Agenda Paroquial:

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Serviço de Leitores para Janeiro 2013


Serviço de Acólitos para Janeiro 2013


Serviço Litúrgico de MEC para Janeiro 2013


Tema da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

ANO C
SOLENIDADE DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS
Dia Mundial da Paz


Neste dia, a liturgia coloca-nos diante de evocações diversas, ainda que todas importantes.
Celebra-se, em primeiro lugar, a Solenidade da Mãe de Deus: somos convidados a olhar a figura de Maria, aquela que, com o seu sim ao projecto de Deus, nos ofereceu a figura de Jesus, o nosso libertador. Celebra-se, em segundo lugar, o Dia Mundial da Paz: em 1968, o Papa Paulo VI quis que, neste dia, os cristãos rezassem pela paz. Celebra-se, finalmente, o primeiro dia do ano civil: é o início de uma caminhada percorrida de mãos dadas com esse Deus que nunca nos deixa, mas que em cada dia nos cumula da sua bênção e nos oferece a vida em plenitude. As leituras de hoje exploram, portanto, diversas coordenadas. Elas têm a ver com esta multiplicidade de evocações.
Na primeira leitura, sublinha-se a dimensão da presença contínua de Deus na nossa caminhada, como bênção que nos proporciona a vida em plenitude.
Na segunda leitura, a liturgia evoca outra vez o amor de Deus, que enviou o seu “Filho” ao nosso encontro, a fim de nos libertar da escravidão da Lei e nos tornar seus “filhos”. É nessa situação privilegiada de “filhos” livres e amados que podemos dirigir-nos a Deus e chamar-Lhe “papá”.
O Evangelho mostra como a chegada do projecto libertador de Deus (que veio ao nosso encontro em Jesus) provoca alegria e contentamento por parte daqueles que não têm outra possibilidade de acesso à salvação: os pobres e os débeis. Convida-nos, também, a louvar a Deus pelo seu cuidado e amor e a testemunhar a libertação de Deus aos homens.
Maria, a mulher que proporcionou o nosso encontro com Jesus, é o modelo do crente que é sensível ao projecto de Deus, que sabe ler os seus sinais na história, que aceita acolher a proposta de Deus no coração e que colabora com Deus na concretização do projecto divino de salvação para o mundo.

Padres Dehonianos

sábado, 29 de dezembro de 2012

FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ





As leituras deste domingo complementam-se ao apresentar as duas coordenadas fundamentais a partir das quais se deve construir a família cristã: o amor a Deus e o amor aos outros, sobretudo a esses que estão mais perto de nós – os pais e demais familiares.
O Evangelho sublinha, sobretudo, a dimensão do amor a Deus: o projecto de Deus tem de ser a prioridade de qualquer cristão, a exigência fundamental, a que todas as outras se devem submeter. A família cristã constrói-se no respeito absoluto pelo projecto que Deus tem para cada pessoa.
A segunda leitura sublinha a dimensão do amor que deve brotar dos gestos de todos os que vivem “em Cristo” e aceitaram ser Homem Novo. Esse amor deve atingir, de forma mais especial, todos os que connosco partilham o espaço familiar e deve traduzir-se em determinadas atitudes de compreensão, de bondade, de respeito, de partilha, de serviço.
A primeira leitura apresenta, de forma muito prática, algumas atitudes que os filhos devem ter para com os pais. É uma forma de concretizar esse amor de que fala a segunda leitura.
 
Padres Dehonianos

As Bodas de Prata Matrimoniais do Manuel Fernando Rosa e da Maria Natália Rosa



Um amor sem prazos de duração

Um casal desta Comunidade Cristã Católica das Bandeirascelebrou no 4º Domingo do Advento as suas Bodas de Prata na Eucaristia das onze horas na Igreja.

É sempre muito bom celebrar o amor fiel, sem prazos de duração, exactamente num tempo em que o que está na moda são os divórcios.

Remar contra a maré é preciso muitas vezes. Celebrar a alegria de um amor que resiste a modas e é fiel é uma boa notícia.

Há dias vi um programa na televisão em que pessoas ex-casadas festejavam com amigos o seu divórcio, com champanhe e tudo. Segundo a reportagem, que se esmerou em fazer passar a ideia que o divórcio é a coisa mais natural do mundo, "porque cada pessoa tem direito a ser feliz", são cada vez mais frequentes estes festejos acolhidos pela comunicação social como normais. O que parece chocar a comunicação social é aquilo que deveria ser o normal: casais que festejam 25 e 50 anos de amor fiel e feliz.

Neste tempo de Natal, somos chamados a olhar com olhos de ver e com um coração capaz de compreender a Família de Nazaré: Jesus, Maria e José. Esta família foi confrontada, desde o início, com mil e um problemas, os quais foram vencidos pelo amor forte e firme que unia as pessoas.

Segredo, além do amor? Deus nas suas vidas e no seu coração.

Não será a ausência de Deus na vida de tantas famílias o caminho mais rápido para o divórcio?..

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

9ª SINFONIA DE BEETHOVEN - ( 10.000 PESSOAS CANTANDO)

Maravilhoso, vale a pena ouvir… 19 minutos de alimento para a alma…
FANTASTIQUE !!!
Os japoneses tem a capacidade de sempre se superarem .
E S P E T A C U L A R ! ! !
“Esse evento acontece todo primeiro domingo de dezembro para comemorar os mais de 400 anos do Castelo de Osaka, um dos mais importantes castelos do pais. O evento chama-se Suntory, com dez mil pessoas cantando a Nona Sinfonia e acontece em Osaka pela terceira vez. Tem feito tanto sucesso que vem se alastrando por outras províncias, como Tokyo.
 Vamos assistir?”

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

UM SÁBIO

A única razão porque és feliz, é porque TU decides seres feliz

--
O espelho de Gandhi
Numa certa ocasião perguntaram a Mahatma Gandhi quais eram os factores que destruíam o ser humano. Ele respondeu assim:

"A Política sem Princípios; o Prazer sem Responsabilidade; a Riqueza sem Trabalho; a Sabedoria sem Carácter; os Negócios sem Moral; a Ciência sem Humanidade e a Oração sem Caridade.

A vida tem-me ensinado que as pessoas são amáveis, se eu for amável; que as pessoas são tristes, se eu estiver triste; que todos me querem bem, se eu quiser o bem deles; que todos são maus, se eu os odiar; que há rostos sorridentes, se eu lhes sorrir; que há rostos amargurados, se eu estiver amargurado; que o mundo é feliz, se eu for feliz; que as pessoas tem nojo, se eu sentir nojo; que as pessoas são gratas, se eu tiver gratidão.

A vida é como um espelho: Se sorrio, o espelho devolve-me o sorriso. A atitude que tomo na vida, é a mesma que a vida tomará ante mim."

"Quem quiser ser amado, que ame".

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Algumas fotos da decoração da nossa Igreja Paroquial. Um obrigado à Equipa das Zeladoras liderada pela Maria Antonieta e pela atenção da Paulina Evangelho em emprestar os seus presépios para exposição.













