tenho certeza de que a nossa condição de minoria cultural aqui nos EUA foi um fator relevante para a formação dessa percepção: a maioria protestante teve mais força no estabelecimento dos usos linguísticos. E a falta generalizada de fidelidade à doutrina católica entre os autodenominados católicos, nas últimas décadas, certamente não tem ajudado a mudar isso...

Mas quaisquer que sejam as razões, eu acho que nós, católicos, temos sido “cúmplices” dessa percepção.

Isso é prejudicial tanto para a nossa compreensão de nós mesmos como católicos quanto para as nossas relações com os não católicos. É difícil viver a fé ortodoxamente e compartilhá-la com os outros se aceitamos falsas narrativas culturais, falsas dicotomias e uma terminologia imprópria.

Para ser bem claro: eu não estou dizendo que os católicos devam exigir que os outros parem de se identificar com essas características, nem que devamos forçar os outros a falar de nós dessa maneira ou daquela. As outras pessoas são livres para se expressar do ponto de vista da sua fé e da sua visão de mundo.

Mas nós também podemos!

Por isso, eu proponho que, em nossa forma de falar, em nossa mente e nas nossas ações, nós, católicos, nos atribuamos com mais confiança estas três características:

1) O termo "cristão"

Quantas vezes você já ouviu alguém fazer distinção entre "católicos" e "cristãos", usando este último termo para se referir aos protestantes evangélicos? Compare com o número de vezes que você ouviu os católicos chamarem a si mesmos de "cristãos" em uma conversa normal.

Esta crise de identidade é bastante grave. A Igreja católica ensina que só nela está a plenitude da fé cristã. “Catolicismo” é apenas outro nome da religião cristã, significando precisamente “totalidade”, “universalidade”. Se o católico segue mesmo a sua fé, ele é o cristão no sentido mais completo do termo.

E se realmente acreditamos nisso, temos que refletir esta certeza em nosso falar.

É claro que não devemos abandonar o termo "católico". A Igreja afirma que os seguidores de Cristo batizados, mas não católicos, também são denominados "cristãos" com toda a justiça (Unitatis redintegratio, 3): por isso, precisamos do termo "católico" para ajudar a distinguir a nós mesmos.

Mas também precisamos nos chamar, com toda a confiança, de "cristãos". Ou, pelo menos, de "cristãos católicos". Não temos por que deixar que o termo "cristão" seja sinônimo de "protestante".

2) A bíblia

A bíblia ensina a doutrina católica. Ela não ensina a doutrina protestante.

Sério.

É estranho ouvir isso? Pois bem, eu fui criado como protestante e percebi que muitos protestantes, especialmente evangélicos, insistem há tanto tempo em dizer que a fé deles é o que a bíblia ensina que é como se os católicos tivessem deixado só para eles essa prerrogativa. Deixamos a bíblia para eles! Pelo menos culturalmente falando.

Mas não deveríamos fazer isso. A bíblia não ensina a “sola fides” nem a “sola scriptura”. O purgatório, por outro lado, é completamente bíblico (cf. 1 Cor 3,11-15 , Mt 12,32, et al.). O mesmo vale para a autoridade da tradição oral (2 Ts 2,15), para o poder dos sacerdotes de absolver os pecados (Jo 20,22-23) e para a prática da oração pelos mortos (2 Macabeus 12,39-45).
(Se você reparou na minha última referência bíblica, no parágrafo acima, e teve a sensação de que "bom, esse livro aí não conta muito", eu tenho que lhe dizer o seguinte: nós, católicos, acreditamos que 2 Macabeus é tão inspirado e canônico quanto o Gênesis ou o Evangelho de Mateus. E temos que tratá-lo como tal. Eles são todos, igualmente, a Palavra de Deus. A propósito, a bíblia tem 73 livros e não 66. Todas as bíblias com apenas 66 livros são incompletas, faltando-lhes partes vitais da preciosa Palavra de Deus, que nos dá vida).

Os católicos acreditam há séculos que a bíblia é a Palavra inspirada por Deus, desde bem antes da existência dos protestantes. E é precisamente o estudo da Palavra de Deus o que nos leva até a doutrina católica.

Eu não quero incentivar animosidade nenhuma entre católicos e protestantes: este artigo não tem a intenção de demonstrar que a bíblia ensina a doutrina católica. Eu só estou tentando ajudar a nós, católicos, a termos mais clareza sobre as nossas crenças.

Do nosso ponto de vista, a bíblia é completamente católica. Então, por que não agimos em coerência com essa certeza?
 
3) Evangelização

Evangelizar é uma missão que os evangélicos, mórmons e testemunhas de Jeová se esforçam para cumprir –e, às vezes, são ridicularizados por causa disso. “Ainda bem que somos católicos! Somos mais sofisticados”, há quem diga. “Deixe que os evangélicos, mórmons e testemunhas de Jeová fiquem com a reputação de evangelização. Neste mundo moderno e pluralista, nós não queremos ficar associados à tentativa permanente de empurrar as nossas crenças para cima dos outros, certo?”.

Mais ou menos. “Empurrar as nossas crenças para cima dos outros” não, mas manifestá-las com total naturalidade sim. Evangelizar é a missão primária da Igreja católica.

Duvida? Leia o Novo Testamento. Ou o catecismo. Ou a Evangelii Gaudium.

Não temos que copiar os métodos de evangélicos, mórmons e testemunhas de Jeová, mas nós, católicos, temos que acreditar que a nossa missão é, sim, a de evangelizar, a de transmitir a Boa Nova. E precisamos vivê-la abertamente: "Nós, na Igreja católica, acreditamos que todos precisam conhecer Jesus para salvar a sua alma e que o meio para conhecê-lo plenamente é fazer parte da Igreja católica, estabelecida por Ele".

O mundo inteiro tem que saber exatamente o que nós somos. Se as pessoas não sabem que a salvação das almas é a nossa missão, elas estão completamente desinformadas sobre o que é a Igreja católica. Se um católico não sabe ou não acredita nisso, nem ele mesmo sabe o que significa ser católico.

evangelização deveria ser o foco da pregação católica, das nossas conversas e da vida diária de todos nós. Não podemos conceber o catolicismo sem evangelização.

