Lisboa, 31 out 2012 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou que o Concílio Vaticano II (1962-1965) deve levar a Igreja a recuperar a “ousadia de inventar novos caminhos” diante de uma sociedade indiferente.
“50 anos depois, talvez tenha mudado uma coisa: é que naquela altura o mundo arrebitou as orelhas com o grosso do Concílio; hoje, nada na Igreja o faz despertar esse interesse e isso faz-nos pensar a nós, membros da Igreja”, afirmou D. José Policarpo.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa falava na igreja de São Roque, em Lisboa, num debate sobre a última reunião mundial de bispos católicos, cuja abertura decorreu em outubro de 1962.
“O grande problema que se põe nestes 50 anos é o da atualidade do Concílio”, referiu.
D. José Policarpo recuou até aos tempos do Seminário de Penafirme, no Patriarcado de Lisboa, e revelou o que lhe disse então o cardeal-patriarca D. Manuel Gonçalves Cerejeira sobre o que esperava do Concílio: «Está tudo feito. A gente é chegar lá, votar e vimos embora».
As quatros sessões conciliares acabariam por prolongar-se até 1965, intercaladas pela morte do Papa João XXIII e pela eleição de Paulo VI como seu sucessor.