Agenda Paroquial:

sábado, 16 de agosto de 2014

15 de Agosto

Ontem, foi mais um dia dedicado a Nossa Senhora.

É bom ter presente que há milhões de filhos Seus que morrem de fome.

1200 crianças perdem a vida a cada hora que passa.

Não seria Nossa Senhora mais honrada se os milhares de contos que são gastos nas festas fossem encaminhados para matar a fome aos Seus filhos?

Como podemos honrar a Mãe sendo indiferentes à sorte de tantos dos Seus filhos?

Milhares de pessoas estiveram, durante a tarde, a olhar para a imagem de Maria no Seu esplendoroso andor.

Parafraseando o saudoso Padre Abel Varzim, atrever-me-ia a sugerir que procurássemos Maria nos Hospitais, nas Prisões, nas Ruas, nas Camas ou em tantas Casas onde (sobre)vivem idosos abandonados.

Não digo que Maria não possa ser encontrada numa procissão, sobretudo se for feita com fé e unção. Mas alguém negará que Ela está sobretudo na dor dos Seus filhos?

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

AMO-TE IGREJA!



Creio que não posso escrever neste livro sobre as coisas que amo, sem falar também na nossa Igreja, sobre a minha querida Igreja. Compreendo que, ao fazê-lo, não estou muito na moda, porque hoje o habitual é falar dela, pelo menos, com desinteresse (e tantas vezes com ferocidade!), inclusive os crentes. Dizem que o sinal dos tempos é gritar: “Cristo, sim; Igreja, não”. Isso me parece tão sem sentido como dizer “quero a alma de minha mãe, mas a minha mãe, não”. Tenho pena de não entender aqueles que a insultam ou desprezam “em nome do Evangelho”, ou os que parecem sentir-se envergonhados da sua história e pensam que só agora ou no futuro vamos construir a “verdadeira e fiel Igreja”. Não sei; penso que, talvez quando já esteja no céu, hei-de sentir compaixão por isso tudo em que cá em baixo transformámos a Igreja; mas enquanto estiver na terra já tenho bastante trabalho em amá-la para ter ainda tempo de ficar a olhar os seus defeitos. 
Vou ver se explico um pouco as razões pelas quais quero bem à Igreja. Para ser um pouco sistemático, vou reduzi-las a cinco fundamentais.
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Como poderia eu não amar aquilo 
porque Jesus morreu?
A primeira é que ela saiu do lado de Cristo. Como poderia eu não amar aquilo porque Jesus morreu? Como poderia eu amar a Cristo sem amar, ao mesmo tempo, aquelas coisas pelas quais Ele deu a Sua vida? A Igreja - boa, má, medíocre, santa ou pecadora, tudo isso junto - foi e continua a ser a esposa de Cristo. 
Posso amar o esposo e desprezá-la a ela? Mas - dir-me-á alguém - como podes amar alguém que tantas vezes atraiçoou o Evangelho, alguém que tem tão pouco a ver com o que Cristo sonhou que fosse? Não sentes pelo menos “nostalgia” da Igreja primitiva? Sim, claro que sinto nostalgia daqueles tempos em que - como dizia Santo Irineu - “o sangue de Cristo estava ainda quente” e em que a fé era ardente e viva na alma dos crentes. Mas que é que justificaria que eu sentisse saudade da minha mãe jovem e sentisse menos amor por minha mãe velhinha? Poderia eu desprezar os seus pés cansados e o seu coração fatigado? 
Ouço por vezes em alguns púlpitos e em algumas tribunas jornalísticas vozes demagógicas que nem têm o mérito de ser novas. As que falam, por exemplo, de que a Igreja é agora uma esposa prostituída. Recordo aquele disparatado texto que Saint -Cyran enviou a São Vicente de Paulo e que é - como certas críticas de hoje - um monumento de orgulho: - “Sim, eu reconheço que Deus me concedeu grandes luzes. Fez-me compreender que já não há Igreja. Deus fez-me compreender que há cinco ou seis séculos que não existe Igreja. Antes, a Igreja era um grande rio de águas transparentes; mas agora o que nos parece ser a Igreja é apenas lodo. A Igreja era a sua esposa. Actualmente é uma adúltera e uma prostituta. Por isso a repudiei e a quero substituir por outra que seja fiel”. 