E não estamos copiando a evangelização de outras pessoas. Nós, católicos, saímos ao mundo para evangelizar desde Pentecostes. Evangelizamos o Império Romano, levamos o Evangelho ao Extremo Oriente. Sempre fomos evangelizadores e temos que ser evangelizadores novamente.

A "nova evangelização", proposta por São João Paulo II e continuada por Bento XVI e Francisco, tem feito muito para devolver a palavra "evangelização" à linguagem cotidiana dos católicos.

É um bom começo. Nós, católicos, precisamos seguir o exemplo desses três papas, torná-lo nosso e, como os santos anteriores a nós, retomar o nosso papel de evangelizadores: divulgadores da Boa Nova de Jesus.

Veja aqui

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Palavras que dizem tudo...

1. Todos aclamam João Paulo II como um (muito) bom Papa.
E são muitos os que se recordam de João XXIII como o Papa Bom.

2. O Papa Francisco nunca escondeu a sua admiração por João Paulo II e a inspiração que recebeu de João XXIII.
Aliás, há quem diga que ele ainda ponderou escolher o nome de João XXIV.

3. A canonização de João Paulo II tornou-se inevitável logo após a sua morte.
A canonização de João XXIII era expectável já em vida.

4. Com personalidades muito distintas, ambos foram uma verdadeira surpresa na altura da eleição.
Quase ninguém contava com um papa polaco em 1978. E poucos arriscariam a opção por um papa tão idoso em 1958.

5. João Paulo II destacou-se pela sua acção, pela sua missão, pelas suas incontáveis viagens e pelas multidões que arrastava em todas elas.
Enfim, pode dizer-se que foi um incansável sucessor de Paulo, além de Pedro.

6. João XXIII salientou-se sobretudo pela sua maneira de ser. Pela amabilidade, pela paciência, por uma incorrigível bondade, por tantos e tantos gestos. E, claro, pelo Concílio Vaticano II.
Um chegou praticamente a todos os lugares. O outro tocou praticamente todos os corações.

7. Não admira que a humanidade tenha chorado na despedida dos dois.
Eu também chorei a morte de João Paulo II. E teria certamente chorado a partida de João XXIII. Mas não tive sequer oportunidade. Ainda não tinha nascido.

8. Nem isso, porém, me impediu de ficar marcado por ele. Cresci a ouvir falar do Papa Bom como exemplo de pessoa e modelo de conduta.
Aquela figura de pai, que meus pais me desvelaram, povoou a minha infância e nunca se ausentou da minha vida. 

9. Não é, pois, a canonização que nos dá o conhecimento da santidade. No fundo, a canonização constitui o reconhecimento dessa mesma santidade.
Isto pode ser dito a respeito de João Paulo II e João XXIII. Cada um tinha palavras e atitudes que sabiam a Deus. Cada um emitia esperança para a vida e depositava alento no mundo.

10. Jacques Maritain disse que «os maiores educadores são os santos». A Igreja propõe-nos, agora, mais dois.
A santidade é um caminho em que cabem sempre mais caminhantes. Ninguém está excluído. A santidade é uma proposta que aguarda sempre uma resposta. A nossa também!

domingo, 27 de abril de 2014

É melhor não ligar...

Bento Domingues: "A noção de infalibilidade tem pouco de infalível"

Início do texto de Bento Domingues no "Público" de hoje:

Hoje é domingo de canonizações, de surpresas e decepções. Fizeram-me, a este respeito, uma pergunta estranha: será verdade que uma canonização envolve a infalibilidade pontifícia?

Digo estranha porque, nas questões de ordem teológica, o que me preocupa, em clima cristão, é saber se um determinado acontecimento, atitude, gesto ou palavra servem a dimensão imanente e transcendente dos seres humanos, como criaturas de relação e de interajuda. Respondi que uns teólogos dizem que sim e outros dizem que não. Sabem tanto uns como outros. Estamos, portanto, em matéria opinável. Como a própria noção de infalibilidade tem pouco de infalível, é melhor não ligar muito a esse género de preocupações.

E nós vimos?...

Vi o Senhor»


Naquele tempo, Maria Madalena estava a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro do sepulcro e viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde estivera deitado o corpo de Jesus.
Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?» Ela respondeu- lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram».
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, sem saber que era Ele. Disse-lhe Jesus: «Mulher, porque choras? A quem procuras?» Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar». Disse-lhe Jesus: «Maria!»
Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!» Jesus disse-lhe: «Não Me detenhas, porque ainda não subi para o Pai. Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito. (Jo 20, 11-18)

Maria Madalena, no jardim de José de Arimateia, é a figura da Igreja, a nova Eva, no jardim do novo paraíso, o da nova criação. Aí ela encontra o seu Senhor, O reconhece e O adora. E para sempre, pela sua boca, continuará a ouvir-se a grande Boa Nova: “Vi o Senhor ressuscitado”. Assim o proclama aqui hoje a assembleia dos seus discípulos.
Fonte: aqui

sábado, 26 de abril de 2014

Parece que não sabem ler ou ouvir! Uma tristeza... tudo tirado do contexto dá nisto!

O telefonema polémico do Papa

Telefonema feito por Papa Francisco na última quarta-feira causa confusão nos mídia
Na última quarta-feira, 23, surgiram boatos sobre o telefonema feito pelo Papa Francisco a uma senhora argentina. Ele teria liberado a senhora para comungar, mesmo sendo casada civilmente com um homem divorciado, que já foi casado na Igreja.

Jaqueline Lisbona mora em San Lorenzo, Argentina. Nos últimos 10 anos, seu pároco não lhe permitiu comungar, visto que seu marido já foi casado na Igreja com a primeira mulher. Incomodada com a situação, em setembro Jaqueline enviou um email ao Papa e deixou seu número de telefone dizendo que se sentia como uma católica de segunda classe. O Papa Francisco  respondeu-lhe com uma ligação na última quarta-feira, 23. As notícias dos jornais diziam que ele, durante a ligação, disse que ela poderia retornar a receber a comunhão.

Gustavo Sylvestre, jornalista da Radio Del Plata, entrevistou Jaqueline e durante a entrevista ela descreveu como foi a conversa. O Papa perguntou se ela era cristã e ela disse que não era cristã praticante. Quando era jovem costumava ser mais empenhada na Igreja, mas com o tempo se afastou.

