Uma vez um pelicano, uma ave de bico comprido,
partiu em busca de alimento para os seus filhos.
Uma serpente, escondida na ramagem, ao vê-lo sair,
rastejou em direcção ao ninho onde dormiam os pequenos pelicanos. Mordeu-os
mortalmente.
Satisfeita, voltou para o seu esconderijo. Ficou a
espreitar para maldosamente gozar com a reacção do pelicano, quando ele
chegasse ao ninho.
Este, ao chegar e ao ver a tragédia, começou a
lamentar-se muito. Dizia:
- Que sentido tem agora a mina vida? Também eu quero
morrer com os meus filhos.
E com o bico começou a ferir-se no peito, mesmo
junto ao coração. O sangue jorrava da ferida, banhando os pequenos feridos pela
serpente.
A um certo momento, o pelicano, já moribundo
estremeceu de alegria. O seu sangue quente tinha feito com que os seus filhos
voltassem à vida. Muito feliz, deu o último suspiro.
Esta lenda do pelicano é sinal da maior prova de amor: dar a própria vida pelos
outros.