Fico, é claro, como São Vicente de Paulo, que, em vez de se pôr a sonhar passadas ou futuras utopias, se entregou à construção da sua santidade, e com ela, da Igreja. 
Um rio de lama tem de ser limpo, e não apenas condenado. Sobretudo quando ninguém pode apresentar esse suposto libelo de repúdio que Cristo teria entregue à sua Igreja. 
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A Igreja e só ela me deu Cristo
A segunda razão por que amo a Igreja é porque ela e só ela me deu Cristo e tudo quanto eu sei dele. Através dessa imensa cadeia de crentes medíocres chegou -me a memória de Cristo e do Evangelho. Sim, por vezes foi maculado ao ser transmitido: mas tudo o que sabemos dele nos chegou através dela. Ela não é Cristo, bem sei. Ele é o absoluto, o fim; ela, apenas o meio. Inclusive, é certo que quando eu digo “creio na Igreja” o que estou a dizer é que creio em Cristo, que continua a estar nela; quando bebo um copo de vinho o que de facto bebo é o vinho e não o copo. Mas como poderia beber o vinho se não tivesse o copo? O cano não é a água que passa por ele, mas como o cano é importante! 
O centro final do meu amor é Cristo, ela “é a câmara do tesouro, onde os apóstolos depositaram a verdade, que é Cristo”, como dizia Santo Irineu. Ela é “a sala onde o pai de família celebras as bodas do filho”, como escrevia São Cipriano. Ela é verdadeiramente - agora é o rio de Santo Agostinho que transborda “- a casa de oração adornada de visíveis edifícios, o templo onde habita a tua glória, a sede insubstituível da verdade, o santuário da eterna claridade, a arca que nos salva do dilúvio e nos conduz ao porto da salvação, a querida e única esposa que Cristo conquistou com o seu sangue e em cujo seio renascemos para a tua glória, com cujo leite nos amamentámos, cujo pão da vida nos fortalece, a fonte da vida com que nos sustentamos”.
Como poderia não amar eu quem me transmite todos os legados de Cristo: a eucaristia, sua palavra, a comunidade dos seus irmãos, a luz da esperança? A sua história, porém, é triste, está cheia de sangue derramado, de intolerância, de legalismo, de casamentos com os poderes deste mundo, de hierarcas medíocres e vendidos… Sim, é verdade. Mas também está cheia de santos. 
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Pesam muito mais os sacramentos
do que as cruzadas,
os santos
do que os Estados Pontifícios,
a Graça
do que o Direito Canónico.
E esta é a terceira razão do meu amor. Quando subo num comboio lembro-me sempre de que a história dos caminhos de ferro está cheia de acidentes. Mas nem por isso deixo de usá-los para me deslocar. “A Igreja — dizia Bernanos” — é como uma companhia de transportes que, há dois mil anos, transporta os homens da terra para o céu. Em dois mil anos teve muitos descarrilamentos, e uma infinidade de horas de atraso. Mas graças aos seus santos a empresa nunca faliu”. É verdade, os santos são a Igreja, são o que não nos deixa perder a confiança nela. Eu sei muito bem que a história não foi um idílio. Mas, no fim de contas, na hora de avaliar a Igreja, pesam muito mais os sacramentos do que as cruzadas, os santos do que os Estados Pontifícios, a Graça do que o Direito Canónico.
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Como temos os olhos doentes,
só vemos as zonas doentes da Igreja