“Ele me disse que eu poderia voltar, ele me disse que eu deveria voltar. Bom, é o que vou fazer dentro de pouco tempo”, disse Jaqueline.

A resposta do Papa foi em relação ao seu afastamento da Igreja e não em relação a voltar a comungar. Jaqueline completou dizendo que ele confirmou que a Igreja está tratando deste assunto.

Com tanto rumor causado pelas mídias, o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Padre Federico Lombardi, fez uma declaração nesta manhã.

“Vários telefonemas são realizados pelo Papa Francisco no contexto das suas relações pastorais pessoais. Não se tratando de atividades públicas do Papa, não se pode esperar informações ou comentários da parte da Sala de Imprensa do Vaticano. O que foi difundido - sobre o boato da liberação para comungar feita pelo Papa à senhora argentina -, e a ampliação midiática consequente, não tem confirmação de confiança e é fonte de mau entendimento e confusão. Ou seja, não existem consequências em relação à doutrina da Igreja”, disse Padre Lombardi.
Fonte: aqui

sexta-feira, 25 de abril de 2014

O MESMO DE ONTEM ACONTECE HOJE NO MUNDO

O ridículo ou a falsidade premeditada


"Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor, afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria, e correram a levar aos discípulos a notícia da Ressurreição.
Entretanto, Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele. Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia. Lá Me verão».
Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos príncipes dos sacerdotes tudo o que tinha acontecido. Estes reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado, deram aos soldados uma soma avultada de dinheiro, com esta recomendação: «Dizei: ‘Os discípulos vieram de noite roubá-l’O, enquanto nós estávamos a dormir’. Se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos que vos deixem em paz».
Eles receberam o dinheiro e fizeram como lhes tinham ensinado. Foi este o boato que se divulgou entre os judeus, até ao dia de hoje." (Mt 28, 8-15)
     
As aparições de Jesus Ressuscitado manifestam sempre a vida nova em que a sua santíssima humanidade entrou ao sair deste mundo. É o paraíso reencontrado, onde o homem encontra Deus na paz. Diante de toda esta novidade pascal, o mundo pasma ou ignora ou tenta evitar que se creia ser verdade, indo ao ridículo ou à falsidade premeditada, como esta leitura já o atesta em relação aos primeiros dias da Igreja.
Fonte: aqui

quinta-feira, 24 de abril de 2014

MILHÕES PRESENTES E SUSPENSOS PELA TV

Domingo, dia 27 de Abril: o Papa Francisco vai presidir à Missa de canonização dos Beatos João XXIII e João Paulo II


No próximo domingo, às 10h00 (menos uma em Lisboa), o Papa Francisco vai presidir à Missa de canonização dos Beatos João XXIII e João Paulo II, seguindo-se depois a oração Regina Caeli.


O Vaticano recorreu às novas tecnologias para lançar o site “2papisanti” (dois Papas santos), onde as pessoas poderão “conhecer a vida, o pensamento e o testemunho de fé dos dois novos santos”.
Presente também no Twitter, no Facebook e no Instagram, a plataforma visa possibilitar às pessoas consultarem “vídeos, imagens e conteúdos bibliográficos” relacionados com João XXIII e João Paulo e acompanharem todas as “notícias, eventos, informações” à volta da cerimónia de canonização, que deverá contar com a presença de milhões de peregrinos.
A aplicação gratuita intitulada “Santo Subito”, disponível em formato Android e IOS, permite descarregar os conteúdos que vão servir de apoio à festa da canonização.


Então consulte aqui  “vídeos, imagens e conteúdos bibliográficos” relacionados com João XXIII e João Paulo e acompanhe todas as “notícias, eventos, informações” à volta da cerimónia de canonização, que deverá contar com a presença de milhões de peregrinos.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

SEMPRE PÁSCOA!

Vês e ouves, Maria? O medo e a morte já nada valem

"Não temais.
Ide avisar os meus irmãos que partam para a Galileia.
Lá me verão.”
Mt 28, 1
 
- Maria, não chores mais! Já se vê o alvor da aurora.
Pega nos perfumes, vamos ao túmulo!
Nenhuma dor vai impedir-nos de ungir o corpo de Jesus.
- Não consigo ainda acreditar que Ele morreu.
Parece-me um pesadelo de que vou acordar e vê-l’O de novo.
A sorrir para nós, como se nos tivesse feito uma partida!
- Também a mim me parece um sonho… mas sofreu tanto!
Corramos, não deixemos que o sol se levante antes de chegarmos!
 
E correram. A chorar um morto que tinha dado tanta vida.
A não tocar a ferida do sonho da vida nova que Ele tinha semeado.
E contudo, uma faísca de esperança parecia instalar-se no coração.
Ele tinha resuscitado mortos. Podia talvez fazer o mesmo… agora!
E veio o tremor de terra, a pedra removida, e um anjo a falar-lhes…
 
- Maria, escutas o mesmo que eu? Vês o mesmo que eu?
- Vejo e escuto, mas não entendo! Jesus tinha dito, mas como acreditar?
Que é ressuscitar? E porque não nos aparece Ele?
- Vamos dizer aos outros? E se não acreditarem? Ai, Maria, isto é tudo novo!
- É novo e parece impossível. Como os seus gestos transbordantes de amor.
Como as palavras que nos recriavam por dentro. É novo e faz-nos novos!
- Corramos. Tenho uma fogueira dentro de mim que preciso partilhar!
 
E correram. Com a alegria a inundar-lhes o corpo e alma.
A sentir curadas as feridas, e os pés quase a não tocarem no chão.
Capazes de ir aos confins do mundo dizer esta bela notícia.
E Jesus saiu ao seu encontro. Abraçaram-lhe os pés. Escutaram…
 
- Vês e ouves, Maria? O medo e a morte já nada valem.
- Vejo, ouço e toco! É Jesus, e somos com Ele. Chamou-nos irmãos?
Que mundo novo nos pede para construir? Tudo sabe à frescura do princípio.
- É um novo princípio que nos põe no coração e nas mãos.
Corramos! É preciso dizer que só o amor vence todas as mortes!
 
E correram. E continuamos a sua corrida! Nos passos ardentes de cada um! 