Obrigado, Padre Belo

Renascença V+Ver todos os videos
Mais de 900 Meninos Jesus partilham casa no Alentejo
Casa Museu Padre Belo


Rádio RenasceçaMais informação sobre este video

NATAL É...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

UMA COISA É DIFERENTE DA OUTRA, CLARO ESTÁ!


Combatam a pobreza! Não combatam os pobres!


Já não está entre nós pois faleceu há cinco anos mas não o devemos esquecer. Os franceses consideraram-no durante 17 anos o Homem mais querido e admirado do seu país – a França.
Conhecido como Abbé Pierre, ele foi um verdadeiro profeta. Sem papas na língua, incomodava os poderes instituídos quando os atacava duramente pela falta de apoio aos pobres e aproveitava todas as ocasiões para colocar o dedo na ferida da luta contra as desigualdades sociais e o desemprego.

«A vida ensinou-me que viver é usar o breve tempo dado às nossas liberdades para aprenderem a amar e a preparar-se para o breve encontro com o Eterno Amor. Essa é a chave da minha vida e dos meus actos.»
De seu nome de baptismo Henri Grouès, o "Abbé Pierre", era o quinto filho de uma família de cinco rapazes. Nasceu no dia 5 de Agosto de 1912 em Lyon. Quando tinha 15 anos, no decurso de um congresso de jovens cristãos em Assis, sentiu o chamamento divino. E aos 18 anos entrou nos Frades Franciscanos, tendo sido ordenado em 1938.
Trabalhou na catedral de Grenoble e na Alsácia, antes de se empenhar na Resistência durante a II Guerra Mundial – período em que ajudou muitas pessoas a fugir para a Suíça, sendo conhecido, na resistência, como "Abbé Pierre" para não ser identificado.
Em Novembro de 1949 fundou a associação Emaús, uma comunidade que se consagra à construção de casas provisórias para os sem-abrigo, financiada pela revenda de objectos de recuperação muitas vezes apanhados no lixo.

O Movimento de Emaús abarca hoje mais de cem comunidades em que vivem e trabalham mais de quatro mil pessoas, em quarenta países dos cinco continentes.
– «É um santo», afirma, em geral, a maioria dos franceses.
Velhinho e de barba branca poder-se-ia facilmente confundir com um Pai Natal, mas a dureza na expressão e o dedo acusador não casam com aquela simpática e artificial figura. Profeta denunciando as injustiças e a opressão dos pobres a par da vaidade e ineficácia dos governantes – era deste modo que ele entrava nas casas francesas quando aparecia nos ecrãs de televisão a atacar os políticos de Paris, sem distinguir se são da esquerda ou da direita.
A sua mensagem continua actual: – Combatam a pobreza! Não combatam os pobres! – dizia ele aos políticos.
Agora que celebramos o seu centenário, aqui fica mais uma vez a nossa homengem.
Fonte: aqui

domingo, 23 de dezembro de 2012

Li o livro e recomendo: «Fé»

 A fé permite confiar que a bondade de Deus nos protege

escreve Anselm Grün, no livro «A Fé», ed. Paulus: 
«Crer é confiar. Confiar em Deus não significa porém, confiar ingenuamente que nenhum azar me pode suceder, que nunca irei sofrer nenhum acidente ou que no emprego nada correrá mal. A confiança em Deus não é leviana nem ingénua. Confiança para mim quer dizer: à minha essência não pode suceder nada de negativo. No mais profundo de mim, estou nas mãos de Deus, e aí estou protegido pela sua bondade. Uma tal confiança dá-me serenidade. Faz bem à alma. É este tipo de confiança que devo adotar sempre».

sábado, 22 de dezembro de 2012

TEMA do 4º DOMINGO DO ADVENTO - Ano C



Nestes últimos dias antes do Natal, a mensagem fundamental da Palavra de Deus gira à volta da definição da missão de Jesus: propor um projecto de salvação e de libertação que leve os homens à descoberta da verdadeira felicidade.
O Evangelho sugere que esse projecto de Deus tem um rosto: Jesus de Nazaré veio ao encontro dos homens para apresentar aos prisioneiros e aos que jazem na escravidão uma proposta de vida e de liberdade. Ele propõe um mundo novo, onde os marginalizados e oprimidos têm lugar e onde os que sofrem encontram a dignidade e a felicidade. Este é um anúncio de alegria e de salvação, que faz rejubilar todos os que reconhecem em Jesus a proposta libertadora que Deus lhes faz. Essa proposta chega, tantas vezes, através dos limites e da fragilidade dos “instrumentos” humanos de Deus; mas é sempre uma proposta que tem o selo e a força de Deus.
A primeira leitura sugere que este mundo novo que Jesus, o descendente de David, veio propor é um dom do amor de Deus. O nome de Jesus é “a Paz”: Ele veio apresentar uma proposta de um “reino” de paz e de amor, não construído com a força das armas, mas construído e acolhido nos corações dos homens.
A segunda leitura sugere que a missão libertadora de Jesus visa o estabelecimento de uma relação de comunhão e de proximidade entre Deus e os homens. É necessário que os homens acolham esta proposta com disponibilidade e obediência – à imagem de Jesus Cristo – num “sim” total ao projecto de Deus.

Padres Dehonianos

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

E para nossa salvação desceu dos Céus. — esta é a nossa fé (16)

 — reflexão semanal sobre o credo niceno-constantinopolitano  

A afirmação da causalidade («E por nós, homens») completa-se com o motivo: «e para nossa salvação desceu dos Céus». Jesus vem para salvar, para nos reconciliar com Deus. É preciso dizer que «não faz sentido a ideia que Cristo arranca a nossa salvação a um Deus vingador e justiceiro que, desde a origem do tempo, esperava a reparação por todos os pecados acumulados pela humanidade: o Deus que tudo criou em seu Filho é o mesmo que nos acolhe e nos perdoa no seu mesmo Filho» (Rui Alberto, «Eu creio, Nós cremos. Encontros sobre os fundamentos da fé», ed. Salesianas, Porto 2012, 95). [Para ajudar a compreender melhor, ler: Mateus 1, 18-25; Catecismo da Igreja Católica, números 422 e 423, 456 a 460]

«Darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados» — esta indicação dada pelo anjo a José (
cf. tema 7) revela a identidade e a missão do menino: ser o «Salvador».