Quero eu dizer com isto que amo a Igreja invisível e não a visível? De modo nenhum. Penso que Bernanos tinha razão ao escrever que “a Igreja visível é o que nós podemos ver da invisível.” Como temos os olhos doentes, só vemos as zonas doentes da Igreja. Não é mais cómodo? Se víssemos os santos, teríamos obrigação de ser como eles. È mais fácil “tranquilizar-nos” a olhar apenas as suas zonas obscuras, que ao mesmo tempo nos dá o prazer de as criticar e a tranquilidade de saber que todos são tão medíocres como nós.
Se não fôssemos tão humanos, veríamos mais os elementos divinos da Igreja, que só não vemos porque não somos dignos de os ver.
Atrevo-me a dizer um pouco mais: eu amo com maior intensidade a Igreja precisamente porque é imperfeita. Não que goste das suas imperfeições, mas porque penso que sem elas já há muito teria sido expulso dela. No final de contas, a Igreja é medíocre por estar formada de pessoas como nós, como tu e como eu. É isto que, definitivamente, nos permite continuar dentro dela.
E o que Bernanos dizia com fina ironia:
“Oh, se o mundo fosse a obra-prima de um arquitecto obcecado com a simetria ou de um professor de lógica, de um Deus deísta, a santidade seria o primeiro privilégio dos que mandam; cada grau da hierarquia corresponderia a um grau superior de santidade, até chegar ao mais santo de todos, o Santo Padre, é claro. Gostariam, porém, de uma Igreja assim? Sentir-se-iam bem dentro dela? Deixem-me rir. Em vez de se sentir bem, ficariam nessa congregação de super-homens a rodar o barrete entre as mãos, como um mendigo à porta do hotel Ritz. Felizmente, a Igreja é uma casa de família onde existe a desordem que há em todas as casas familiares, com cadeiras sem um pé, mesas manchadas de tinta, e onde os frascos de doces se esvaziam misteriosamente nas prateleiras, que todos conhecemos muito bem, por experiência própria”.
Felizmente na Igreja imperam as divinas extravagâncias do Espírito, que sopra onde quer. Graças a isso nós podemos agradecer a Deus todas as noites que não nos expulsaram da casa da qual todos somos indignos. Temos, é claro, de lutar por melhorá-la. Mas sem esquecer que sempre foi medíocre, sempre será medíocre, como nas casas há sempre poeira por mais cuidadosa que seja a sua dona.
Não se sabe por onde, mas o pó está sempre a entrar. E nós limpamos o pó em vez de estarmos a perguntar por onde é que ele entrou.
Rigorosamente falando, todas essas críticas que projectamos contra a Igreja deveríamos lançá-las contra nós mesmos. Vou dizê-lo em latim, com as palavras preciosas de Santo Ambrósio: “Non in se, sed in nobis vulneratur Ecciesia. Caveamus igitur, ne lapsus noster vultus Eclesiae fiat” ( a ferida da Igreja não está nela, está em nós mesmos. Tenhamos por isso cuidado, não aconteça que as nossas faltas se transformem na ferida da Igreja).
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A Igreja é a minha mãe
A quinta mais cordial das minhas razões é que a Igreja é – literalmente – minha mãe. Gerou-me e continua a amamentar-me. Gostaria de ser como Santo Atanásio, que se “agarra Igreja como uma árvore se agarra ao chão”. E poder dizer, como Orígenes, que “a Igreja arrebatou-me o coração. Ela é a minha pátria espiritual, a minha mãe e os meus irmãos”. Como envergonhar-me então das suas rugas quando sei que foram nascendo de tanto trabalho de nos dar à luz?
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Espero, por todas essas razões, encontrar-me sempre nela como num lar aconchegado. Desejo - com a graça de Deus - morrer nela, como sonhava e conseguiu Santa Teresa. Será o meu maior orgulho na hora final.
Nesse dia gostarei de repetir um pequeno poema que escrevi há muitos anos, ainda seminarista. É um mau poema, mas conservo-o tal qual, porque creio que exprimia e exprime o que vai no meu coração:

Amo a Igreja, estou com as suas torpezas,
com as suas ternas e formosas colecções de loucos,
com a sua túnica cheia de manchas e pecados.
Amo os seus santos e os seus parvos,
amo a Igreja, quero estar com ela.


Ó mãe de mãos sujas e vestidos gastos,
cansada de nos amamentar,
cheia de rugas por dar à luz sem descanso.
Não temas nunca, mãe querida, que os teus olhos de velha
nos levem a outros portos.


Não foi a beleza que nos fez teus filhos.
Foi o teu sangue derramado.
Cada ruga da tua fronte nos apaixona
e o brilho cansado dos teus olhos atrai-nos para ti.
Hoje, cansados, sujos e com fome,
não esperamos palácios nem banquetes,
mas a tua casa, mãe, com uma pedra para nos sentarmos.

In Razões para o amor

quinta-feira, 31 de julho de 2014

ERRARE HUMANUM EST


Foto


Ouve-se a cada passo esta afirmação: "Não me arrependo de nada que fiz. Se voltasse atrás, voltava a fazer tudo na mesma."
Ainda ontem vi na TV uma entrevista a Otelo Saraiva de Carvalho. O jornalista perguntou-lhe a determinada altura se estava arrependido de alguma coisa que tivesse feito na sua vida. A resposta foi que não.
A  mim custa-me a admitir que uma pessoa não reconheça que nalguma parte da sua vida não tenha feito algo de errado ou algo de que não tenha que se arrepender.
Mas há egos maiores do que o Himalaias! Ou consciências tão petrificadas que perderam qualquer sensibilidade ao remorso.
Não é mal nenhum nem causa qualquer obstipação à personalidade reconhecer que houve ocasiões no passado em que não se esteve bem, coisas que não gostaríamos de ter feito, dito, sentido ou pensado. Afinal errare humanum est. Como é humano ter a humildade e a dignidade de reconhecer os erros. É salutar.
Pessoalmente não me causa qualquer dano psíquico reconhecer que há coisas que estiveram menos bem no passado e que se voltasse atrás tudo faria para estar melhor.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Vamos tentar

10 regras de ouro que ajudarão seus filhos a respeitar a autoridade


 
Impor limites pede criatividade. Não existem receitas, cada famíliatem a própria cultura e as próprias necessidades. O que funciona para um, não funciona para o outro, mas podemos partir de alguns elementos gerais:

1. Lembre-se que os limites e as regras são para os filhos e não para os pais. Às vezes os filhos pedem que os pais sigam as mesmas regras. Mesmo se o melhor modo se seguir as regras é ter um bom exemplo, isso não permite que seus filhos lhe ditem regras similares às deles. São os filhos a serem educados, não os pais. Isto os ajudará a entender que a autoridade são os pais e não os filhos.

2. As consequências estabelecidas para cada regra, além de serem lógicas e terem uma ligação com a falha, devem ser cumpridas no momento. Não estabeleça consequências que durem meses, ou sejam permanentes, porque a criança com o passar do tempo não saberá por qual motivo foi punida e se sentirá somente ressentida.

3. Em qual momento deve-se iniciar a colocar regras? O quanto antes melhor. Não pense que as crianças não o compreendem porque são pequenas. Podemos iniciar desde o primeiro momento com os horários de sono, de comer e de tomar banho. Isto lhe permitirá não se sentir tão oprimido pelas várias incumbências que implica o fato de tomar conta de uma criança. Começar cedo permite que as crianças ganhem confiança, tenham menos problemas quando chegar o momento de ir para a escola e adaptar-se rapidamente às regras da mesma.

4. É importante que uma vez estabelecida a regra, a mesma não seja repetida a cada momento. Deixe que as crianças se observem e cuidem do próprio comportamento.

5. Até qual idade devem ser exercidas as regras? Até que os filhos vivam sob o seu teto e dependam de certa forma de você, devem existir regras que favoreçam uma convivência sã e respeitosa. Quando forem independentes e autossuficientes estabelecerão asregras da própria casa.