P. Vítor Gonçalves

terça-feira, 22 de abril de 2014

Anselmo Borges: "Francisco e o 25 de Abril"


Texto de Anselmo Borges no DN de 12 de abril (aqui):



1. A fotografia percorreu mundo: o Papa Francisco de joelhos, diante de um padre no confessionário, a confessar-se à vista de quem estava. Sabia-se que o Papa também peca e portanto se confessa. Mas agora está mesmo lá a confessar-se normalmente, como qualquer católico. Afinal, também é pecador, como repete constantemente, e tem dúvidas e engana--se como toda a gente, não é infalível. É simplesmente um homem, que acredita no perdão de Deus. E quer melhorar a sua vida, tanto mais quando tem uma imensa responsabilidade perante a humanidade inteira.
Pouco depois, na semana passada, Francisco deu uma entrevista a um grupo de cinco estudantes católicos belgas de comunicação. E foi-lhes dizendo, textualmente: "Enganei-me e engano-me. Diz-se que o ser humano é o único animal que cai duas vezes no mesmo sítio. Os erros foram grandes mestres de vida. Não diria que aprendi com todos os meus erros; com alguns, não, também sou casmurro. Mas aprendi com muitos outros erros e isso faz-me bem." Entre os equívocos na sua vida recorda que, quando ainda jovem, com 36 anos foi nomeado superior da Companhia de Jesus, cometeu erros "com o autoritarismo". Depois, deu-se conta de que "é preciso dialogar, escutar o que os outros pensam".

Já ouviu dizer : "Este Papa é comunista!", por causa do seu discurso sobre os pobres, mas esclarece que não. "Não, esta é a bandeira do Evangelho, a pobreza sem ideologia, os pobres estão no centro do anúncio de Jesus."

Confessa que é feliz, com uma grande paz, apesar dos problemas. "Sempre houve problemas, mas esta felicidade não vai embora com eles." Lamenta é que "neste momento da história o ser humano foi retirado do centro", sendo o seu lugar ocupado "pelo poder e pelo dinheiro". Referindo o desemprego dos jovens, arremete contra "uma cultura do descartável": o que não serve a globalização reinante deita-se fora: "Os jovens são expulsos, são expulsas as crianças, não queremos filhos, só famílias pequenas, e são expulsos os velhos, muitos deles morrem com uma eutanásia oculta, porque não se cuida deles." Mas está confiante: ainda na Argentina, falou com muitos políticos jovens e comprovou que, de direita ou de esquerda, falam "com uma nova música, um novo estilo de política". E faz uma pergunta: "Onde está o teu tesouro?" Porque, "onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração", como diz o Evangelho. E responde: pode estar no "poder, no dinheiro, no orgulho" ou na "bondade, na beleza, no desejo de fazer o bem".

2. Pelo menos 80% dos portugueses ainda se consideram católicos, e é nesse pressuposto que faço uma breve reflexão.

Há uma herança indiscutivelmente imensa e positiva do 25 de Abril. A democracia, as liberdades, os direitos humanos, erradicação do analfabetismo, algum desenvolvimento, uma nova consciência de cidadania... são bens inestimáveis. Mas muita coisa correu mal, de tal modo que a gente pergunta como é que, tendo podido fundar um país moderno, se está onde nos encontramos. Incompetência e irresponsabilidade política, ganância desmesurada, anteposição de interesses próprios e partidários ao bem comum, cumplicidades entre partidos e negócios, investimentos irracionais, corrupção, justiça inoperacional, multiplicação cega de instituições de ensino superior e perda de autoridade nas escolas, consumismo hedonista leviano, um tsunami demográfico, abismo cada vez mais fundo entre os muito ricos e os pobres, incapacidade de pensar o futuro com um projeto viável para Portugal... eis alguns dos responsáveis.

Será preciso parar. Para pensar - do latim, pensare: pesar razões, também em conexão o penso para cura das feridas. Para confessar os erros e aprender com eles: é espantosa a "inocência" de comentadores que falam como se a maioria não tivesse estado no poder.

E a Igreja oficial precisa, tornando-se verdadeiramente livre, acima de interesses e partidos, de ser mais interventiva enquanto voz político-moral, iluminada e iluminante.

domingo, 20 de abril de 2014

PÁSCOA NO TEMPO

Já é Páscoa no tempo,
há alegria e esplendor,
vivacidade e contentamento.
Os foguetes vão estourar,
as flores vão brilhar,
as pessoas vão vibrar,
as casas vão encher
para Te acolher, Senhor.
Há dois mil anos,
removeste a pesada pedra do Teu sepulcro.
Pedimos-Te, Senhor,
que, hoje mesmo,
removas alguma pedra que ainda endureça os nossos corações:
a pedra do pecado,
a pedra do egoísmo,
a pedra da falsidade,
a pedra da injustiça, do ódio e da violência.
Aqui nos tens, Senhor,
não queremos ser sepultura mas berço.
Queremos que nasças sempre em nós
e queremos renascer sempre para Ti.
É tempo de Páscoa.
Exulta a natureza.
Vibram as crianças.
Cantem as multidões.
Que a Páscoa traga Paz,
Amor, Partilha e Felicidade.
Que os rostos sorriam,
que as mãos se juntem,
que os passos se aproximem,
que os corações se abram.
Obrigado, Senhor,
por morreres por nós.
Obrigado, Senhor,
por ressuscitares para nós.
Voltaste para o Pai e permaneces connosco.
Na Eucarista, és sempre o Emanuel.
Que Te saibamos receber
e que Te queiramos anunciar.
Hoje vais entrar em nossas casas.
Que nós nunca Te afastemos da nossa vida.
É Páscoa no tempo.
Que seja Páscoa na vida,
na nossa vida,
na vida da humanidade inteira.

sábado, 19 de abril de 2014

ACLAMEMOS!