E para nossa salvação. Anuncia-se uma «boa notícia»! Jesus Cristo vem ao mundo para nos salvar. Deus quer o nosso bem, quer que sejamos felizes. A presença de Jesus Cristo no meio de nós é um sinal do amor de Deus. O que acontece agora é uma revelação, um gesto visível da salvação que Deus oferece a todos. Aliás, toda a história é um desenrolar da salvação. Não é por acaso que a designamos como «História da Salvação». Ao afirmar que Jesus Cristo é o Salvador, tornamos presente toda a História. Recordamos «a pedagogia de Deus que, ao longo de toda a história de Israel, renova o seu oferecimento de aliança, a fim de acostumar os seres humanos a viverem da sua vida. [...] Ao tomar nos seus braços o filho de Maria, o velho Simeão tem realmente consciência de tocar, finalmente, a promessa feita a Israel e a salvação do mundo inteiro: ‘Os meus olhos virão a tua salvação’ (
Lucas 2, 30)» (Ph. Ferlay, J.-N. Bezançon, J.-M. Onfray, «Para compreender o Credo», ed. Perpétuo Socorro, Porto 1993, 79). É isto mesmo que a Igreja diz, na celebração da Eucaristia, quando se reza a Oração Eucarística IV: «Repetidas vezes fizestes aliança com os homens e pelos profetas os formastes na esperança da salvação. De tal modo amastes o mundo, Pai santo, que chegada a plenitude dos tempos, nos enviastes como Salvador o vosso Filho Unigénito». Em Jesus Cristo, a Criação atinge a plenitude. Podemos dizer que Aquele «por quem todas as coisas forma feitas» é o mesmo que leva à plenitude todas as coisas, tornando «presente» a salvação. Por isso, é um erro pensar que a salvação é um ato restaurador de algo perdido. Não é um regresso ao passado. Ela dá-nos algo que não existia: «Adão não comungava na vida de Deus como nós somos convidados a fazê-lo em Jesus Cristo. [...] A salvação é real participação na vida que Deus propõe e que não é outra coisa que a participação na vida trinitária: aderir fortemente a Jesus para se deixar amar pelo Pai na iluminação do Espírito Santo» (Ph. Ferlay, J.-N. Bezançon, J.-M. Onfray, 82). Então, na sequência do que referimos no início desta reflexão, podemos agora dizer que ser salvo é muito mais do que deixar de ser pecador. É ter acesso a um dom de Deus, que a fé nos diz que é suficientemente forte para acabar com as nossas fugas e as nossas recusas: «é o que chamamos a graça de Deus, isto é, o fascínio da sua gratuidade que transforma a nossa vida» (Ph. Ferlay, J.-N. Bezançon, J.-M. Onfray, 82). O Filho de Deus «desceu dos Céus [...] e se fez homem», para que os homens se tornem filhos de Deus (cf. Catecismo da Igreja Católica, 460). Por isso, todas as tentativas para explicar a salvação (justificação, resgate, redenção, satisfação, libertação, reconciliação) são sempre imperfeitas; são isto mesmo «tentativas» para exprimir um dom de Deus. Ele anula todas as distâncias, mesmo aquelas que são fruto da nossa recusa em amar.

Desceu dos Céus. É Deus que toma a iniciativa de vir ao nosso encontro, por amor. Com a expressão «desceu dos Céus» queremos afirmar que Jesus tem uma origem divina. Na linguagem bíblica, os «Céus» não são a abóboda celeste. Os «Céus» designam a vida de Deus e a vida em Deus. Jesus «desceu dos Céus» porque vive em Deus, é Deus. Além disso, «descer dos Céus» ou «vir de Deus» não significa um lugar. Não se trata de uma viagem que Jesus fez de um lugar (Céus) para outro (terra). É uma afirmação possível na nossa linguagem do grande mistério que torna real a Encarnação: Deus humaniza-se, assume a natureza humana.

Jesus Cristo, o Filho Unigénito de Deus, que vive desde sempre com o Pai, vem habitar a nossa história, assume a nossa humanidade. E assim continuaremos nos próximos temas: «E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem».

Do blogue Laboratório da Fé

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Ainda sou daquele tempo! Não suporto (alguns) pais de hoje! São duma saloiíce perturbadora, sobretudo se têm uns trocos e se se acham gente de «cidade»...

Filhos melhores para o nosso planeta

Filhos melhores para o nosso planeta
"Todos pensam em deixar um planeta melhor para os nossos filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Para os "grandessíssimos padaços de asnos" que fizeram presépios APENAS com a vaca e o burro!!



A VACA E O BURRO... pois, e ainda pago o estupor duma taxa à RTP pelo magnífico serviço público de seriedade jornalística e de investigação junto de quem de direito... tanta desonestidade intelectual! E os estupores não pedem desculpa! Se houvesse mais cultura religiosa e cristã ninguém passava por tolo... Assim a maioria da turma histérica que fez este alvoroço absolutamente desnecessário, vai passar este Natal com negativa... Eu dizia tantas vezes a mim mesmo que o Natal e consumismo eram quase - hoje - a mesma coisa. Agora, tenho de acrescentar que Natal e folclore andam bem próximos nalguns pseudo-intelectuais... Tal decadência dos espíritos!

Eles (o burro e a vaca) representam a humanidade
1. O Natal é a festa do nascimento de Jesus? Sem dúvida. Mas, pelos vistos, não falta quem Lhe dispute as atenções. Há uns anos, era o Pai Natal que competia com Ele em protagonismo. Agora, parecem ser a vaca e o burro que com Ele rivalizam em popularidade. Acresce que na origem desta última contenda está uma figura de peso: o próprio Papa. Teria sido, de facto, Bento XVI a desaconselhar que se colocassem estes dois simpáticos animais no presépio. 2. Por exemplo, o site da RTP colocava em título: «Papa retira vaca e burro ao presépio». Do mesmo modo, o site da TVI referia que «afinal, vaca e burro não fazem parte do presépio». Quase todos os jornais alinharam por igual registo. E não foi só em Portugal. Veja-se o caso do Diário de Pernambuco, no Brasil: «Papa acaba com os animais do presépio».O mais curioso é que o Papa, num livro que escreveu sobre a infância de Jesus, afirma precisamente o contrário. Ou seja, não só não retira a vaca e o burro do presépio como diz, expressamente (p. 62), que «nenhuma representação do presépio prescindirá do boi e do jumento»! 3. Que se terá passado então? Só pode ter sido uma leitura apressada do texto, um olhar enviesado sobre o livro ou, então, uma tomada de posição a partir de comentários distorcidos sobre a obra. Nada, pois, como ir à fonte. Refira-se, desde já, que Bento XVI não inclui qualquer novidade. O que ele diz não tem dias, tem anos: dois mil anos! Na verdade, o Papa limita-se a anotar (p. 61) que, «no Evangelho, não se fala de animais». 4. Acontece que, como o mesmo Papa explica, «a meditação guiada pela fé, lendo o Antigo e o Novo Testamentos correlacionados, não tardou a preencher esta lacuna reportando-se a Isaías 1, 3: “O boi conhece o seu dono e o jumento o estábulo do seu senhor, mas Israel, Meu povo, nada entende» (p. 61). Estes dois animais aparecem como «representação da humanidade, por si mesma desprovida de compreensão, que, diante do Menino, diante da aparição humilde de Deus no estábulo, chega ao conhecimento e, na pobreza de tal nascimento, recebe a epifania que agora a todos ensina a ver» (p. 62). E o certo é que as representações mais antigas do Natal já incluíam a vaca e o burro! 5. Na parcimónia de elementos que nos traz, o Evangelho aponta que Maria deu à luz o Menino, «envolveu-O em panos e recostou-O numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria»(Lc 2, 7). Como é sabido, a manjedoura é o lugar onde os animais comem. «Agora, porém, jaz na manjedoura Aquele que havia de apresentar-Se a Si mesmo como o verdadeiro pão descido do céu». Neste sentido, a manjedoura passou a ser vista «como uma espécie de altar» (p.61). 6. Sigamos, então, o conselho do Papa. Deixemos ficar no presépio a vaca e o burrinho. E, como eles, façamos companhia a Jesus já que, em Jesus, é o próprio Deus que vem fazer companhia a cada um de nós. 7. Feliz Natal!
 
