Agenda Paroquial:

domingo, 12 de janeiro de 2014

NÃO ARRUMEMOS O PRESÉPIO (Chegámos ao termo do Tempo litúrgico do Natal)

           
1. A esta hora, são já muitos os presépios que estão a ser desmontados.
Mas será que a sua lição alguma vez terá sido apreendida?
 
2. O presépio assinala que Deus entra na nossa história não pela via da opulência, mas pela via da humildade.
O sinal de Deus não está num palácio. Está numa manjedoura. O sinal de Deus — garantem os enviados celestes — não é um rei, um presidente ou um gestor; é um menino (cf. Lc 2, 12)
 
3. Divino não é o grande caber no grande. Isso qualquer humano consegue. Divino é o infinitamente grande caber no infinitamente pequeno.
Vale a pena recordar, a este propósito, o aforismo de Hölderlin: «Non coerceri maximo, contineri tamen a minimo, divinum est» («Não ser abarcado pelo máximo, mas deixar-se abarcar pelo mínimo, isso é que é divino»).
 
4. De facto, Deus inverte o máximo e o mínimo, o maior e o menor, o grande e o pequeno.
O máximo é o que parece mínimo. O maior é o que se apresenta como menor. O verdadeiramente grande é o que nos surge como pequeno.
 
5. Como Jesus foi sempre a transparência do Pai — «quem Me vê, vê o Pai» (Jo 14, 9) —, não deveria a Igreja procurar ser a transparência de Jesus?
Para tal, não basta ser o eco das Suas palavras. É fundamental procurar ser a reprodução das Suas atitudes, dos Seus gestos.
 
6. Jesus é a Palavra feita vida e a vida feita Palavra.
Palavra e vida estão unidas em Jesus.
 
7. Num tempo em que se gritam tantas palavras, faz pena que a Palavra de Jesus seja remetida ao silêncio e atirada para o esquecimento.
Se a memória a guarda, a prática, muitas vezes, parece que não a acolhe.
 
8. A Igreja tem de procurar ser espelho e jamais pode ser muro.
Assim, em vez de desmontarmos o presépio, procuremos transferi-lo: do templo para o tempo, das imagens para a vida. É na vida que Jesus quer renascer para nós. É na vida que Jesus quer que renasçamos para Ele.
 
9. E nunca esqueçamos a sua permanente lição.
O presépio é o certificado da humildade de Deus e o convite ao despojamento da Igreja.
 
10. Deus não está no mundo pela pompa. Deus vem pela simplicidade e pela pobreza.
Uma Igreja pobre será (sempre) a maior riqueza que teremos para oferecer.