VIGÍLIA PASCAL

A VIGÍLIA PASCAL – Extratos de uma homília de Fr.Filipe OP
“Jesus, nossa alegria, a teu lado encontramos o perdão, a frescura das fontes. Sedentos das realidades de Deus, nós reconhecemos a tua presença de Ressuscitado. E do mesmo modo que a amendoeira começa a florescer com a luz da Primavera, tu fazes florescer até os desertos da nossa alma”.
         Celebramos a Páscoa. Não como uma lembrança do que se passou, mas comemorando, ou seja, actualizando na nossa vida, o grande mistério de amor de Deus para connosco, pela morte e ressurreição de Jesus Cristo.
         Para nós esta noite enche-se de alegria porque na noite da nossa vida, uma luz se ergue, uma luz reconfortante, uma luz que ilumina as nossas trevas.
         À luz de Cristo celebrámos a Liturgia da Palavra. Só assim faz sentido. As Escrituras do Antigo Testamento remetem para Ele, as do Novo falam Dele.
         Esta noite é uma noite baptismal. É nesta noite que são baptizados os catecúmenos…. O sentido cristão do baptismo, ouvíamo-lo na carta aos Romanos: “Sepultados com Cristo pelo baptismo, com ele ressuscitamos para uma vida nova”. Essa ressurreição foi-nos anunciada no Evangelho que nos dá a grande alegria de que o crucificado não pertence ao reino dos mortos mas ao reino dos vivos. Ele está entre nós!
         Não nos foi narrado o momento exacto da hora da ressurreição. Com os Apóstolos e as mulheres contemplamos a única prova da Ressurreição: o túmulo vazio e as ligaduras dobradas: os restos da morte derrotada.
         Ouvíamos na homilia da celebração de sexta-feira santa o significado do lado aberto do qual brotou sangue e água: a água que nos lembra o baptismo, o sangue que nos lembra a Eucaristia: Os sacramentos da Igreja… Vamos celebrar a Eucaristia na alegria: é o próprio Ressuscitado, o Cordeiro da nossa Páscoa que se dá em alimento.
         Esta noite é a grande noite em que Deus nos convida para as bodas do Seu Filho. Que esta noite se prolongue na nossa vida, e que os sacramentos que celebramos sejam mesmo o que significam: sinal da alegria e da presença do Ressuscitado na sua Igreja, nas nossas vidas.
         Celebramos a Páscoa. Não como uma lembrança do que se passou, mas comemorando, ou seja, actualizando na nossa vida, o grande mistério de amor de Deus para connosco, pela morte e ressurreição de Jesus Cristo.
         Para nós esta noite enche-se de alegria porque na noite da nossa vida, uma luz se ergue, uma luz reconfortante, uma luz que ilumina as nossas trevas.

Vigília Pascal: Água e fogo em cerimónia simbólica


Celebração central do calendário litúrgico é a mais antiga e importante na Igreja Católica

D.R.
Lisboa, 19 abr 2014 (Ecclesia) – A Igreja Católica celebra nas últimas horas de Sábado Santo e nas primeiras de Domingo de Páscoa o principal e mais antigo momento do ano litúrgico, a Vigília Pascal, assinalando a ressurreição de Jesus.
Esta é uma celebração mais longa do que habitual, em que são proclamadas mais passagens da Bíblia do que as três habitualmente lidas aos domingos, continuando com uma celebração batismal e a comunhão.
A vigília começa com um ritual do fogo e da luz que evoca a ressurreição de Jesus; o círio pascal é abençoado, antes de o presidente da celebração inscrever a primeira e a última letra do alfabeto grego (alfa e ómega), e insere cinco grãos de incenso, em memória das cinco chagas da crucifixão de Cristo.
O ‘aleluia’, suprimido no tempo da Quaresma, reaparece em vários momentos da missa como sinal de alegria.
D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda e consultor da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (organismo da Santa Sé), explica que a Vigília Pascal se articula em quatro partes: a liturgia da luz ou “lucernário”; a liturgia da Palavra; a liturgia batismal; a liturgia eucarística.
A liturgia da luz consiste na bênção do fogo, na preparação do círio e na proclamação do precónio pascal.
A liturgia da Palavra propõe sete leituras do Antigo Testamento, que recordam “as maravilhas de Deus na história da salvação” e duas do Novo Testamento: o anúncio da Ressurreição segundo os três Evangelhos sinópticos (Marcos, Mateus e Lucas), e a leitura apostólica sobre o Batismo cristão.
D. José Cordeiro observa ainda que a liturgia batismal é “parte integrante da celebração”, pelo que mesmo quando não há qualquer Batismo, se faz a bênção da fonte batismal e a renovação das promessas.
“Do programa ritual consta, ainda, o canto da ladainha dos santos, a bênção da água, a aspersão de toda a assembleia com a água benta e a oração universal”, acrescenta.
A liturgia eucarística é apresentada pelo bispo de Bragança-Miranda como “o momento culminante da Vigília, qual sacramento pleno da Páscoa”,
D. José Cordeiro observa que a liturgia “salienta a potência da luz, como o símbolo de Cristo Ressuscitado, no círio pascal e nas velas que se acendem do mesmo, na iluminação progressiva das luzes da igreja, ao acender das velas do altar e com as velas acesas na mão para a renovação das promessas batismais”.
OC
AGÊNCIA ECCLESIA

Hoje é Sabado Santo, o 2º dia do Tríduo Pascal

Padeceu e foi sepultado.


No teu sepulcro, Senhor, eu venho depor:
- As cruzes que carrego sem vontade.
- Os que têm cancro, os que estão numa cama de hospital, os entrevados, os que estão presos em casa pela doença, pela velhice, pelo abandono.
 - Os esposos em crise, as famílias problemáticas, as esposas abandonadas por seus maridos e os maridos abandonados pelas suas esposas.
- O meu pai velhinho que está vivo, a minha irmã doente, toda a minha família.
- Os jovens maravilhosos que tenho e os outros que não cruzam contigo.
- Os pais dos meninos da catequese que não vão à missa.
- Os que deixam o seu lugar vazio nas eucaristias a que presido.
- Os que fazem do boato e da mentira muros que separam as pessoas.
- Os padres que andam atarefados. Os colegas que eu queria compreender melhor. O meu bispo que eu queria que fosse mais pastor.
- O cansaço do que tenho de fazer e não me apetece. A criatividade pastoral que gostava de ter e me falta.
- Os leigos que não sentem que são Igreja, a formação que não querem, o empenho apostólico que não têm.
- Os sacramentos vistos como tradição ou motivo de festa pagã.
- A paróquia que queria que crescesse mais como comunidade.
- A construção do Centro Paroquial que me entusiasma, mas que me tira noites de sono.
-  As pessoas de quem esperava mais mas que não corresponderam.
- A pobreza envergonhada que vai surgindo e as respostas que não tenho.
- O entusiasmo, a dedicação, o carinho, o altruísmo, a colaboração de tanta gente desta comunidade.
- A fé de tantos que espicaça a minha fé.
- As minhas lacunas, cansaços, pecados e desânimos.