 João António Pinheiro Teixeira, teólogo
 
(Retirado da Agência Ecclesia)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Mensagem de Natal do Bispo de Angra

D. António Braga reflete nesta mensagem, entre outros aspetos, sobre os dinamismos concretos da Esperança Cristã como princípio transformador da realidade, e sinal do Reino de Deus já presente na História. Esperar não é cruzar os braços!

MENSAGEM DE NATAL 2012

É Natal. Um Natal difícil, mas muito necessário. Tanto mais necessário, quanto se vive um momento de grande incerteza em relação ao futuro. Urge reavivar a esperança. Mais do que nunca, é preciso redescobrir e viver o Natal com mais fé, fundamento da esperança. A fé cristã é esperança: «garantia das coisas que se esperam e certeza daquelas que não se vêem» (Heb 11, 1).

Estamos no Ano da Fé. Ora, ter fé é “crer sem ver”, isto é, “confiar” em Alguém, concretamente no Deus, revelado por Jesus Cristo, que veio ao mundo, para instaurar o Reino de Deus, que não é «um além imaginário, colocado num futuro que nunca mais chega» (Bento XVI, Spe Salvi=SS, 2007, nº 31). Com o Natal de Jesus, o Reino de Deus «já» está presente e actuante no meio de nós, embora «ainda não» completamente realizado. Por isso mesmo, fala-se de esperança e não de pleno cumprimento.

1. Como explica o Concílio Vaticano II, «a restauração prometida, que esperamos, já principiou em Cristo, foi impulsionada com a vinda do Espírito Santo e continua por meio d’Ele na Igreja… Já chegámos, portanto, ao fim dos tempos; a renovação do mundo está irrevogavelmente decretada e vai-se realizando em certo modo já neste mundo (…) até que apareçam os novos céus e a nova terra, em que habite a justiça» (Lumen Gentium, nº 48).

“Esperar” não é cruzar os braços. A etimologia latina do termo “esperar” (“adtendere”) nada tem a ver com resignação. Exprime “tensão para”. “Esperar” é empenhar-se, tender para a meta, com a esperança certa de a alcançar. A esperança não consiste apenas em palavras, mas implica um compromisso concreto, com vista ao futuro.

«Precisamos das esperanças – menores ou maiores – que, dia após dia, nos mantêm a caminho. Mas, sem a grande esperança, que deve superar todo o resto, aquelas não bastam. Esta grande esperança só pode ser Deus (…).
«Deus é o fundamento da esperança – não um deus qualquer, mas aquele Deus que possui um rosto humano e que nos amou até ao fim: cada indivíduo e a humanidade no seu conjunto (…). Somente o seu amor nos dá a possibilidade de perseverar com toda a sobriedade, dia após dia, sem perder o ardor da esperança, num mundo que, por sua natureza, é imperfeito» (Bento XVI, SS, nº 31). Como afirma o profeta, «os que esperam no Senhor renovam as suas forças (…). Ele dá força ao que anda exausto e vigor ao que anda enfraquecido» (Is 40, 29-31).

2. Toda a «crise» implica mudança. Este é o Natal da «mudança», para abrir caminho a uma sociedade mais justa e fraterna. Efectivamente, Jesus veio, para reunir numa só família a humanidade dispersa. Por isso mesmo, se quisermos «refazer» a Europa, torná-la mais unida e solidária, temos de regressar às suas raízes cristãs, fundamento de humanismo autêntico.

Afirmava o beato João Paulo II: para dar novo impulso à sua história, a Europa «deve reconhecer e recuperar, com fidelidade criativa, aqueles valores fundamentais, adquiridos com o contributo determinante do cristianismo, que se podem compendiar na afirmação da dignidade transcendente da pessoa humana, do valor da razão, da liberdade, da democracia, do Estado de direito e da distinção entre política e religião» (João Paulo II, Sínodo dos Bispos sobre a Europa, 1999).

Não compete à Igreja, como tal, encontrar soluções técnicas, para resolver a crise. Mas, equidistância não significa neutralidade. Nem todas as possíveis opções políticas se coadunam com o Evangelho de Jesus. Há princípios e critérios da Doutrina Social da Igreja, derivados do Evangelho, que urge ter presente para humanizar a vida em sociedade.

«A Igreja não pode, nem deve tomar, nas suas próprias mãos, a batalha política, para realizar a sociedade mais justa possível. Não pode nem deve colocar-se no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça… Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem justa na sociedade é próprio dos leigos. Estes, como cidadãos do Estado, são chamados a participar pessoalmente na vida pública. Não podem, pois, abdicar “da múltipla e variada acção económica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover, orgânica e institucionalmente, o bem comum”…» (Bento XVI, Deus Caritas Est, 2005, nn.28-29).

Apesar de tudo, é Natal. Faço minha a boa nova dos Anjos na noite de Natal: «Não tenhais medo! Anuncio-vos uma grande alegria (…): Hoje nasceu-vos o Salvador, que é Cristo Senhor» (Lc 2, 10-12).
Hoje, neste momento. Para mim e para ti, minha irmã e meu irmão, que sentis o peso da solidão e da incompreensão, da doença e da idade, da crise económica e da luta pela vida… Incarnando, Deus tornou-se o Emanuel: Deus-Connosco. «Eu conheço bem os desígnios que tenho sobre vós – diz o Senhor – desígnios de paz e não de aflição, de vos garantir um futuro de esperança. Buscar-Me-eis e haveis de encontrar-Me, se Me buscardes de todo coração» (Jer 29, 11.13). Bom Natal para todos!

+ António, Bispo de Angra

Vai acabar, vai...


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

8 sugestões para recriar o espírito do Natal pré-consumista


O que faz para celebrar o verdadeiro espírito do Natal com a sua família? Já pensou nisso? Damos-lhe algumas sugestões simples para que possa criar uma ligação mais profunda nesta época do ano. As dicas têm a ajuda do Huffington Post.

Esteja disponível

É melhor dar do que receber – e este lema aplica-se a mais do que bens materiais. Algumas formas de o pôr em prática podem passar por ajudar os seus filhos a entregar bolachas ou bolinhos caseiros numa casa de repouso, agendar uma visita à ala de pediatria de um hospital local para entregar alguns brinquedos ou ajudar a servir uma refeição de Natal a um refúgio de sem-abrigos. Para encontrar mais oportunidades de voluntariado na sua região, visite este site.

Racione a comida

Quanto dinheiro é que a sua família gasta em comida desnecessária? Analise as suas escolhas alimentares para esta época festiva e os padrões de compra e passa à parte da poupança – calcule quanto é que gasta em comida que não é saudável e dê esse dinheiro a instituições de caridade ou doe 5% das suas compras de alimentos a um banco alimentar.