6. É importante que, antes de colocar limites, estabeleçam-se bem as regras para que as crianças saibam quais delas quebraram.

7. É importante que os adolescentes participem na definição das regras e limites.

8. O maior esforço que é necessário cumprir é aquele de ser constante e coerente com as regras. Se você mesmo as quebra perderá credibilidade diante dos seus filhos.

9. Quando seus filhos recebem visitas em casa, devem explicar aos amigos quais são as regras para não serem mal entendidos. Se você não permite que seus filhos brinquem no sofá, serão eles que dirão aos amigos que na casa deles é proibido. Por exemplo: se você não permite que seus filhos adolescentes bebam álcool em casa, é preciso se assegurar que os amigos deles saibam que a festa em sua casa não prevê álcool. Isto permitirá que seus filhos convidem os amigos tranquilamente evitando péssimas experiências.

10. Quando você visita alguém, lembre seus filhos as regras fora de casa, mas se os avós são permissíveis e tolerantes, coisa que talvez você não suporte, considere que eles não são responsáveis pela educação; você pode até permitir alguns mimos da avó, mas retome as regras quando voltar para casa. Por exemplo, se você não permite que seus filhos comam na frente da televisão, mas os avós oferecem pipoca, lembre-os de que será somente desta vez porque os avós deixaram.

Todas estas recomendações facilitarão o exercício de autoridade, vista como um serviço que os pais oferecem aos filhos. 
Fonte: aqui

domingo, 27 de julho de 2014

O NOSSO DESCANSO ÉS TU


Neste tempo de férias,
pensamos, Senhor, naqueles que estão a repousar
e lembramos aqueles que não podem sequer descansar.

Neste tempo de contrastes,
pensamos naqueles que estão a trabalhar
e lembramos aqueles que nem sequer conseguem encontrar trabalho,
nem pão, nem casa.

Tu, Senhor, queres o nosso descanso.
Tu, Senhor, és o nosso descanso.

Como há dois mil anos,
Tu convida-nos a descansar,
a descansar conTigo,
a descansar em Ti.

Tu fazes-nos descansar quando nos ensinas.
Tu fazes-nos descansar quando nos acompanhas.
Tu fazes-nos descansar quando nos envolves com a Tua compaixão,
com o Teu amor, com a Tua infinita paz.

Fica connosco, Senhor,
como ficaste com os Teus discípulos quando a barca parecia afundar-se na tempestade.

Dá-nos luz para vermos que só Tu és a vida, a paz e tranquilidade
mesmo que tudo ameace ruína.

Ensina-nos, Senhor, a perdoar e a pedir perdão,
a amar e a sermos amados,
a louvarmos as virtudes e a sermos tolerantes com os defeitos e os limites.

Fica connosco, Senhor.
Sê Tu mesmo o nosso confidente,
a nossa praia e o nosso passeio dominical,
o nosso travesseiro e o nosso sonhar.
Sê Tu mesmo, hoje e sempre,
o nosso amanhecer e o nosso acordar.

Queremos viver em Ti.
Queremos amar em Ti,
sorrir para Ti, chorar conTigo.

Queremos ir sempre ao Teu encontro,
toda a vida, hora a hora,
até que, um dia, Tu nos chames
e nos convides a repousar definitivamente
e a permanecer em Ti para sempre,
JESUS!

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ficar com a pulga na orelha...