Deponho no teu sepulcro tudo isto e muito mais que tu lês no meu coração. Então contigo e por Ti, espero a manhã da Páscoa, quando o Ressuscitado fizer novas todas as coisas. Na Tua luz, Senhor, as  trevas derreter-se-ão e a esperança brilhará irresistivelmente mais forte.
Na Tua sepultura, a semente cai à terra, não para desaparecer, mas para se transformar na Primavera de novos frutos.
Por tudo e por tanto, obrigado, Senhor!
Boa Páscoa, amigo visitante
Ele quer ressuscitar em ti

Um pároco deste Portugal

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Hoje é Sexta-feira Santa


--Amou-nos até o fim

É o próprio Jesus quem nos convida a aceitar Seu ato de extremo amor por nós

“Eis telos”, em grego significa “até o fim”, mas também “até o limite”, até o que é possível, até o extremo e pode comportar a ideia de perfeição, do ótimo cumprimento “Antes da festa da Páscoa, sabendoJesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou” Jo 13,1.

Hoje contemplamos este amor de Deus por nós, Ele que nos deu seu único Filho. Entremos no mistério pascal.

“O que faço não compreendes agora, mas compreenderás em breve” Jo 13,7. O próprio Jesus nos convida a aceitar o ato de extremo amor que teve por nós, mesmo se não o compreendemos. Precisamos aceitar que Ele haja assim conosco, mesmo sem entender.

Por que Ele não se defende no julgamento?
Ele não se defendeu. Ele não precisava de defesa, sabia que a lei humana não era capaz de julgá-lo, por isso se doou, se deixou condenar, mostrando com sua ressurreição a superioridade da Lei Divina.

Aceitar e deixar que Jesus seja Jesus em nossas vidas, significa não compreendermos Suas atitudes, principalmente seu amor extremo por nós numa morte de cruz. É um mistério.

Deixar-se salvar por Jesus!
“Ele salvou a outros e não pode salvar-se a si mesmo!” Mt 27,42.Jesus podia salvar a si mesmo, mas não o fez. Ao contrário do que imaginavam, Ele morreu. Sendo homem deu seu sangue por nós e morreu de um modo brutal, numa morte de Cruz. Fez isso, para ressuscitar, para abrir-nos as portas do Céu, era esta a obra da Trindade desde o início, era este o plano de Redenção. Ele, sendo homem não salvou a si mesmo.

É indispensável deixar-se salvar por Jesus Cristo. Talvez já saibamos disso, mas nos abandonar por completo e viver do fundo do coração é um caminho longo. O caminho de purificação é aceitar deixar-se salvar e acolher profundamente as palavras de Jesus.

Paixão de Cristo iluminará Seu amor por nós. Não tenhamos medo do Seu amor e da verdade do Senhor. Deixemo-nos purificar por sua doação.
Fonte: aqui

SEXTA FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR – Comentários do P.e João Resina (in a Palavra no Tempo II)


            Contemplamos a Paixão de Jesus Cristo. O Senhor reza longamente na angústia e sua sangue no Jardim das Oliveiras, enquanto Pedro, Tiago e João dormiam a poucos passos. É preso e conduzido aos Sumos-sacerdotes e ao Sinédrio. Enfrenta a mentira, o ódio e a calúnia, e é declarado réu de morte pelas autoridades religiosas do seu povo. “Depois, cuspiam-Lhe no rosto e batiam-Lhe. Outros esbofeteavam-nO, dizendo: «Advinha, Messias, quem foi que te bateu?» ” (Mt 26, 67-68). É levado ao tribunal de Pilatos. Continua a enfrentar a mentira e agora o jogo político dos que mandam na religião e no mundo. Recebe o desprezo e o ódio da populaça que dias antes O aclamava como Messias e hoje reclama o o perdão de Barrabás e a sua morte na cruz. É flagelado e vilipendiado pela soldadesca. Colocam-lhe uma coroa de espinhos. Ratificada a sua condenação por Pilatos, carrega a cruz até ao Calvário e aí é cravado nela. Está só, entregue aos sarcasmos dos vencedores. Os seus discípulos tinham-no abandonado. O Pai deixa-o sofrer as dores e o abandono. Morre ao fim de longas horas, entregando-se nas mãos do Pai.
A cruz é um dos suplícios mais terríveis que os homens inventaram. Pendurado pelos braços, o condenado vai perdendo lentamente o controlo dos músculos do tórax e sofre uma asfixia progressiva. Se quiser murmurar alguma palavra, tem de tentar aliviar o peito fazendo força nos pés, que estão trespassados. O pericárdio vai acumulando liquido e o coração funciona cada vez pior. As hemorragias causadas pelas feridas nas mãos e nos pés causam-lhe uma sede terrível.
Para os romanos a cruz era o suplício dos escravos, os judeus pensavam que só um homem maldito por Deus podia acabar na cruz. A cruz, que hoje é um sinal de amor e de esperança, era naquele tempo o emblema do horror. Os primeiros cristãos precisam de coragem para anunciar a ressurreição de um homem que morreu na cruz.
Nesta tarde contemplamos a morte de Cristo, estamos na compaixão. Mas não ignoramos que a Paixão de Cristo se insere na longa paixão dos homens.
Desde que o mundo é mundo, é imensa a dor dos homens. Há os que vivem na miséria e morrem à fome, os que sofrem da doença e não são tratados quando seria possível fazê-lo, os que são envolvidos pela violência e pela guerra; há os ódios e as divisões entre indivíduos e entre grupos; há a desigualdade que permite aos ricos viver a seu bel-prazer e condena os pobres a vegetar; há um imenso rol de injustiças. É grande o clamor dos humilhados e ofendidos. Mas um dos aspectos mais graves é que todo o indivíduo e todo o grupo que tem poder se serve desse poder para escravizar, subornar, comprar, iludir, envenenar, os indivíduos e os grupos que podem menos. Até nestes dias e até nestas horas que deviam merecer o respeito, os jornais e as televisões nos anunciam que isso continua a fazer-se.
Jesus não veio ao mundo para morrer, Jesus disse no Jardim das Oliveiras que não gostava do sofrimento. Aceitou sofrer e morrer, na fidelidade ao seu caminho. Suponho, em todo o caso, que ao enfrentar a morte, se sentiu feliz por partilhar a sorte destes irmãos mais doridos. Acreditamos que somos todos pecadores, todos precisamos de perdão e redenção. Acreditamos que o mistério da morte de Cristo nos alcançou a salvação, e que recebemos força e luz para vivermos da maneira diferente: para o amor e não para o ódio, para o perdão e não para a vingança, para a paz e não para a guerra.
Estamos no mistério da compaixão. Não ignoramos que o Senhor agradece a nossa presença. Mas espera que trabalhemos por um mundo melhor.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Hoje é Quinta-Feira-Santa


