A
Missão da Igreja empenha «todos, tudo e sempre» - adverte o Papa, na Mensagem
deste ano para o Dia Mundial das Missões, em que exorta os cristãos a levarem o
Evangelho, não só a todos os povos, mas também a todos os ambientes,
nomeadamente de tradição cristã, onde imperam a indiferença e o relativismo.
«A
Igreja é, por sua natureza, missionária» (AG
2). «Existe para evangelizar» (EN
14). «Não de modo esporádico e irregular…, mas de maneira constante, como forma
de vida cristã… O Evangelho não é um bem exclusivo de quem o recebeu, mas
constitui uma dádiva a compartilhar, uma boa notícia a comunicar. E este
dom-compromisso é confiado, não apenas a alguns, mas sim a todos os baptizados»
(Bento XVI, Mensagem para o Dia
Mundial das Missões 2011).
É esta
consciência missionária da Igreja, que queremos reavivar, ao comemorarmos o 477º
Aniversário da criação da Diocese, que ocorreu a 3 de Novembro de 1534.
Neste
Ano Pastoral, vamos concentrar a nossa atenção na família, hoje tão fragilizada
e necessitada de apoio, a todos níveis. Não o fazemos por proselitismo. Não se
trata apenas de promover o modelo cristão de família, em que acreditamos, mas
de ir realmente ao encontro das situações difíceis das famílias, do ponto de
vista humano e social.
Como
tem sido hábito, nestes últimos anos, o ofertório das missas do Dia da Diocese,
no fim de semana – 12/13 de Novembro – destina-se aos Serviços Centrais da
Diocese, em dificuldades já antes do deflagrar desta crise global. Os pobres
sabem partilhar. Aumentam os pedidos de ajuda, mas também os gestos de
solidariedade, que não podem faltar entre nós cristãos.
Uma
pastoral samaritana não é anacronismo
assistencialista, como alguém afirmava há dias. É pôr em prática a essência do
Cristianismo: amar e servir os irmãos. Evidentemente, o verdadeiro amor implica
justiça e promoção humana, no respeito pela dignidade da pessoa humana. Mas,
quando alguém está em situação de necessidade, não se pode passar adiante,
deixando o irmão na berma da estrada. É preciso parar e fazer como o bom
samaritano: «um coração que vê».
Graças
a Deus, neste ano lectivo apenas iniciado, o número de alunos aumentou. São 26
seminaristas, assim distribuídos: 6 no 6º ano; 4 no 5º ano; 2 no 4º ano; 3 no 3
º ano; 2 no 2 º ano; 6 no 1 º ano; e 3 no secundário.
É
o único Seminário no País, com aulas internas. Permanece em aberto a questão do
reconhecimento académico dos estudos. Espera-se reatar as negociações com o novo
Director da Faculdade de Teologia de Lisboa da Universidade Católica
Portuguesa.
Muito
esperamos do Seminário, não só quanto à formação dos futuros sacerdotes, mas
também quanto ao apoio à Pastoral Juvenil, Universitária e Vocacional, como aliás
se tem verificado nos últimos anos e bem assim, como vai acontecer este ano, na
elaboração d’a União Pastoral, que o
novo Director do nosso jornal diocesano entendeu - e muito bem - “ressuscitar”, com a ajuda dos
seminaristas.
É
boa a participação dos seminaristas na vida da Diocese, a sua colaboração,
nomeadamente nas iniciativas, relacionadas com a Semana dos Seminários e com a
Quinzena Vocacional, a sua presença nos grandes acontecimentos das comunidades
cristãs. O Seminário manifesta o propósito de se manter cada vez mais inserido
e activo na Diocese e na sociedade açoriana.
Assim
lhe saibamos dar a mão e apoiar devidamente!
Outro
acontecimento eclesial importante, que se vai realizar, em Angra, ainda nos
inícios do Ano Pastoral - à volta da Solenidade de Cristo-Rei - é o Conselho
Pastoral Diocesano, órgão máximo representativo da nossa Igreja Particular. O
Concílio Vaticano II insistiu na responsabilidade de todos os baptizados na
vida e na missão da Igreja.
Estruturas
do exercício dessa corresponsabilidade laical são os Conselhos Pastorais, a
nível de Paróquia, de Zona, de Ouvidoria e de Diocese, constituídos, na sua
maioria por leigos, que representam os vários serviços e movimentos eclesiais.
O
tema do próximo Conselho Pastoral Diocesano vai na linha das “Orientações
Diocesanas de Pastoral” para este ano 2011/12: «Evangelizar a família, em
situação de emergência social». Tomando consciência do que já se faz pela
família, pretende-se ver, no terreno, o que se poderia e deveria ainda fazer pela
família, promovendo, seja o modelo cristão de família, como também a prática de
uma efectiva solidariedade de vizinhança, a partir da comunidade.
A
solidariedade faz parte da missão evangelizadora da Igreja. Já por si,
“evangelizar” «é o serviço mais precioso que a Igreja pode prestar à
humanidade… Anunciando o Evangelho, ela toma a peito a vida humana em pleno
sentido. Não é aceitável, reiterava o Servo de Deus Paulo VI, que na
evangelização se descuidem os temas relativos à promoção humana, à justiça, à
libertação de todas as formas de opressão…» (Bento XVI, Mensagem 2011).
A
Igreja é “mistério de comunhão para a missão”. Mais do que democracia, é uma fraternidade,
caracterizada pelo sinodalidade, que significa “caminhar juntos”.
É
o que queremos como Igreja nos Açores. Presentes no terreno, caminhando juntos,
queremos ser uma Igreja missionária e solidária, ao serviço das famílias
açorianas, em todas as circunstâncias e situações.
Angra, 1 de Outubro de 2011.