Agenda Paroquial:

domingo, 8 de junho de 2014

Conclusão do Tempo Pascal

DOMINGO DE PENTECOSTES – MOVIDOS PELO ESPÍRITO

Ao celebrar o Pentecostes é fácil compreender que o Espírito Santo foi dado aos Apóstolos pelo Senhor, no dia da Ressurreição. Jesus, ao cair da noite, visitou os discípulos que estavam no Cenáculo, desejou-lhes a paz e depois, disse-lhes recebei o Espírito Santo, àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos. No discurso da Ceia, Jesus tinha-lhes prometido o Paráclito, o Consolador. Cumpriu a promessa logo depois da Ressurreição. É certo que o Pentecostes se celebra 50 dias depois do envio do Espírito sobre os Apóstolos, mas o dia de Pentecostes foi o dia da manifestação do Espírito. Muitos foram os sinais que agitaram toda a Jerusalém, o vento impetuoso, as línguas de fogo e, até, a coragem dos Apóstolos durante muito tempo cheios de medo. Perante o ruído na cidade vieram milhares escutar Pedro. Todos ficaram maravilhados porque ouviram na sua própria língua contar as maravilhas de Deus. No dia da ressurreição, Jesus deu aos Apóstolos o Espírito Santo; no dia de Pentecostes, o Espírito Santo manifestou-se a toda a Jerusalém, a todo o mundo.
O Espírito Santo é fonte de uma vida completamente nova. Com os seus 7 dons ilumina-se a inteligência, a vontade e a sensibilidade do homem. Sabedoria, inteligência e ciência permitem ao homem entender todas as coisas com o sentido de Deus. O entendimento e a fortaleza tornam fáceis o discernimento e sobretudo, as decisões mais complicadas. O amor e o temor de Deus convidam a uma atitude constante de adoração e acção de graças ao Senhor de quem tudo provém. Com a força do Espírito a vida do cristão está em renovação permanente.
O Espírito Santo é a garantia do perdão. Como diz S. Paulo na Carta aos Gálatas, é preciso viver a liberdade do Espírito, vencendo completamente a liberdade dos instintos. Se esta cria situações de rixas, brigas, discórdias e contendas, aquela, a liberdade do espírito gera o amor, a alegria, a paz, o domínio de si próprio (cf. Gal 5, 19-22?). o Senhor, no dia da Ressurreição, fora muito claro ao dar aos Apóstolos, com o Espírito Santo, o poder de perdoar os pecados. É este poder que se tem vivido ao longo dos séculos com o sacramento da reconciliação. Só o Espírito Santo é garantia de perdão.
O Espírito Santo é também o fundamento da unidade. Se o Espírito Santo é na Trindade o amor entre o Pai e o Filho, não pode haver unidade verdadeira sem a força do Espírito. Que todos sejam um, como tu ó Pai és um em mim e eu um em ti” (cf. Jo 17, 20?). esta dinâmica da relação até à unidade, em Deus e na Igreja, só é possível com a força do Espírito Santo. Há diversidade de dons, há diversidade de funções, há diversidade de carismas, mas é um só o Espírito que está em nós e nos projecta para a unidade total.  Sem o Espírito Santo não é possível acreditar, nem esperar, nem mesmo amar.
Monsenhor Vítor Feytor Pinto (in Revista Liturgia Diária, ed. Paulus)