Crie um ritual

Os rituais marcam uma festividade e dão às crianças um sentido de continuidade e de tradição que elas podem perpetuar ao longo dos anos. Isto pode ser tão simples como acender velas, cantar músicas ou fazer uma oração especial. Pode ainda fazer uma caminhada na natureza em família ou organizar um encontro anual em que cada pessoa contribui com uma sobremesa ou petisco especial.

Partilhe os brinquedos

Nunca é cedo demais para ensinar as crianças a partilhar. Explique aos seus filhos que nem todos os meninos e meninas têm presentes para abrir no Natal e pergunte-lhes se gostariam de partilhar alguns dos seus. A maioria das crianças fica entusiasmada por escolher e embrulhar alguns dos seus brinquedos, especialmente se estiverem envolvidos também na sua entrega aos destinatários. Esta partilha de brinquedos estende-se também aos adultos: computadores antigos, leitores de música e telemóveis são boas doações natalícias.

Sintonize-se

Não pode parar o consumismo do Natal, mas pode recusar-se a fazer parte dele. Por isso, desligue a televisão e envolva as crianças e os familiares em actividades mais festivas. Dê aos mais pequenos câmaras descartáveis e tenham uma tarde de sessões fotográficas, faça biscoitos para um centro de dia, leve todos a uma pista de gelo local, a um museu ou jardim, faça à mão os seus próprios cartões de boas festas e distribua-os.

Simplifique

É difícil focar-se no verdadeiro significado do Natal quando se anda a correr de um centro comercial para o outro. Por isso, tente fazer um calendário semanal de todas as tarefas para o seu Natal e comece depois a eliminá-las. Excluir e delegar o máximo que puder (é mais fácil se começar com antecedência) vai deixá-lo mais liberto para se focar no real sentido desta quadra.

Deixe as suas compras reflectirem os seus valores

Em vez de usar plásticos, caixas e ceder ao consumismo desenfreado, opte por fazer prendas mais significativas. Pode fazer as suas compras através de sites que ajudam artesãos de países em desenvolvimento (como este), comprar em lojas pequenas e locais ou fazer os seus próprios cartões de boas festas e doar as receitas para a caridade. Se for realmente altruísta, peça aos seus amigos e familiares para que, ao invés de lhe oferecerem um presente, façam uma doação à sua causa solidária preferida.

Alimente o espírito

Por mais que deseje estar ligado à sua família e aos seus amigos nesta altura, é essencial arranjar tempo para si mesmo – ainda que sejam apenas 10 minutos por dia. Arranje tempo para meditar, fazer uma introspecção, uma caminhada sozinho ou estar em contacto com a natureza. Quando os dias forem especialmente agitados e stressantes, dispense 45 minutos da tarde para dormir uma sesta, ler ou relaxar de alguma forma. Se ter tempo sozinho é uma raridade, seja criativo: feche-se na casa de banho e tome um banho quente ou vá até um parque como desvio do caminho para casa. E não espere até à passagem de ano para repensar as suas prioridades pessoais – faça uma lista delas agora e deixe a magia natalícia inspirá-lo.

(Retirado do SAPO, o meu motor de busca preferido na net)

domingo, 16 de dezembro de 2012

Li o livro e recomendo: «Nem Quero Crer»

Nem quero crer: pode explicar-se a fé?


O livro surgiu pela primeira vez em 2002 a partir de uma conjunto de conversas aos microfones da Rádio Renascença entre o jornalista Henrique Manuel Pereira e o padre Vasco Pinto de Magalhães, num programa intitulado «Conversas com Princípio, Meio e Fim». 
O obectivo do livro é assim descrito pelo pe. Vasco Pinto:
«Pode explicar-se a fé? Pode explicar-se o amor? Pode e deve. Uma fé, um amor, que não se explica, complica. Uma fé e um amor que não se desdobram, que não se traduzem por palavras e gestos que se entendam e revelem o significado da relação em que se acredita e a façam crescer, para que serviria?
É verdade que a fé de cada um não explica a sua relação com Deus. Revela, sim, o que essa relação significa. E ao falar-se da própria fé, é bom que o outro que nos ouve possa dizer «faz sentido», mesmo que pense que não acredita. É difícil falar da fé. Ela pode estar prisioneira de linguagens que «já não dizem nada». Além disso para ouvir e entender há que deixar de lado defesas e preconceitos.
«Nem quero crer» pretende duas coisas: ajudar os cristãos a explicar-se melhor; e os não cristãos a entender em que é que eles acreditam».

Deste modo, o livro segue um caminho através de quatro etapas e 16 passos:
I. Em que Cremos? 1. Creio em Deus-Pai | 2. Creio em Jesus Cristo | 3. Creio no Espírito Santo | 4. Creio a Igreja

II. O que Queremos? 5. Primeiro Mandamento | 6. Segundo e Terceiro Mandamentos | 7. Quarto e Quinto Mandamentos | 8. Sexto e Nono Mandamentos | 9. Sétimo, Oitavo e Décimo Mandamentos

III. Como Rezamos? 10. Pai-Nosso que estais no Céu | 11. Dai-nos o Pão de cada dia | 12. Avé-Maria, cheia de Graça | 13. Santa Maria, Mãe de Deus

IV. Para que Vivemos? 14. Exame de Consciência | 15. A Vontade de Deus | 16. O Desafio da Santidade

Trata-se verdadeiramente de um livro de perguntas e respostas mas, ao contrário dos antigos catecismos, não encerra o mistério de Deus, de Jesus ou do Cristianismo em fórmulas fechadas; pelo contrário, os autores esforçam-se por «abrir» as fórmulas que ouvimos e repetimos vezes sem conta, para as traduzir numa linguagem atual que todos, crentes e não crentes, possam entender. Ficamos com mais um excerto da obra, do capítulo «Creio a Igreja»; porque ler um livro, escutar o que um (ou, neste caso, dois) autores nos pretendem partilhar, é mais um passo para abrirmos e crescermos no nosso caminho de fé.

«Henrique Manuel: A própria etimologia da palavra Igreja - ecclésia - que vem do verbo 'cléo' (do grego), isto é, 'chamar', e significa...
Vasco P. Magalhães: ... 'o conjunto das pessoas chamadas', convocadas. E aqueles que se sentem chamados a aderir a essa realidade comum, formam uma comunidade. E a Igreja nasce como uma comunidade, um conjunto de pessoas tocadas por dentro, para se reunirem em torno de Alguém e em ordem a uma missão que as interpela. É importante perceber o que as tocou... e porque se sentiram interpeladas e chamadas a uma tal missão...
Henrique Manuel: Vamos então à génese. Há alguma relação entre Igreja e Ressurreição?
Vasco Pinto Magalhães: Toda! A Igreja nasce da convicção de que Cristo está vivo, para além da morte; e de que deixou e lançou um mandato que se foi manifestando, quer ao longo da sua vida terrena, quer, depois dela, através das experiências místicas das aparições: 'Ide por todo o mundo e batizai', isto é, 'evangelizai, anunciai que Eu estou vivo... e constituí à vossa roda um mundo novo, um reino de esperança'. E a mensagem inclui ainda: 'não vos abandono, não tenhais medo, porque estando Eu vivo e presente de outra maneira, como Ressuscitado, dou-vos a fonte da vossa paz e confiança!' Então, um conjunto de pessoas que já tinha feito a experiência de Cristo antes da sua morte física, antes da Cruz, adquire, depois, essa experiência de Graça, sobretudo no Pentecostes.»

