As aulas da segunda-feira da Carmo
A senhora Carmo é professora do Ensino Básico. É uma óptima paroquiana. É uma cristã que procura sê-lo. Tem alunos do terceiro e quarto anos. Ao redor de uns vinte. Quase todos filhos de casais novos. No meio de uma colher de sopa, em sua casa, contou-me com mágoa que quase todas as segundas-feiras perguntava aos alunos se tinham ido à Missa no Domingo anterior. E um não redondo e em coro se ouvia pela sala. Um miúdo e outro, de vez em quando, contrariavam o não sonoro. A Carmo lastimava-se. Conversava com eles. Explicava-se. Procurava pelas razões. Os pais também não vão. Não querem saber de Deus a não ser nas festas e nos funerais. À porta da igreja, de preferência. Os miúdos podem não faltar à catequese, mas da mesma forma como não faltam ao ballet ou à piscina.
Vinte crianças significam cerca de quarenta pais mais alguns irmãos. Serão cerca de oitenta pessoas que querem pouco ou nada de Deus. São menos oitenta pessoas nas nossas igrejas. São menos pessoas com fé nas nossas terras. São as nossas terras a esvaziar-se de fé. São a fé que desaparece.
Vinte crianças significam cerca de quarenta pais mais alguns irmãos. Serão cerca de oitenta pessoas que querem pouco ou nada de Deus. São menos oitenta pessoas nas nossas igrejas. São menos pessoas com fé nas nossas terras. São as nossas terras a esvaziar-se de fé. São a fé que desaparece.
Do blogue Confessionário de um Padre