Agenda Paroquial:

domingo, 15 de junho de 2014

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE - ADORAR O DEUS UNO E TRINO


O Catecismo de S. Pio X dizia que os cristãos adoram um só Deus em três Pessoas iguais e distintas Pai, Filho e Espírito Santo. O novo catecismo de João Paulo II, confirma que em Deus há uma única natureza em três pessoas. Durante muito tempo dizia-se que o Pai era o Criador, o Filho o Redentor e o Espírito Santo o Santificador. Ao reler-se, porém, a Palavra de Deus compreende-se que a criação depende das três Pessoas: o Pai revelado como Criador desde o primeiro capítulo do Génesis, o Filho que como diz S. João no prólogo do seu Evangelho “tudo foi feito por Ele e para Ele”, e o Espírito Santo que desde o princípio pairava sobre as águas, como diz o primeiro livro da Bíblia. Por outro lado, também a Redenção é operada por um Deus Uno e Trino: o Pai que por amor envia o seu Filho ao mundo para que o mundo seja salvo, o Filho que encarnou e se fez homem, morreu e ressuscitou para nos salvar, o Espírito Santo Paráclito que continuará a missão redentora de Cristo até ao fim dos tempos, como disse Jesus “Ele vos ensinará toda a verdade”. Também a acção santificadora é realizada pelas três pessoas da Trindade, bastando referir o que Jesus diz no Evangelho de João “se alguém me tem amor, meu Pai o amará, viremos a ele e faremos nele morada” (Jo 14, 23). É o Pai e o Filho que nos santificam pela força do Espírito que habita em nós e fica em nós para sempre. Paulo pode dizer “não sabeis que sois templo do Espírito Santo que habita em nós?” É a Trindade que intrvem na criação, na redenção e na santificação de todos os homens.
As leituras da Festa da Santíssima Trindade falam-nos de Moisés que adorou Deus no alto do monte, do Filho de Deus que é enviado pelo Pai ao mundo para que o mundo seja salvo e do Espírito Santo que é fonte de amor e de unidade na comunidade dos crentes.
Moisés quis encontrar-se com o Senhor, um Deus clemente e compassivo, cheio de bondade. Falou a Deus do Povo que era rebelde, mas o Senhor, como verdadeiro Pai encontrou sempre motivos para perdoar. para um Pai que ama mantém-se sempre a esperança na conversão de um filho que erra. Isto aconteceu desde o princípio do Povo de Deus.
O Filho de Deus feito homem chamou-se Jesus, “aquele que vem para salvar”, e Jesus Cristo “aniquilou-se a si próprio, feito obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou e lhe deu umj nome que está acoima de todo o nome” (Filp 2, 8).
Pela força do Espírito, todos os que aceitam a Pessoa de Jesus Cristo são convidados a amar-se mantendo os mesmos sentimentos, vivendo em paz e animando-se uns aos outros, trabalhando pela própria perfeição e mantendo a alegria (cf. 2 Cor 13, 11). O amor é a marca que o Espírito Santo deixa em cada um dos cristãos para serem fieis ao evangelho e realizarem em si o designio de Deus.
A ideia de um Deus Uno e Trino é anterior ao Cristianismo. Já Abraão recebera a visita de três jovens que lhe prometeram uma Aliança para sempre (cf Gen 18). Por outro lado, no Baptismo de Jesus, o Espírito Santo desceu sobre ele e ouviu-se uma voz que dizia, este é o meu Filho muito amado. O mistério da Santíssima Trindade revela-nos a maravilha de um Deus que nos criou, que nos redime e que nos acompanha sempre.
Monsenhor Vítor Feytor Pinto (in Revista Liturgia Diária, ed. Paulus)