Vasco P. Magalhães, Henrique M. Pereira, «Nem Quero Crer: pode explicar-se a Fé?», ed. Tenacitas, 3.ª edição, Coimbra 2006, 303 págs.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Tema do 3º Domingo do Advento- Ano C



O tema deste 3º Domingo pode girar à volta da pergunta: “e nós, que devemos fazer?” Preparar o “caminho” por onde o Senhor vem significa questionar os nossos limites, o nosso egoísmo e comodismo e operar uma verdadeira transformação da nossa vida no sentido de Deus.
O Evangelho sugere três aspectos onde essa transformação é necessária: é preciso sair do nosso egoísmo e aprender a partilhar; é preciso quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; é preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar absolutamente a dignidade dos nossos irmãos. O Evangelho avisa-nos, ainda, que o cristão é “baptizado no Espírito”, recebe de Deus vida nova e tem de viver de acordo com essa dinâmica.
A primeira leitura sugere que, no início, no meio e no fim desse “caminho de conversão”, espera-nos o Deus que nos ama. O seu amor não só perdoa as nossas faltas, mas provoca a conversão, transforma-nos e renova-nos. Daí o convite à alegria: Deus está no meio de nós, ama-nos e, apesar de tudo, insiste em fazer caminho connosco.
A segunda leitura insiste nas atitudes correctas que devem marcar a vida de todos os que querem acolher o Senhor: alegria, bondade, oração.

Padres Dehonianos

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

SÃO LUCAS, EVANGELISTA - ANO C

O Evangelho de São Lucas - Evangelho da Salvação universal

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Neste Ano Litúrgico - Ano C - que teve início com o 1º Domingo do Adento (2/12/2012), o evangelista que mais de perto nos vai acompnhar é São Lucas.


O terceiro Evangelho é atribuído a Lucas, que também é o autor dos Actos dos Apóstolos. Segue os usos dos historiógrafos do seu tempo, mas a história que ele deseja apresentar é uma história iluminada pela fé no mistério da Paixão e Ressurreição do Senhor Jesus. O seu livro é um Evangelho, uma obra que apresenta a Boa-Nova da salvação centrada na pessoa de Jesus Cristo.

DIVISÃO E CONTEÚDO
O esquema geral do livro é o mesmo que se encontra em Mateus e em Marcos: uma introdução, a pregação de Jesus na Galileia, a sua viagem para Jerusalém, a Paixão e Ressurreição como cumprimento final da sua missão. A construção literária é elaborada com cuidado e reflecte grande sensibilidade, procurando salientar os tempos e lugares da História da Salvação e pondo em evidência a projecção existencial do projecto evangélico.
Prólogo (1,1-4) em que anuncia o tema, o método e o fim da sua obra. Lucas expõe por ordem o que se refere à vida e à mensagem de Jesus de Nazaré, filho de Maria, Filho de Deus.
I. Evangelho da infância (1,5-2,52) de João Baptista e de Jesus.
II. Prelúdio da missão messiânica de Jesus (3,1-4,13).
III. Ministério de Jesus na Galileia (4,14-9,50): a sua atitude face às multidões, aos primeiros discípulos e aos adversários (4,31-6,11); o seu ensino aos discípulos (6,12-7,50); a associação estreita dos Doze à sua missão (8,1-9,50).
IV. Subida de Jesus a Jerusalém (9,51-19,28). O esquema literário de Lucas é, ao mesmo tempo, original, mas artificial, sem continuidade geográfica nem progressão doutrinal. Tal quadro permite ao autor reunir uma série de elementos, em parte convergentes com os de Mateus e Marcos, colocando-os na perspectiva do evento pascal, a consumar-se na cidade de Jerusalém. Jesus dirige-se a Israel, chamando-o à conversão; mas é, sobretudo, para os discípulos que os seus ensinamentos se orientam, tendo em conta o tempo em que já não estará presente entre eles.
V. Ministério de Jesus em Jerusalém (19,29-21,38): o ensino de Jesus no templo (20,1-21,37).
VI. Paixão, morte e ressurreição de Jesus (22,1-24,53): a narração da Paixão e as narrações da Páscoa (22,1-24,53). Omitindo a tradição das aparições na Galileia e situando todos os eventos pascais em Jerusalém, Lucas põe em evidência o lugar central daquela cidade na História da Salvação. De lá vai irradiar também a mensagem evangélica, relatada pelo mesmo autor no livro dos Actos.

O TEMPO DE JESUS E O TEMPO DA IGREJA
Uma das ideias-chave de Lucas é distinguir o tempo de Jesus e o tempo da Igreja. Sem esquecer a singularidade única do acontecimento salvífico de Jesus Cristo, põe em relevo as etapas da obra de Deus na História. Mais do que Mateus e Marcos, ao falar de Jesus e dos discípulos, Lucas pensa já na Igreja, cujos membros se sentem interpelados a acolher a mensagem salvífica na alegria e na conversão do coração. É isso que faz deste livro o Evangelho da misericórdia, da alegria, da solidariedade e da oração. No respeito pelo ser humano, a salvação evangélica transforma a vida das pessoas, com reflexos no seu interior, nos seus comportamentos sociais e no uso que fazem dos bens terrenos.
Jesus anuncia a sua vinda no fim dos tempos, o qual, segundo Lucas, coincidirá com o termo do tempo da Igreja. Mas a insistência deste evangelista na salvação presente, na realeza pascal do Senhor Jesus, na acção do Espírito Santo na Igreja, contribuem para atenuar a tensão relativa à iminente Parusia. A própria destruição de Jerusalém, vista como um acontecimento histórico, despojando-o da sua projecção escatológica, presente em Mateus e Marcos, é sinal de uma consciência viva do dom da salvação presente no tempo da Igreja.

COMPOSIÇÃO E DATA
Na composição do seu Evangelho, Lucas utilizou grande parte de materiais comuns a Marcos e Mateus, além dos que lhe são próprios e dos contactos com o Evangelho de João. Todos os materiais da tradição estão marcados pelo trabalho do autor, que se reflecte quer na sua ordenação, quer no vocabulário, quer no estilo. A arte e a sensibilidade de Lucas manifestam-se na sobriedade das suas observações, na delicadeza de atitudes, no dramatismo de certas narrações, na atmosfera de misericórdia das cenas com pecadores, mulheres e estrangeiros. A composição deste Evangelho é situada por volta dos anos 80-90, porque Lucas deve ter conhecido o cerco e a destruição da cidade de Jerusalém por Tito, no ano 70.

