Agenda Paroquial:

segunda-feira, 12 de março de 2012

Homens de Deus ou dos homens, ou então de Deus ou bons homens: os Padres


Enquanto a bomba enchia o depósito do meu carro, a senhora da gasolineira, sem motivo aparente, falou do padre tal que era muito boa pessoa. Que era um bom homem. Há dias no café, outra pessoa tinha feito observação idêntica de um colega. E no Centro. E até na sacristia. A minha reação foi sempre igual. Sorrio e digo que fico contente por ouvir o que ouvi. E fico mesmo. Os padres gostamos que estas palavras existam na boca das pessoas para perceberem que afinal somos instrumentos de Deus necessários. Porém, hoje, depois do sorriso e de dizer que ficara contente, entrei no carro, liguei a ignição e comecei a magicar sobre o que gostaria que falassem de mim. Se por acaso falassem e quando um dia falassem, ou imaginando que até falassem. Ficaria feliz que dissessem que era um bom padre. Que era um homem de Deus. E depois veio-me à memória uma história verídica de padres para os lados de África que um dia ouvi. Falava de um grupo de padres que tinham feito muitas obras sociais e investimentos de progresso na missão. As pessoas gostavam muito deles e das suas obras. Deviam imenso àqueles padres. Aconteceu que no dia de uma inauguração importante de uma dessas obras em que estava presente o bispo, um senhor dos mais velhos, um ancião, dirigiu-se ao bispo e agradeceu do fundo do coração a obra dos padres. Que eram muito bons. Entretanto, conta a história que no final do agradecimento, o ancião acrescentou ao bispo mais ou menos isto. Agora que já estão concluídas estas obras, já nos podem falar de Deus, não é?

Do blogue Confessionário dum Padre