O preconceito

Há um ditado popular que reza assim: "Nós só somos bons enquanto os nossos vizinhos quiserem."
O ditado popular não se refere à bondade ou maldade de coração, nem à reta ou desordenada consciência. Frisa apenas a opinião que os outros poderão ter de cada um de nós.
E como o preconceito ou uma ideia falsa, mil vezes repetidos, formam a opinião geral,  pode muito bem acontecer que uma pessoa boa seja mediocrizada, um medíocre seja divinizado, um pérfido seja entronizado como referência.
Não é só nos mídia que existem os "fazedores de opinião". Nas relações sociais normais eles existem e, porventura, com mais força. E todos conhecemos pessoas que têm especial jeito para desempenhar tal papel, queimando quem lhes desagrada ou não lhes interessa e promovendo os da sua simpatia ou quem lhes faz o jogo.
Há uns anos, participava numa refeição onde estava presente um presidente de Câmara de uma autarquia do sul do país. A certa altura, falava-se da gestão do pessoal, das relações pessoais, das tricas e licas que acontecem quando muita gente trabalha junta.
Referia o autarca que, quando um funcionário lhe vinha dizer mal deste ou daquele seu colega, ficava sempre com "a pulga atrás da orelha". É que, dizia, normalmente havia interesses pouco claros. Inimizades, vinganças, invejas, desejo de subir na carreira derrubando quem obstaculizava, favorecimentos, mau íntimo, etc, formavam a panóplia de motivos que levavam o referido funcionário a destilar veneno contra o seu colega ou colegas.
O autarca em causa dizia ainda ter muito pouca paciência para aturar situações do género que sempre desvalorizava e rapidamente terminava, afirmando que o líder deve estar acima sem se deixar enveredar por intrigas. E convicto, testemunhava: "Jamais permito que numa reunião alguém diga mal de um colega seu ausente!"
No fim da conversa, veio aquele vibrar de alma que apreciei demais: "Se porventura dou por mim a pensar mal de um funcionário só porque um colega dele falou mal dele, não descanso enquanto não tenho uma conversa com a pessoa atingida. E olhem que, normalmente, descubro que havia veneno por trás..."
São líderes assim que são verdadeiramente líderes e não fantoches.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Como?!

Como é possível conspurcar a beleza, manchar a inocência, abismar o futuro!?

Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…
(Augusto Gil)
59 crianças palestinas foram mortas por ataques a Gaza; 38 tinham 12 anos ou menos (aqui)

Pelo menos cinco crianças morrem de fome a cada minuto (aqui)

Criança deixada à fome come insetos (aqui)

Malaysia Airlines divulga lista de mortos em avião derrubado na Ucrânia. De acordo com as Nações Unidas, 80 dos mortos eram crianças (aqui)

Padrasto violador apanha nove anos (aqui)

Detido por posse e partilha de pornografia infantil (aqui)

Abusou do filho menor de quem tinha a tutela (aqui)

250 milhões de crianças no mundo não sabem ler (aqui)

Encontrei-me na rua com duas mães que traziam consigo as suas criancinhas de colo. Como todas as crianças, também estas eram lindas. Irradiavam simpatia e graça, fazendo vibrar cá dentro tudo o que de bom e de belo pode o coração humano.
E pensei nos últimos acontecimentos que a comunicação social nos apresenta. Tanta maldade, tanta perversidade contra as crianças!!
Como é possível conspurcar a beleza, manchar a inocência, abismar o futuro!?
Uma criança é uma PESSOA! Frágil, que precisa dos outros para crescer equilibradamente, saudavelmente.
Amor, educação, pão e saúde elas precisam. É dever da sociedade fazê-lo com paixão.
Mas fazer mal às crianças... Só um coração empedernido , estouvado, descarnado, pérfido.
Uma criança é sempre a garantia de que Deus ama o mundo.

sábado, 12 de julho de 2014

Uma coincidência

Frargentina contra Bentalemanha

A Renascença compilou imagens sobre a final do mundial e os dois Papas (prefiro insistir dois bispos de Roma; um é emérito). Ver aqui.



Mas não está lá esta.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Para reflexão final

A maior dificuldade pastoral



"Por vezes julgamos que uma das maiores dificuldades pastorais é podermos contar com o número suficiente de pessoas para respondermos aos diversos serviços, próprios de uma Comunidade Cristã.