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MANDAMENTO          


Hoje é Quinta-Feira-Santa.
 Termina a Quaresma. Inicia-se o tríduo pascal. É, portanto, um dia em três dias.
 Celebra-se a paixão, morte, sepultura e ressurreição de Jesus.
 Hoje, concretamente, assinalamos as duas grandes «invenções» de Jesus: a Eucaristia e o Sacerdócio.
 Deixou-nos um único mandamento: que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou, como Ele nos ama.
 Pediu-nos a simplicidade, a humildade, o despojamento.
 Nestes dias, há uma certa tentação para as pompas, para o esplendor. Mas isso não congraça com a mensagem de Jesus.
 Ele merece o melhor. E o nosso melhor será (procurar) ser como Ele: na humildade e na paz!
Fonte: aqui

QUINTA–FEIRA DA CEIA DO SENHOR - Comentários do P.e João Resina (in a Palavra no Tempo II)


            A festa mais importante dos judeus era a Páscoa, que comemorava a passagem da escravidão no Egipto para a liberdade na Terra Prometida e a revelação de Deus no Sinai. Celebrava-se, não no Templo nem nas sinagogas, mas em cada casa, no contexto de uma ceia presidida pelo chefe de família. Os discípulos, que se consideram uma família, perguntam a Jesus onde é que Ele quer fazer a festa. (Mt 26, 17-19).
Jesus advinha que o Sinédrio resolveu prendê-lo e condená-lo à morte. Manda preparar a ceia em casa de um seu conhecido, na véspera ou na antevéspera, da data oficial. (A data oficial era a noite de sexta para sábado, mas certos grupos tinham o costume de a antecipar. A escolha de Jesus não parecia pois demasiado insólita). De resto, no pensamento de Jesus, esta ceia transcende a festa dos judeus. Será a Ceia da Nova Aliança, a Ceia da sua despedida, a Ceia da sua presença.
Os discípulos estavam habituados a sentar-se à mesa com Jesus. Conheciam o seu gesto de abençoar o pão e o vinho da refeição. (Será nesse gesto que os discípulos de Emaús o irão reconhecer). Mas, nessa tarde, Ele acrescentou um elemento novo.
“Antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. (…). Decorria a Ceia. Jesus, sabendo que o Pai tudo pusera nas suas mãos, que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-se da mesa, tirou o manto, (…) e começou a lavar os pés aos discípulos. (…). Depois de lhes ter lavado os pés e de ter posto o manto, voltou a sentar-se à mesa e disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Ora se Eu, o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. (…) Uma vez que sabeis isto, felizes de vós, se o puserdes em prática» ”. (Jo 13, 1-17). O Antigo Testamento exigia que o homem se purificasse antes de se dirigir a Deus, S. Paulo vai recomendar ao cristão que se examine a si próprio antes de comungar (I Cor 11, 28). Neste gesto do lava-pés, o Senhor ensina-nos que a purificação começa com a disposição de “lavar os pés” aos irmãos.
Os judeus acreditavam que Deus tinha firmado com o seu povo uma Aliança, inaugurada com a vocação de Abraão e confirmada no Sinai. Aguardavam o Messias, que levaria a Aliança à perfeição. O Pai envia como Messias o seu próprio Filho, Jesus. Mas os judeus não o aceitam. E Ele inaugura a Nova Aliança, firmada no Sangue da cruz, aberta a todos os homens e nações. “Este cálice é a Nova Aliança no meu Sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de Mim”. (I Cor 11, 25. Cf. Mt 26, 26-29; Mc 14, 12-16; Lc 22, 7-13).
Muitas civilizações tinham oferecido a Deus sacrifícios. O sacrifício era um dom simbólico, a exprimir a nossa gratidão e obediência. A vinda de Cristo vem abolir esses sacrifícios. Ele próprio é o dom real e definitivo. O dom de Cristo (a Epístola aos Hebreus volta a chamar-lhe sacrifício, Heb 5, 1-10; 9, 11-26) é o seu amor até ao fim, até ao extremo da cruz.
A Eucaristia será mais do que um simples cear na presença de Jesus. É comunhão com Ele, no seu Corpo e Sangue, o Corpo que vai sofrer, o Sangue que vai ser derramado na cruz. Será, por isso, participação real na sua vida, na sua morte, na sua ressurreição. S. Paulo vai escrever: “Sempre que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha” (I Cor 11, 26).
Era a despedida: “Eu vos digo que não mais a comerei até que ela se realize no reino de Deus” (Lc 22, 16). Era a presença, connosco, para sempre. Só acessível à fé