DEDICATÓRIA E AUTOR
O livro é dedicado a Teófilo, mas destina-se a leitores cristãos de cultura grega, como se vê pela língua, pelo cuidado em explicar a geografia e usos da Palestina, pela omissão de discussões judaicas, pela consideração que tem pelos gentios.
Segundo uma tradição antiga (Santo Ireneu), o autor é Lucas, médico, discípulo de Paulo. Pelas suas características, este Evangelho encontra-se mais próximo da mentalidade do homem moderno: pela sua clareza, pelo cuidado nas explicações, pela sensibilidade e pela arte do seu autor. Lucas mostra o Filho de Deus como Salvador de todos os homens, com particular atenção aos pequeninos, pobres, pecadores e pagãos. Para ele, o Senhor é Mestre de vida, com todas as suas exigências e com o dom da graça, que o discípulo só pode acolher de coração aberto.
Por isso, Lucas é o Evangelho da Salvação universal, anunciada pelo Profeta dos últimos tempos que convida discípulos profetas, aos quais envia o Espírito Santo, para que, por sua vez, sejam os profetas de todos os tempos e lugares (Lc 24,45-49; Act 1,8).
Fonte: aqui

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Filho Unigénito de Deus — esta é a nossa fé (8)

— reflexão semanal sobre o credo niceno-constantinopolitano —

No «Credo» proclamamos que o ser humano Jesus, que nasceu e viveu num momento histórico documentado, é o próprio Filho de Deus. Estamos a refletir (às vezes repetindo) sobre a identidade divina de Jesus Cristo. Esta repetição patente no texto do «Credo» é consequência das discussões que marcaram — e porventura ainda marcam — a história da nossa fé cristã. [Para ajudar a compreender melhor, ler: João 3, 16-21; Catecismo da Igreja Católica, números 441 a 445]



«Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna» — esta afirmação de Jesus no diálogo com Nicodemos destaca um tema muito presente no evangelho segundo João: o carácter universal da obra salvadora realizada através de Jesus Cristo. O ponto de partida é o amor de Deus pelos seres humanos. Perante esta lógica divina, o ser humano pode acolher ou recusar o amor de Deus Pai, que se revela na Pessoa do Filho, Jesus Cristo. Aqueles que acolhem pela fé este amor divino encontram o que ninguém pode alcançar pelas suas próprias forças: a vida eterna, isto é, a vida em Deus. E recebem o «poder de se tornarem filhos de Deus» (João 1, 12). Diz o Papa Bento XVI: «A nossa verdadeira ‘genealogia’ é a fé em Jesus, que nos dá uma nova proveniência, nos faz ‘nascer de Deus’» (Bento XVI, «Jesus de Nazaré. Prólogo — A infância de Jesus», Princípia Editora, Cascais 2012, 18).


Filho Unigénito de Deus. Esta proclamação reforça a identidade divina de Jesus de Nazaré. Dissemo-lo no encontro anterior na explicitação dos títulos de «Senhor» e «Cristo». Voltamos a referir esta identidade divina no título de «Filho Unigénito de Deus». E vamos repeti-lo nas próximas expressões. Eis a fórmula completa: «Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai». O Símbolo dos Apóstolos é mais sintético: «[Creio] em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor». Para explicitar o tema que ocupa esta reflexão — «Filho Unigénito de Deus» — é importante começar por perceber que, historicamente, «filho de Deus» não se trata de uma afirmação atribuída pela primeira vez ou apenas a Jesus. Vários povos e culturas utilizavam este título («filho de Deus») para designar alguém que gozava de uma especial relação com a divindade. Em primeiro lugar, é uma expressão que tem origem na teologia política do antigo Oriente. No Egito, por exemplo, o rei era chamado «filho de Deus»; e «o ritual da entronização era considerado como a sua ‘geração’ como filho de Deus» (Bento XVI, «Jesus de Nazaré», Esfera dos Livros, Lisboa 2007, 414). O povo de Israel vai assumir e transformar esta terminologia. São várias as narrações contidas no Antigo Testamento que testemunham esta apropriação do termo por parte do povo bíblico. Mas, ao contrário dos outros povos, em Israel, o rei é fruto de uma eleição divina (e não de uma geração). Em rigor, não é o rei que é designado como «filho de Deus», mas todo o povo hebreu. Mais tarde, os primeiros cristãos apoiam-se nesta cultura judaica para a dizer plenamente realizada em Jesus Cristo. Mas, agora, na cultura cristã, «a expressão ‘filho de Deus’ separa-se da esfera do poder político e torna-se expressão de uma união particular com Deus, que se manifesta na cruz e na ressurreição» (Bento XVI, «Jesus de Nazaré», 416). E há ainda outra clarificação a fazer. Entre os romanos, é o próprio Imperador que se autoproclama «filho de Deus». Numa mesma época histórica e geográfica (convém lembrar que os primeiros cristãos vivem sob o domínio do Império Romano), gera-se o conflito e a colisão entre os súbditos romanos e os cristãos, quanto ao destinatário do título de «filho de Deus». Entre outros motivos, torna-se assim necessário para os primeiros cristãos exprimir e reforçar a divindade de Jesus através do recurso a vários títulos e expressões, que mais tarde hão de ficar gravadas no «Credo». O que para nós, cristãos do século XXI, pode parecer uma mera repetição de palavras e expressões não o foi nos primeiros tempos cristãos e aquando da elaboração do «Credo».


«O título Filho de Deus revela e indica a relação única e eterna de Jesus com Deus Pai. Reconhecendo o carácter transcendente da filiação divina de Jesus, mostra-se também o carácter inclusivo: também os homens se tornam ‘filhos de Deus’ e rezam a Deus (‘meu Pai e vosso Pai’, diz Jesus) com as palavras do Mestre: ‘Pai nosso’» (Rui Alberto, «Eu creio, Nós cremos. Encontros sobre os fundamentos da fé», ed. Salesianas, Porto 2012, 106).

Do blogue Laboratório da fé

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O PRIMEIRO GRUPO...

Há quem trabalhe e quem fique com os louvores

O meu avô disse-me uma vez que havia dois tipos de pessoas: as que fazem o trabalho e as que ficam com os louvores. Ele disse-me para tentar ficar no primeiro grupo, pois há menos concorrência.

Indira Gandhi
1917-1984

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Haverá saída para esta - sim - verdadeira crise?

Há famílias que são como o Titanic

No aspecto educativo, muitas famílias, mormente entre os 30 e os 45 anos, lembram o Titanic. Metem água por todos os lados. Afundam-se e levam para o fundo os filhos.

Toda a preocupação com o aspecto físico e com o "gozar a vida"; quase nula preocupação com os valores e o espiritual. O que interessa é parecer em forma, belo (a), mostrar um físico invejável, estar ao nível - ou superior - do vizinho ou do colega. Mesmo que, espiritualmente, se seja um anão... O que interessa mesmo é o individual, sentir-se bem. A família? Os outros? ... que se amanhem...

Há sempre tempo e dinheiro para:
- o ginásio
- a piscina
- a night - nem que tenham que se "encostar os filhos" aos avós, a amigos, ao computador...
- queixar-se dos outros e dos governantes porque são assim e assado...

Não há tempo nem disponibilidade económica para:
- educar para os valores
- cultivar o espírito
- rezar
- fazer algo pelo bem comum
- estar, sentir e viver família...

