Agenda Paroquial:

sábado, 3 de maio de 2014

III DOMINGO DA PÁSCOA - TESTEMUNHAS DA RESSURREIÇÃO


Quando Jesus ressuscitou, os seus discípulos tinham-se dispersado. O facto de Jesus ter sido crucificado, constituia para eles o maior fracasso. Esperavam um reino temporal e, afinal, aquele que era a razão da sua esperança acabara por ser condenado à morte e morrer no suplício da cruz. Maria Madalena foi surpreendida pelo sepúlcro vazio. Correu ao encontro de Pedro para lhe dar a notícia de que alguma coisa acontecera. João e Pedro vieram, então, ao sepulcro e confirmaram que Jesus estava vivo. A boa notícia espalhou-se entre os discípulos. Muitos estiveram com Ele e confirmaram a Ressurreição.
Entre os que haviam deixado de acreditar em Jesus estavam dois discípulos que tinham uma pequena quinta na cidade de Emaús. Quando desiludidos, caminhavam para o campo, surgiu-lhes um companheiro. Este amigo de ocasião pretendeu saber qual era a razão da sua tristeza. Falou-lhes de toda a história da salvação contada nas Escrituras, procurou revelar-lhes que a Palavra de Deus era sempre cumprida e que o Salvador tinha chegado. Os discípulos de Emaús, porém, nada entenderam porque o seu coração estava magoado. Não se aperceberam sequer que era Jesus que caminhava com eles. Criou-se alguma simpatia entre os três. Por isso convidaram aquele estranho a entrar em sua casa, porque a noite já estava avançada. Convidaram-no a jantar com eles e só nesse momento, no partir do pão, reconheceram Jesus Ressuscitado. A partir desse momento, quando Jesus desapareceu, não puderam mais conter-se e correram em plena noite ao encontro dos Apóstolos para lhes dizer que tinham estado com o Senhor. Foram surpreendidos com a resposta que receberam: “também já apareceu a Pedro”.  Todos, então, se assumiram como testemunhas da ressurreição.
Na liturgia deste terceiro domingo da Páscoa, se a história dos discípulos de Emaús é de rara beleza, a mensagem mais importante vem, porém, do discurso de Pedro. Na varanda do Cenáculo, depois de receber o Espírito Santo, Pedro proclamou, a toda a Jerusalém, a certeza de que Jesus que tinha sido condenado à morte, estava vivo, ressuscitara e era o Senhor dos vivos. Era este o seu testemunho. Este discurso de Pedro proclama a Ressurreição de Jesus e refere que esta vitória sobre a morte estava anunciada desde os patriarcas, por todos os profetas. Disse, então, com toda a clareza que os Apóstolos eram testemunhas desta Ressurreição. Pedro, depois, irá levar esta grande notícia a todas as comunidades que foi fundando à volta de Jerusalém. A sua carta que hoje se lê confirma este testemunho que é o elemento essencial de toda a catequese que, ao longo da sua vida, Pedro fará às comunidades.
A liturgia de hoje convida todos os cristãos a serem testemunhas da Ressurreição de Cristo. Jesus morreu e ressuscitou, está vivo para sempre. A ressurreição é o fundamento da nossa fé, é fonte de uma alegria intensa na vida de todos os dias, dá a garantia para superar todas as  dificuldades e confirma a promessa da eterna Bem-Aventurança. Como Cristo ressuscitou todos vamos ressuscitar.
Monsenhor Vítor Feytor Pinto (in Revista Liturgia Diária, ed. Paulus)