Agenda Paroquial:

sábado, 21 de abril de 2012

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Quero chamar-lhe Tiago. Porque em Grego é uma dádiva de Deus. O padre Tiago diz que anda cansado. Chega a casa e só lhe apetece ver televisão. Ou ouvir televisão. Diz que gosta de ouvir diálogos. E se for para a cama cedo ainda tem muita conversa a por em dia com os seus pensamentos. Não gosta destas conversas. O Padre Joaquim e o padre José e o padre Mário estão doentes. Escolhi os nomes ao acaso. Fala-se de uma depressão. Ou quase depressão. São novos. Bastante novos. Têm menos que dez anos de padre. O padre Tiago tem doze. Como ele, outros se manifestam cansados de andar de um lado para o outro. Cinco, seis, sete e mais paróquias. Embora pequenas, multiplicam-se os esforços. Vale mais um esforço grande do que muitos pequenos. Não aparecem às reuniões diocesanas ou outras. Estão cansados deste formato funcional de ser padre. Desta forma ocidental de viver em Igreja à volta de várias paróquias que têm fé à custa de sacramentos desvirtuados da sua essência e colados à sociedade laica. Estava a conversar com o padre Tiago e falávamos de padres novos que não estão a ser felizes. Nisso da felicidade, os padres mais velhos dão passos mais largos. E não se sabe, ou até sabe, porquê. O que precisavam estes padres que andam cansados, doentes, saturados? Perguntou o Tiago. Exigimos tantas coisas aos padres, e deveríamos apenas dizer aquilo que dizemos aos cristãos. Que sejam felizes. O que interessava é que os padres fossem felizes.
Do blogue Confessionário de um padre