Depois temos:
- multidões de crianças e jovens com roupas, computadores e telemóveis de marca, mas vazios de carinho e de amor;
- crianças e jovens que não vivenciam o que é ser família, passear com a família, brincar com a família, partilhar em família...
- crianças e jovens revoltados, mal educados, que não sabem estar, que não respeitam, que só fazem asneiras, incapazes de concentração e de aberturas aos valores;
- pais que justificam todas as asneiras dos filhos com o "agora é assim, são todos assim..."
- pais que não têm mão nos filhos e chegam a dizer aos educadores: "eu não consigo, veja se você consegue";
- pais que fazem um chinfrim dos diabos se o educador toma uma posição mais enérgica perante os desvarios do educando;
- pais para quem Deus e a comunidade nada contam. Passaram a noite de sábado na night ou na borga e o domingo é para descansar...
- pais cuja autoridade reside na chantagem: "se comeres a sopa, se tiveres boas notas, dou-te isto ou aquilo".

Ainda se pensou que a crise ajudasse a cair "na real". Num estilo de vida mais simples, mais familiar, marcado por valores, mais solidário. Mas parece que as pessoas continuam a "assobiar para o lado".

FAZER O QUE ME APETECE! TENHO O "REI NA BARRIGA"!

"Não posso falar com quem me apetece?"

Aconteceu durante a Missa com crianças.
Um catequista diz a um miúdo para estar calado durante a homilia. Resposta rápida e pronta: " Não posso falar com quem me apetece? Por que tenho de ouvir o padre?"
O responsável insistiu, tentando cativar o pequeno: " Olha, de caminho, o senhor padre faz-vos algumas perguntas e se responderdes certo, ele fica todo contente e Jesus muito mais. Por isso está atento..." Mais uma vez o rapaz desconcerta: " Bem me importa a mim! Faço o que eu quiser."

Eu sei. Um caso não são casos. Mas isto não deixa de revelar muito do que se está a passar hoje com as crianças e os jovens.
Muitos consideram-se os  reis do mundo, a medida de todas as coisas. É bom o que lhes agrada, é mau o que lhes desagrada. Quem os comanda é o "apetece-me" ou o não me "apetece".
O mal não está em questionarem, mas na maneira como o fazem, parecendo ter "o rei na barriga". Igualam tudo por baixo, não têm vivência do respeito aos mais velhos nem aos educadores. Não questionam a partir da reflexão, mas dos caprichos e manias, do que lhe vem à garganta.

Os valores? Quais valores qual carapuça! Muitos deles são hoje o campo imenso onde medra o relativismo. Nada é mal, nada é pecado, tudo se pode fazer, os outros não contam... "Desde que a mim me agrade e eu esteja bem, está tudo bem". Tudo se questiona, não por querer entender o sentido das coisas, mas porque certas verdades não convêm ao ego, aos gostos, aos apetites, aos ímpetos.

No plano da fé é a mesma coisa. Cada um crê naquilo que quer e acha bem e isso é que importa. O que a Igreja ensina? A fé do povo de Deus? O Evangelho? Nã... Isso não conta. "Creio no que me convém e enquanto me convém e como me convém"... Aliás está na moda muitos dizerem-se ateus (sem saber o que isso é), só porque ouvem aos colegas mais velhos e pensam que assim parecem mais "chiques"... Ou então questionar a fé que não conhecem nem querem conhecer...

Claro que esta postura dos mais novos revela muito do que são as famílias hoje. Espaço onde NÃO se vivenciam valores, educação e maneiras correctas de estar perante a vida, Deus e os outros. Há famílias que são desertos hoje!

Para onde nos pode levar esta situação???

Que ao menos a crise pudesse ensinar às pessoas o valor da simplicidade, do altruísmo, da educação nas relações pessoais.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Não falha!

SE UMA CRIANÇA CONVIVE...

-Com a crítica, aprende a condenar.
-Com a hostilidade, aprende a ferir.
-Com a zombaria, aprende a ser tímida.
-Com a vergonha, aprende a se sentir culpada.

MAS, SE A CRIANÇA CONVIVE...

-Com a tolerância, aprende a ser paciente.
-Com o encorajamento, aprende a ser confiante.
-Com o louvor, aprende a apreciação.
-Com a imparcialidade, aprende a ser justa.
-Com a segurança, aprende a ter fé.
-Com a aprovação, aprende a gostar de si própria.
-Com a aceitação e a amizade, aprende a encontrar o amor.
Do livro Amor e Vida em Família,de Geziel Andrade

Frases engraçadas

O juiz de futebol é o único ladrão que rouba na presença de milhares de pessoas e ainda vai para casa protegido pela polícia.
Anónimo

Coisa inútil é aquilo que a gente guarda anos a fio e joga fora bem na véspera do dia que vai precisar.Anónimo

Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.Joseph Murphy

Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.(Barão de Itararé)

Qualquer um pode ser polido com um rei, mas é preciso ser uma pessoa civilizada para ser polida com um mendigo.Anónimo

Não economize expressões do tipo: 'por favor' e 'muito obrigado'.S. Brown

domingo, 9 de dezembro de 2012

Li o livro e recomendo:«Estação de Natal»


Há quem escreva muito. Há quem escreva bem. E há quem escreva belamente. São poucos os que atingem o último requisito. E serão ainda menos os que os reúnem na totalidade. D. António Couto é um deles. «Estação de Natal» é, além de tudo, um livro comovente. Para ler com os olhos do coração e com os óculos da alma. A fé sairá fortalecida. E a esperança não deixará de despertar!
João Teixeira, in facebook

sábado, 8 de dezembro de 2012

Tema do 2º Domingo do Tempo do Advento - Ano C

Podemos situar o tema deste domingo à volta da missão profética. Ela é um apelo à conversão, à renovação, no sentido de eliminar todos os obstáculos que impedem a chegada do Senhor ao nosso mundo e ao coração dos homens. Esta missão é uma exigência que é feita a todos os baptizados, chamados – neste tempo em especial – a dar testemunho da salvação/libertação que Jesus Cristo veio trazer.
O Evangelho apresenta-nos o profeta João Baptista, que convida os homens a uma transformação total quanto à forma de pensar e de agir, quanto aos valores e às prioridades da vida. Para que Jesus possa caminhar ao encontro de cada homem e apresentar-lhe uma proposta de salvação, é necessário que os corações estejam livres e disponíveis para acolher a Boa Nova do Reino. É esta missão profética que Deus continua, hoje, a confiar-nos.
A primeira leitura sugere que este “caminho” de conversão é um verdadeiro êxodo da terra da escravidão para a terra da felicidade e da liberdade. Durante o percurso, somos convidados a despir-nos de todas as cadeias que nos impedem de acolher a proposta libertadora que Deus nos faz. A leitura convida-nos, ainda, a viver este tempo numa serena alegria, confiantes no Deus que não desiste de nos apresentar uma proposta de salvação, apesar dos nossos erros e dificuldades.
A segunda leitura chama a atenção para o facto de a comunidade se dever preocupar com o anúncio profético e dever manifestar, em concreto, a sua solidariedade para com todos aqueles que fazem sua a causa do Evangelho. Sugere, também, que a comunidade deve dar um verdadeiro testemunho de caridade, banindo as divisões e os conflitos: só assim ela dará testemunho do Senhor que vem.

Padres Dehonianos