quarta-feira, 16 de abril de 2014

UM RESUMO BEM RESUMIDO

O TRÍDUO PASCAL 

1. A Igreja celebra nestes dias aquilo a que pode chamar-se o coração do ano litúrgico. No princípio, na comunidade de Jerusalém, celebrava-se apenas o Domingo de Páscoa. Evocava-se a Ressurreição do Senhor que, na madrugada do primeiro dia da semana, depois do dia 14 do mês de Nissan, venceu a morte, quebrando a pedra do Sepulcro. Mais tarde, compreendeu-se que não bastava viver a Vigília Pascal e era necessário completar esta celebração com dois momentos evocativos da Redenção: a Ceia Pascal e a memória da Paixão e Morte de Jesus. Assim surgiu o Tríduo Pascal, com 5.ª Feira Santa, 6.ª Feira Santa e Vigília Pascal. É esta a grande evocação que vai celebrar-se na Semana Santa.
. A Última Ceia foi vivida por Jesus com os Apóstolos. Cumpriram-se todos os rituais da Páscoa judaica. O pão ázimo, o cordeiro e as leitugas, ervas amargas. Jesus, porém, no fim, tomou o pão, partiu-o e deu-o aos seus discípulos dizendo: “É o meu corpo”. Fez o mesmo com o vinho: “É o cálice do meu sangue, entregue por vós”. Os cinco capítulos do Evangelho de João (13 a 17) oferecem-nos o discurso da Ceia. Nele encontra-se o maior testemunho de amor de quem se prepara para dar a vida por todos os homens.
. A Paixão e a Morte na Cruz constituem o mais iníquo de todos os julgamentos. Jesus contrariava a justiça dos príncipes dos sacerdotes e dos doutores da lei e dos fariseus, proclamando a verdade, a liberdade, o amor e a paz. Os judeus preferiram as suas conveniências e levaram Jesus ao tribunal religioso e ao tribunal político. Até pelo julgamento da multidão em massa foi condenado. Ouviu-se um grito: “À morte, crucifica-o”. E Pilatos consumou a condenação.
. A madrugada de domingo levou Maria de Magdala ao sepulcro. A pedra estava retirada, as vestes e o sudário estavam dobrados a um canto e o sepulcro estava vazio. “Onde o puseram?” Questionava-se Maria. “Aquele que procuras entre os mortos, está vivo”, foi o verecdito do Anjo do Senhor. Jesus ressuscitou. Tudo foi confirmado por João e Pedro. A ressurreição de Cristo, a festa desta luz nova, mudou completamente o rosto do mundo.
São estes três acontecimentos que se celebram no Tríduo Pascal. Depois da entrada solene de Jesus em Jerusalém, no Domingo de Ramos, a Igreja acompanha o mistério de Jesus e identifica-se com o caminho da Redenção.
2. É na Semana Santa, também chamada Semana Maior, que vivemos os grandes mistérios de Cristo, na sua Paixão, Morte e Ressurreição. Há lugares onde inúmeras tradições revelam a espiritualidade dos povos antigos. Não é só em Sevilha ou em Braga que a Semana Santa tem procissões e outros momentos de intensa piedade popular. No entanto, para celebrar bem a memória do Senhor que deu a vida pela humanidade, exige-se uma atitude de verdadeira espiritualidade. É a afirmação do serviço e do amor, em 5.ª Feira Santa, é a adoração da Cruz e a contemplação de Cristo que oferece a sua vida na 6.ª Feira Santa e é, depois, o grito da Luz que vence todas as trevas, a aclamação de Cristo Ressuscitado na madrugada de Domingo.
. Na Quinta-Feira Santa, a liturgia da tarde recorda o testemunho de serviço que, numa festa singular, Jesus nos ofereceu. O lava-pés é humildade, é silêncio, é ternura, é serviço. Depois, celebra-se a Eucaristia, expressão do amor de Jesus que se dá em alimento para que todos tenham vida e vida em abundância. Nesta refeição de amor, Jesus pede que este gesto se repita em sua memória. “Servir e amar” é o compromisso dos cristãos.
. Na Sexta-Feira Santa, com a adoração da Cruz, recorda-se a Paixão e a Morte do Senhor. Dar a vida por aqueles que se ama é a prova máxima do amor. Jesus fez isso. Pendurado na cruz, continua a amar. Tem sede de verdade e de justiça, perdoa àqueles que não sabem o que fazem, promete receber um dos outros condenados no paraíso, entrega João a sua mãe Maria, conforma-se incondicionalmente com a vontade do Pai. A grande síntese está nesta palavra simples: “Tudo está consumado”. Os cristãos aprendem na cruz de Jesus a entender a sua própria cruz, a razão dela, a fim de torná-la essencial no caminho para a vida nova.
. Na Vigília Pascal, a madrugada de Domingo, celebra-se a Luz. Cristo é a Luz nova que vem a este mundo. Na história do Povo de Israel, sempre se esperou que esta luz iria surgir. Os profetas tinham-na anunciado com clareza. Se os judeus não o entenderam, quem acompanhou a ressurreição de Jesus – e nela acreditou – pode tornar-se arauto de um tempo novo. Com a certeza da ressurreição e a alegria dessa luz diferente abrem-se, ao mundo, perspectivas de esperança. Na noite pascal, proclama-se Cristo vivo, Cristo ressuscitado. É nesta luz da ressurreição que os cristãos vivem a sua fé. Contemplar Cristo vivo, permite acreditar ser fácil vencer todas as mortes. Nada e ninguém pode tirar aos cristãos a alegria de viver. Todo o mal será vencido.
Para as comunidades cristãs, viver a Semana Santa é entrar na maior profundidade do mistério de Cristo. Servir com Amor, dar a vida pelos outros e ressuscitar com alegria em todas as circunstâncias é um ideal que irá iluminar o ano inteiro. Para os cristãos, todos os dias são Páscoa da Ressurreição.
3. No primeiro dia desta Semana Maior, convidam-se todos os cristãos da Comunidade Paroquial do Campo Grande a viver com a maior intensidade os mistérios de Jesus crucificado e ressuscitado. Pedem-se três coisas:
. Cultivar o silêncio de adoração, consagrando algum tempo, em cada dia, à contemplação de Jesus que “por nosso amor redimiu o mundo”.
. Participar nas celebrações pascais, levantando os ramos para aclamar a entrada de Jesus na cidade; descobrir a alegria de servir, porque sem ele não há amor; inventar gestos de amor.
. Acompanhar a Via-Sacra, celebrada em Roma pelo Papa Francisco, ou percorrer os caminhos da Via-Sacra nas ruas de Lisboa. As estações do caminho da cruz são imagem de muitas situações vividas no quotidiano de qualquer cristão. A Via-Sacra é o caminho da vida.
. Consagrar algumas horas à leitura do Evangelho, lendo a Paixão de Cristo ou alegrando-se com as muitas aparições de Jesus Ressuscitado.
Celebrar estes dias em família e depois, na comunidade cristã, irá transformar a Semana Santa em tempo de alegria pascal.