Todavia, essa não é a maior dificuldade - por mais difícil que ela seja! A maior dificuldade pastoral é a capacidade de ajudar as pessoas a harmonizarem temperamentos; modos de entenderem a realidade e de a assumirem; e a serem capazes de construir, com sinceridade, projectos verdadeiramente comuns!

Para tanto, algumas atitudes são absolutamente necessárias: em primeiro lugar a aceitação da legítima diferença (cada um é singular no seu ser e no seu agir! E é legítimo que assim seja!); depois, a capacidade de ser frontal, na caridade, não permitindo que os problemas se arrastem indefinidamente (viver a sábia e genuína correcção fraterna!); esta segunda atitude pressupõe uma condição essencial - o verdadeiro diálogo (que não é arrazoado de imprecações, mas capacidade de verdadeira harmonização da diversidade, numa recta capacidade de pôr em comum perspectivas diversas de uma mesma realidade!); por fim, essa capacidade - tão cristã (e, por vezes, tão ausente!) - do perdão!

Muitas outras atitudes, possivelmente, serão necessárias para um sério entendimento!... Mas se conseguirmos, todos nós, cristãos, cultivar estas que acabo de considerar, as nossas paróquias tornar-se-ão verdadeiras Comunidades Cristãs! E conseguirão viver, minimamente, aquilo que São Paulo tão bem nos ensinou - que a caridade é o vínculo da perfeição! (cf. Cl. 3, 14).

Para isso, talvez tenhamos de regressar à simplicidade e humildade de crianças, como o Mestre afirmou: «Se não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus» (Mt. 18, 3).

OBS. Se lermos Cl. 3, 12 - 15, aí encontraremos algumas atitudes necessárias, capazes de nos conduzir à perfeição referida pelo Apóstolo!"


Pe. Carlos Godinho, Luso

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Isso já sabia eu!...

Em Portugal "tudo está ordenado para não se ter filhos"


Líder do grupo de trabalho para a natalidade afirma, em entrevista à Renascença que "existe o despedimento quase imediato das mulheres que estão em situação mais precária, em termos contratuais, assim que se torna evidente que estão grávidas."

Joaquim Azevedo diz que em Portugal "vivemos obcecados com o não ter filhos" e esses são também os sinais que a sociedade dá para os cidadãos. "Tudo está ordenado - até o apoio que existe ao aborto - para não ter filhos", afirma o líder do grupo de trabalho para a natalidade.

Em entrevista ao programa Terça à Noite da Renascença, o professor catedrático encarregado pelo primeiro-ministro para traçar um plano para o crescimento demográfico diz que os sinais de decadência na sociedade portuguesa estão à vista com os últimos dados conhecidos.

Para Joaquim Azevedo, o índice de fecundidade de 2013 diz-nos que "o país, continuando assim, até do ponto de vista do Estado social, é inviável a 30 anos ou menos".

Nesta entrevista, Joaquim Azevedo reitera que são muitas as queixas que lhe chegam de mulheres que são forçadas a assinar compromissos com os empregadores, garantindo que não vão engravidar, e diz que este é um facto que muita gente conhece.

O homem que o primeiro-ministro escolheu para fazer propostas para o incremento da natalidade diz que as queixas que lhe chegam não ficam por aqui e denuncia: "existe o despedimento quase imediato das mulheres que estão em situação mais precária em termos contratuais assim que se torna evidente que estão grávidas."
Joaquim Azevedo garante que recebe, diariamente, relatos de pessoas "que contam as suas situações e que dizem que não são respeitadas" e insiste: "temos que falar sobre isto, não adianta nada pôr a cabeça na areia".
O líder do grupo de trabalho para a natalidade acusa os políticos, em geral, por nunca se terem preocupado com o evoluir desta questão, que está a "hipotecar o futuro do país".
Adianta que é por isso que em todas as sessões em que participa verifica que há um grande desconhecimento sobre esta questão:  "fico escandalizado com o facto de haver uma percentagem  muito vasta da população e, geralmente, até de pessoas bastante informadas que não sabem o que se está a passar".
Fonte: aqui